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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Capitulo 14 - Rumo ao Paraíso










Capitulo 14


Fabian estava olhando para a chuva que caia de modo torrencial e encolhia com os raios que cortavam o céu.

— Você ainda tem medo de temporais? – perguntou Márcio chegando perto dele e colocando o braço em seu ombro.

— Tenho – o outro não teve vergonha de admitir – Algumas coisas são marcadas a fogo em nós, não é?

Márcio tencionou a mandíbula e apertou mais o ombro de Fabian lembrando do porque o irmão carregar medo de temporais.

Fabian devia ter apenas uns cinco anos e ele já encaminhava para a adolescência e chovia muito. Regatos escorriam das ruas inclinadas da favela e algumas pessoas olhavam para o morro com medo de desmoronamentos; um medo que cada um compartilhava ali.

Os irmãos estavam sentados no chão do barraco, sua mãe trabalhava até tarde e por isso Márcio cuidava de Fabian, mas ele não ligava. Gostava de ficar com o irmãozinho, da sua inocência.

Brincavam de montar um quebra-cabeça que Márcio achara no lixo e se divertiam procurando as peças.

Um raio cortou o céu e Márcio deu um pulo.

— Cê ta com medo? – Fabian perguntou segurando a mão dele com a sua pequena – Tem não. Não vai acontecer nada.

Márcio sorriu para o menino passando a mão pelos cabelos dele.

— Tem razão Fabian.

Nesse momento a porta abriu com um estrondo fazendo os meninos pularem. Era o pai deles caindo de bêbado, com os olhos injetados e todo molhado.

— Maldita chuva! – ele gritava e ao entrar chutou todo o trabalho que os meninos haviam tido em montar o brinquedo.

— Pai? – Fabian fez um bico contrariado e Márcio segurou o braço do menino puxando ele para longe do pé do pai.

— Ele é só uma criança pai! – ele havia gritado tentando colocar um choroso Fabian atrás dele, mas seu pai estava não só sob os efeitos de álcool, mas também de drogas.

Deu um soco no filho mais velho que caiu no chão desacordado e puxou o mais novo olhando para ele cheio de ódio.

— Sua maldita cria do diabo.

Fabian apanhou como nunca naquele dia e foi quando aprendeu a ter medo do pai e de temporais, sempre parecia que a porta ia ser aberta e seu pai ia entrar por ela cambaleando e cheio de raiva.

— Eu devia ter levado você comigo quando fui embora – Márcio pensou em voz alta olhando para a chuva.

— Não devia – Fabian saiu do abraço do irmão e sorriu para ele – Márcio pare de se culpar disso. Sabe o destino é engraçado e misterioso. Se você tivesse me levando embora eu não tinha o meu filho e ele vale cada ano que vivi com o pai. Obrigado por ter me deixado e assim me dado o meu filho.

Uma lágrima escorreu pelo canto do olho do outro e ele abraçou o irmão apertado. Mesmo com as palavras de Fabian o peso que ele carregava não havia se aliviado. Havia muita dor no passado de cada um deles, dor que mudara cada um de um modo muito profundo.

Márcio só desfez o abraço ao ouvir alguém bater na porta. Olhou com o cenho franzido para Fabian e foi abrir dando com um Laércio molhado e ofegante.

— Márcio o Jon está aqui?

— Ele foi embora já faz tempo – disse Fabian chegando perto da porta – Ele ia para a sua casa.

— Ele não apareceu lá – Laércio tirou o cabelo molhada da testa com desespero – Meus Deus onde esse menino foi parar!

~~***~~

Lá fora ficou totalmente escuro e o ar esfriou mais. Jon estava agradecido pelo fogão estar acesso e por aquecer o cômodo.

Luis Ricardo havia encontrado algumas latas com ervilhas e molho de tomate e estava preparando algo para comer.

— Bem não é um restaurante cinco estrelas – brincou Luis ao levar para ele um prato com o cozido fumegando – Mas dá para enganar o estômago.

— Com a fome que eu estou eu até comeria a gata da Regina e olha que deve ser dura de dar medo.

Luis riu mostrando os dentes muito brancos.

— Parece que o seu sendo de humor voltou.

— A merda já ta feita – Jon assoprou a comida na colher – Vou ficar de castigo pelas minhas próximas... ham... três encarnações? Então não adianta ficar achando que mundo vai acabar, ele já acabou.

Luis voltou a rir e sentou perto dele com o seu prato.

— Seu pai vai ficar uma fera, assim como o meu, mas isso passa, essa é a coisa boa dos pais. Eles brigam com a gente, mas nunca deixam de nos amar. A gente tem sorte pelas brigas dos nossos pais.

— Acho que você tem razão – olhou Luis com um sorriso torto nos lábios – Porque a gente só descobre as coisas depois de fazer besteira?

— Esse é um dos grandes mistérios do mundo.

Os dois caíram na risada.

Luis pigarreou tomando mais da sopa.

— Já pensou no que vai fazer? Qual faculdade vai cursar?

— Eu quero um coisa e depois quero outro – Jon balançou a cabeça frustrado – Acho que é muito cedo para pensar nisso – olhou em volta – Olhe a situação que eu meti a gente! Acha mesmo que tenho bom senso para escolher algo?

— Eu acho, mas você não precisa fazer nada apressado.

— É... eu queria ficar aqui – olhou Luis – Onde parece que o mundo não vai atingir a gente, onde ser você mesmo não é pecado.

— Mas seria...

— ...fugir do mundo – completou Jon – É verdade. Você não gostaria da mesma coisa?

— Claro. Aqui não temos medo ou preconceitos, mas a fazenda é apenas uma etapa das nossas vidas. O mundo pode parecer enorme e cheio de incertezas, mas é isso que torna as coisas maravilhosas! Os jovens lá fora vêem o mundo como um lugar vazio, sem surpresas, e o que você e eu vemos? O desconhecido! Seremos exploradores do mundo enquanto os outros são apenas sombras que sobrevivem.

— Não conhecia esse seu lado filosófico – riu Jon, mas maravilhado com o modo que o outro via o mundo.

— Baby você não sabe nem metade sobre mim.

— Isso foi uma cantada barata!

Os dois caíram na risada.

Jon tinha a impressão de que estava conhecendo Luis naquele momento. Conversaram sobre filmes, música, jardins, futebol, onde discutiram por serem de times rivais. Cada um contou sua infância, suas tristezas e alegrias, seus sonhos e suas esperanças.

— Cara a gente gosta de pouca coisa em comum – Luis sorriu.

— É, gosto não se discute.

— Mas Jon isso parece não ter importância pra gente, é como se nos completássemos.

— Luis – Jon ficou vermelho.

— É verdade Jon. Antes de sermos opostos somos parte de um todo.

— Não me venha com almas gêmeas.

— Eu acredito.

— E eu tenho bom senso – disse Jon colocando o prato em cima da mesa.

— Eu gosto de você Jon.

— Luis não! Por favor!

— O que? Eu não estou entendo você!

— Você não gosta de mim.

— Porque está dizendo isso?

— Eu não quero mais falar.

— Nem eu – Luis Ricardo tinha um expressão decidida quando segurou o braço de Jon e o colocou de pé.

— Lu...

Jon não pode completar a frase, Luis segurou seu pescoço por trás e empurrou sua cabeça em direção à dele e começou um beijo feroz. No inicio tinha gosto de raiva a punição, mas ao sentir os lábios quentes de Jon, Luis abrandou o beijo. Sua língua deslizou pelos lábios de Jon indo para o seu queixo e os lábios do outro foram em direção ao seu pescoço descoberto e ele começou a beijar e lamber ali deixando Jon de pernas moles. Sem nem mesmo perceber ele deixou o cobertor cair e abraçou Luis pelos ombros para não cair.

Luis desceu mais indo para os seus mamilos enquanto com as mãos apertava suas nádegas. Jon arranhava as costas dele preso dentro de uma necessidade voraz ao sentir a língua quente de Luis nele.

O que ele mais queria era que aquela tortura continuasse para sempre, mas Luis voltou a beijar seus lábios como um homem sedento enquanto suas mãos iam dos seus quadris para o seu membro ereto e pulsante.

Nesse segundo Luis afastou o rosto olhando para Jon que tinha o rosto afogueado e os cabelos despenteados.

— Luis – gemeu ele – Por favor.

— Jon você tem certeza?

— Como pouca coisa ma minha vida.

Luis resolveu jogar tudo para o alto nesse momento. Levou Jon para a cama e empurrou ele fazendo-o cair esparramado, de braços e pernas abertas, como que o convidando.

Luis Ricardo se desfez da calça úmida e Jon lambeu os lábios ao ver aquele membro ereto, grande e escuro pronto para ele.

O outro deitou lentamente em cima de Jon deixando que seu corpo esfregasse nele.

Jon deitou a cabeça para trás meio sufocada com as sensações. Ele nunca havia sentido nada assim na sua vida e nuca havia imaginado que era tão... incrível.

Os lábios de Luis voltaram ao seu pescoço agora mordiscando e Jon segurava os seus cabelos.

— Você tem gosto de morangos com chantili. Eu sempre quis provar você.

— Você é exatamente como eu imaginava. O sabor do mais rico chocolate com licor, doce e forte.

Eles voltaram a se beijar sentindo os membros se tocarem em uma explosão de prazer. Cada um explorava o corpo do outro conhecendo cada pedaço como se quisessem gravar na memória a imagem da cada um e desejando que aquele momento durasse para sempre.

— Não temos nem um lubrificante – gemeu Luis colocando a testa na de Jon.

— O óleo – Jon fez uma cara sacana – Afinal você não vai me comer?

— Sabia que você é um pervertido?

— Eu estou tendo um ótimo professor.

Luis pulou da cama indo para o armário e voltou com a pequena lata se azeite encontrando Jon de joelhos na cama se masturbando e olhando para ele.

— Assim você vai me fazer gozar aqui – disse Luis empurrando ele para acama e segurando o seu pênis.

— Você só vai fazer isso dentro de mim.

Jon virou de costas deixando que Luis o preparasse. O outro colocou um poço de azeite no dedo e massageou a entrada de Jon com cuidado, introduzindo lentamente um dedo e depois o outro.

— Porra Jon você é tão apertado e tão quente.

Jon gemeu sentindo um leve desconforto, mas o prazer de sentir os dedos de Luis dentro dele superava qualquer dor.

Luis o esticou bem e quando ele terminou retirando os dedos, Jon deu um grito tencionando todo o corpo e gozou espirrando sêmen no colchão.

— Deus – gemeu ele ofegante.

— O melhor vem agora baby – Jon segurou o longo membro e foi empurrando aos poucos na entrada de Jon que ofegou.

— Calma – Luis beijou sua coluna – Relaxe e logo o prazer vem.

Era difícil fazer isso já que Luis era grande de todas as formas, mas ele procurou relaxar os músculos e foi recebendo o outro lentamente dentro de si. Logo o membro estava inteiro dentro dele e Luis deu tempo para que ele se acostumasse, mas se controlar estava ficando cada vez mais complicado até que ele perdeu toda a sanidade e começou a estocar Jon com força.

Jon trincou os dentes, mas logo a dor foi diminuindo e quando o pênis do outros atingiu algo dentre dele o fez gritar de prazer.

Logo a velha cabana estava cheia de sons de prazer e ofegos.

Luis aumentou o ritmo e logo gozou dentro de Jon que ao sentir os quentes jatos de esperma dentro dele voltou a gozar caindo no colchão meio desmaiado.

Enquanto respirava fundo e se recuperava Luis percebeu o que havia feito.  

— Você está pensando demais – disse Jon virando o corpo para ele e sorrindo – Já está ficando arrependido.

— Não é isso Jon – ele segurou um punhado de cabelos loiros do rapaz – A gente foi inconsequente fazendo amor sem camisinha.

— Eu nunca transei Luis...

— Mas eu sim!

— Então? – Jon inclinou a cabeça olhando para ele – Você tem alguma doença?

— Não! Eu nunca transo sem camisinha e meus exames estão em dia, o que eu estou falando é sobre a minha responsabilidade sobre você Jon.

— Eu não sou uma criança mais Luis, sei o que quero e não lamento isso e acho que você também não deveria.

Luis suspirou continuando o seu carinho nos cabelos do outro.

— Eu não estou arrependido, mesmo. Como posso ficar se foi a melhor experiência da minha vida.

— Então vamos tirar essa cara de preocupado – ele acariciou o rosto do outro – e vamos dormir que o amanhã não vai ser nada fácil.

— Nisso você está certo.



  



  

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