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segunda-feira, 31 de março de 2014

A Busca da Felicidade - Capitulo 14



Capitulo 14


Por muito tempo naquela noite Mauro revirou na sua cama pensando em tudo o que acontecera, talvez um pouco menos na briga e um pouco mais na dança que ele tinha compartilhado com Valentim. Fora algo mágico...

O rapaz gemeu colocando o travesseiro em cima da sua cabeça. O que ele tinha que fazer era dormir e parar de ficar fantasiando algo que não ia acontecer nunca.

Ele nem percebeu a hora que adormeceu, mas acabou por acordar cedo quando o sol clareava o céu no horizonte.

A casa estaca silenciosa, afinal era domingo e todo mundo dormia até mais tarde, mas Mauro estava ansioso demais para isso e tomou um banho e desceu para a sala vendo que da cozinha já vinha o barulho de Duda fazendo o café.

A cozinha cheirava a café recém coado e a pão assado fazendo o estômago dele roncar.

— Está ansioso não é? – a moça riu sem se voltar do forno de onde tirava uma assadeira com pequenos pães dourados.

— Estou – ele sentou em uma cadeira olhando para a moça que se votou sorrindo – Eu nunca deixei outras pessoas verem as minhas pinturas porque achava que elas eram umas porcarias.

— Mas Dalton viu alem da sua opinião – ela pegou uma caneca de ágata e colocou café pondo na frente dele.

— Só espero que ele esteja certo e que preste para algo.

— Olha, eu ao entendo nada de arte, mas Dalton entende e ele não é de apostar em cavalo manco em uma corrida.

— Cavalo manco? – ele riu.

— Ora você entendeu – ela pegou uma cesta de pães e colocou com a manteiga na frente dele – Acredite em você um pouco Mauro, o que tem a perder?

— Quando é que você ficou tão sabia?

— Eu sou sábia – disse ela rindo – Afinal eu suporto a Lucia todo esse tempo.

— Já está falando mal de mim menina – a senhora entrou resmungando e lançando olhares assassinos para Duda.

— Claro – ela piscou para Mauro – Meu esporte favorito.

Dona Lucia desfilou uma grande quantidade de palavrões para a moça que apenas revirou os olhos e mandou ela tomar café.

— Vou lá mais tarde – ela olhou para Mauro como se avaliasse uma espécie rara – E vamos ver o quanto você pinta.

— Lucia chega – disse Duda séria para ela – Ele não precisa de você bafejando no cangote dele.

— Eu só sou autentica.

— Autenticamente chata você é!

Mauro não se conteve e começou a rir fazendo a velha senhora olhar de modo que lhe deu arrepios e fez um gesto com o dedo indicador e do meio para os olhos e apontando para ele, mostrando que ela ia observar ele. O rapaz riu ainda mais da banca dela.

Depois de comer ele saiu para o dia que raiva lá fora. O sol despontava por trás das serras que cercavam a fazenda 3M deixando tudo imerso em uma luz dourada. O orvalho brilhava por todo lado nas cores dourado e prata com a incidência do sol. O ar fresco cheirava a mato recém cortado e ele podia ouvir o som de milhares de pássaros, o mugido das vacas e o som de vozes humanas que haviam levantado cedo.

Tudo aquilo acalmava seu espírito conturbado e ele viu ao longe Valentim conduzir um cavalo para a estrebaria. Ele devia ter acordado ainda mais cedo para cavalgar e Mauro se perguntou se um dia Valentim o chamaria para cavalgar com ele.

— Da onde saiu isso? – disse ele batendo na cabeça.

— Falar sozinho é o primeiro sinal de loucura – disse Godofredo passando por ele – Pelo menos foi assim comigo.

Assim que o senhor entrou na cozinha ele pode escutar o som de algo se quebrando e os gritos de Dona Lúcia e ele se perguntou se não enlouqueceria mesmo ali.

Godo passou por ele rindo e com a cara cheia de farinha.

— Graças a Deus a velha tem a pior pontaria do mundo!  

Mauro deu uma risada que flutuou pelos campos.

Valentim estava saindo da estrebaria e parou ao ouvir a risada cristalina de Mauro fazendo com seu coração se enchesse de alegria, mas outra parte do seu corpo despertou mostrando para ele o desejo que corria em suas veias desde ontem à noite.

Deus! Ele tivera Mauro em seus braços e pedira a todos os deuses que aquele momento durasse para sempre, que ele pudesse ter aquele corpo magro, mas com os músculos nos lugares certos, quente, flexível nos braços para sempre.

Ele voltou para dentro do galpão e começou a bater a testa na parede de madeira.

De onde haviam vindo todos aqueles pensamentos? O que acontecera com ele desde que vira Mauro dançando com Dayno de forma tão intima?

Naquele momento ele vira vermelho e tivera que se conter para não pegar o outro e o arrastar para longe de Mauro, como se o outro fosse algo seu.

Mauro não era nada seu.

Eles apenas brigaram desde que ele chegara à fazenda e Valentim acabara por fazer coisas imbecis que o levaram a ficar ferido. Deveria ter apenas raiva entre eles, mas com o passar dos dias a raiva se fora e algo mais estava ali, algo que o fazia acordar a noite duro e cheio de tesão por ter sonhado com os lábios carnudos de Mauro em torno do seu pênis.

Ele bateu a cabeça ainda mais forte contra a parede.

— Bater a cabeça também é sinal de loucura – disse Godo passando por ele e limpando a farinha do rosto e dos cabelos – Os problemas não somem assim, você só fica com dor de cabeça.

— Tio o senhor já gostou de alguém? – Valentim se afastou da parede com a testa doendo.

— Claro, eu não sei as contas, mas foram de muitas.

— Eu falo de verdade.

— Valentim todas as moças que namorei eu gostei de verdade. Assim eu vejo o amor, mas algumas pessoas têm apenas um grande amor como você.

— Eu? – Valentim ficou vermelho – Eu não gosto de ninguém!

— Eu já vivi muito caro sobrinho e uma coisa eu aprendi: a vida passa. Não desperdice seu tempo. Vá lá e pegue o rapaz antes que outro o faça.

Com essa Godo acenou e foi em direção aos fundos da estrebaria falando com os cavalos.

~~***~~

Mauro e Dalton carregaram a caminhonete com os trabalhos de ambos colocando uma lona por cima. Iam começar a montar a exposição mais cedo, pois as pessoas da cidade de Mendes iam cedo à missa e era uma ótima hora de ver as obras deles.

— Pronto? – Dalton perguntou para o outro que sorriu tremulo para ele.  

— Não, mas não vou recuar. Avante!

— É isso ai!

Ambos entraram no veiculo e rumaram para a cidade. Resolveram não aceitar a ajuda da família para que os trabalhos também fosse uma surpresa para eles.

A cidade despertava quando eles chegaram a Praça Principal. Era uma praça larga que ocupava duas quadras com a igreja católica ocupando uma das pontas. Figueiras imensas e velhas foram plantadas no centro enquanto duas enormes araucárias ficavam nas pontas da praça. Haviam canteiros de rosas, narcisos, Maria sem vergonha e um caramanchão de madressilvas que perfumavam o ar com suas flores brancas e amarelas.

— Hora de trabalhar – disse Dalton parando a caminhoneta.

Ambos desceram e começaram a monta a exposição que seria debaixo do grande caramanchão de madressilvas. Eles montaram as coisas de tal forma que as esculturas e as pinturas ficavam umas entre as outras.

— Bom dia meninos! – seu Alonzo chegou com os sobrinhos Dante e Dayno que sorriam para eles – Olhe só isso!

Seu Alonzo era um homem que gostava de arte, mas de uma arte que ele entendesse e por isso ele não era fã de tendências como o surrealismo ou o cubismo.

Ele olhou com avidez para as esculturas que retratavam o homem cm a sua lida no campo: o boiadeiro montando em seu cavalo soprando seu berrante, a moça com uma cesta na cabeça, o vestido dançando entre suas pernas, uma manada de cavalos trotando, dentre outros. Ele passou muito tempo olhando as pinturas em preto e branco de Mauro mostrando um touro saltitando em um rodeio com o peão tentando se segurar, os campos, matas de araucárias subindo as serras, pessoas concertando cercas e muitas outras.

— São lindas – disse Dante para Dalton e Mauro – Eu não entendo de arte meninos, mas há muita sensibilidade aqui e posso ver que quiseram mostrar a vida no campo em todas as suas nuances.

— Adorei! – os olhos de Alonzo brilharam – Posse reservar?

— Já tio? – Dante riu.

— Claro. Eu fui o primeiro e me dou o direito de escolher as melhores.

— Claro seu Alonzo – disse Dalton e foi com Alonzo e Dante ver as peças que ele queria.

— Você está bem? – perguntou Mauro vendo a cara desanimada de Dayno.

— Não tive uma boa noite depois daquilo. Acho que sou um idiota mesmo, não é?

— Por quê? Por ter medo dos seus fantasmas? Acha que todos nós não temos? Eu acho que cada um de nós tem um monstro no armário que olha de vez em quando para lembrar que mesmo que ele esteja lá, estamos vivos e indo em frente.

— Monstro no armário? – riu Dayno.

— A dá um tempo! – Mauro riu – Eu tive o meu monstro no meu guarda-roupa sabia?

— Obrigado – Dayno o abraçou beijando ele no rosto – Obrigado por ser meu amigo.

Nesse momento a família de Mauro e Dalton chegavam e se o olhar matasse Dayno tinha certeza que Valentim o mataria naquele momento.






7 comentários:

  1. kkkkkkkk adoro ver Valentim com ciúmes, muito obrigada pelo capítulo e estou ansiosa pelos próximos :>

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  2. Demorouuuuu. Ta vendo só Valentim? ta pagando caro....kkkkkkkkkkkkk
    Obrigado pelo capítulo. Foi lindo, como todos que voce faz. Embora Amber esteja ansiosa eu estou amedrontado: inseguro com o que vai acontecer, com medo do pai de Mauro. ai me pego desejando o proximo capitulo mas com medo do que acontecerá....rsrsrsrsr piração de leitor, né? Abraços querida Dalla e muitas felicidades a você.

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  3. Olááááá! Dalla mande notícias!!! Espero que estejas bem! Bjs.

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  4. Olaaaaaaaaaa... Também quero noticias.... Espero que estejas bem. Estou me sentindo órfã sem suas histórias... Dá um alozinho pra gente saber que você está bem... Beijo grande.

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  5. Olaaa....menina oque aconteceu com vc estou preocupada por favor de noticias
    esporo que esteja bem....

    bjus saudades

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  6. Oiii eu vi como você escreve bem e desejo MUITO te conhecer, segue meu BLOG: http://astresgrandesguerras.blogspot.com.br/search?updated-min=2011-01-01T00:00:00-08:00&updated-max=2012-01-01T00:00:00-08:00&max-results=3 Você pode me contactar pelo facebook em: Harumi Ayagi, ou pelo e-mail: harumi.ayagi.love@gmail.com Obrigada pela atenção, espero poder falar com você em breve =D! Beijos

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  7. Oi Dalla
    Eu pedi notícias sobre seu blog no chat do Hotmaniac e uma das meninas me informou que você não está escrevendo devido a problemas de saúde. Desejo sinceramente melhoras. Espero que você possa ter um tempinho e ler esse recado. Sou uma grande fã de suas histórias . Beijos. Saudades.

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