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domingo, 7 de outubro de 2012

O Escravo - Capitulo 26 Rumo a Maltri



Capitulo 26 – Rumo a Maltri


Podíamos ouvir barulhos ao longe de aviões e de estrondos, mas eram muito longe e podiam vir de qualquer lado. Estávamos em uma região montanhosa onde florestas de pinheiro escureciam o céu e o ar cheirava uma mistura de mato e resina. As trilhas que pegamos cortavam os pés das montanhas, mas isso não impedia o frio de chegar até nós.

Já fazia dois dias que andávamos, mas de acordo com Karl assim que contornássemos a montanha estaríamos chegando à região de serras e por fim ao mar.

— Finalmente – resmunguei cansado de ficar me escondendo e correndo de um lado para o outro.

— Cansado? – era uma das poucas vezes que Tiol falava comigo em dois dias.

— Quero dormir um mês – disse – Por mim eu deitava aqui mesmo e dormia.

Andamos mais um pouco em silencio até que as árvores rarearam e deram para um terreno de mato ralo que subia uma suave elevação.

O ar tinha um cheiro úmido e salgada e me dei conta que nunca tinha visto o mar perto de mim, apenas das janelas das naves.

— Estamos perto – disse Karl sorrindo.

— O mar?! – Mark era sempre tão quieto, mas naquele momento tinha os olhos brilhando e saiu correndo junto com Itieu que tinha tornado a sua sombra.

Karl foi atrás deles parecendo também curioso.

— Ele nunca viram o mar – disse Ana sorrindo ao olhar os filhos.

Tiesis segurou na mão da esposa sorrindo. Eu adorava olhar o modo que aqueles dois eram, do amor que parecia transbordar em cada toque e em cada palavra e no final parecia que estava era com inveja.

A onde eu havia tirado aquela de estar com inveja? Me dei um tapa mental pelas bobagens que estava pensando.

— Você não está com boa cara – disse Tiol para mim.

— To pensando besteiras – olhei para ele de cenho franzido – Pra que ta dando uma de bonzinho heim?

— Credo, que humor?

— Do que você está falando? – retruquei mal humorado – Estou no meu humor de sempre!

— Não precisa gritar. Eu sempre soube que mulheres grávidas têm um humor terrível...

Não deixei terminar e chutei sua canela. Sei, foi uma atitude infantil, mas até onde sei eu sou um homem.

— Você ta vendo alguma mulher aqui seu projeto de príncipe?!

— Precisa partir para a ignorância? – Tiol esfregou o tornozelo – Mas eu vou relevar já que seus hormônios estão fora de controle.

— Relevar! Vai se danar!

— Olha a boca suja.

Ele estava brincando com fogo e eu ia adorar queimar aquele resto da realeza até virar cinzas.

Sabem o que aconteceu depois? Ele riu, na verdade gargalhou.

Xinguei ele e fui pisando duro para Ana e Tiesis que estavam em cima do pequeno morro olhando para frente e quando cheguei ali percebi o que era. À nossa frente ficava a maior concentração de água que eu já tinha visto na minha vida! Até o fim do horizonte e mais alem uma grande massa aquática azul clara se confundia com o céu onde nuvens cor de algodão passeavam.

Uma brisa levemente fria e úmida cheirando a sal e peixe nos envolvia ali.

Karl, Itieu e Mark correram para molhar os pés nas ondas que chegavam mansamente à praia de areias brancas. Grandes pedras pareciam nascer dessas areias por toda parte e agora eu pude perceber pequenos barcos pintados de amarelo e vermelho ao longe com suas velas brancas e pretas ao sabor da brisa.

— Barcos de pesca – disse Tiesis – A maioria são de pesca artesanal o que rende valor ao produto, muitas pessoas nos países desenvolvidos gostam de coisas feitas à moda antiga.

— Esse lugar é lindo – disse olhando para os lados vendo a praia ir para o sul onde matas verdes despontavam – Morar aqui deve ser muito tranqüilo.

— Eu também imagino – havia um ar sonhador em Ana.

Acabei por me pegar imaginando uma cada térrea ali feita de tijolos de argila, teto de telhas de barro, uma grande varanda dando para o mar e crianças correndo pela areia.

— Voldala – Karl havia voltada e apontava para um pedaço de praia à esquerda onde havia uma concentração de barcos – Uns três quilômetros.

— Certo, tempo que andar perto da mata e entrar na cidade de forma a não chamar a atenção – disse Tiol.

Concordando começamos a rumar para a cidade portuária ma tentativa de achar um barco.

~~***~~

Já faziam vinte horas que a Oghman estava parada na parte exterior do sistema solar de Aurifen. O posto de comunicações trabalhava a toda coletando informações do que acontecia no mundo de Valdi que estava sentado na sala de comando junto com Frey e Gwidion fazendo planos.

— Parece que seu sistema de defesa espacial é muito rudimentar – disse Frey analisando os dados que haviam conseguido invadindo os computadores centrais de Aurifen.

— Como parte da Federação da Terra nunca nos preocupamos com ataques – disse Valdi olhando por cima do ombro do Frey que estava sentado em um computador – O espaço à nossa volta sempre foi seguro.

— A segurança pode ser parte do acordo de vocês com a Terra – disse Gwidion chegando perto deles – mas o que acontece se alguém como nós, piratas, chegassem? Até a federação ser avisada seu povo já teria sido afetado.

— Eu nunca tinha pensado em piratas até ver vocês – disse o aurifense – Sempre acreditei que as fronteiras eram seguras.

— Vamos agradecer que vocês não tem um sistema de vigilância ou teríamos problemas.

— Precisamos encontrar os meus irmãos – disse Valdi – Acham que conseguem entrar em Aurifen sem que sejamos notados?

— Pode apostar – disse Gwidion estufando o peito.

— Podia baixar a bola pavão? – Frey rosnou para ele.

— Pavão? – Valdi não entendeu o que Frey queria dizer.

— Quer dizer que ele é um exibicionista bobo.

— Ei! – Gwidion olhou contrariado o amante – Eu não sou isso!

Frey revirou os olhos.

— Vamos rumar para o seu mundo com uma nave menor – disse ele olhando Valdi – Temos um sistema de camuflagem muito bom.

— Obrigado.

— Não precisa agradecer – disse ele – Somos sua família agora e faremos o que pudermos por você.

Valdi não queria gostar das palavras de Frey, mas havia tanta sinceridade nelas que ele não pode deixar de ficar vermelho e constrangido.

— É isso ai – Gwidion o abraço e deu um selinho rápido em seus lábios – Logo vamos livrar o seu mundo do seu pai e poderemos seguir com as nossas vidas, o que acham?

— Vou ficar feliz quando tudo isso acabar e tentarmos reconstruir o nosso mundo.

~~***~~

A nave era pequena, para apenas duas pessoas, e cortava o ar tão perto da água do mar que parecia que ia cair nele.

O caça leve era praticamente indetectável, mas não haviam muitos desses na frota dos revolucionários.

Yaci ligou o piloto automático e olhou para Ian que observava o mar maravilhado.

— É tão bonito Yaci – disse o rapaz.

— Lindo – disse o príncipe sem tirar os olhos de outro que ao ver isso ficou vermelho e baixou os olhos – Como está hoje meu amor?

— Bem os remédios ajudam muito, graças à Deusa. Eu estava tão preocupado com o nosso bebê.

— Eu também – disse Yaci – Venha cá – pediu ele para que Ian sentasse em seu colo e o ex escravo não se fez de rogado indo sentar nas pernas de Yaci.

Começaram a se beijar com volúpia e desejo. Yaci invadiu a boca de Ian com a sua língua molhada e exigente sugando e exigindo tudo de Ian a ponto dele quase desmaiar por falta de ar.

— Uau! – Ian ofegante acariciou o peito de Yaci – Isso foi maravilho.

— Você é maravilhoso meu amor – acariciou a barriga de Ian – Vocês dois.

— Mestre – Ian gemeu se esfregando no outro – Eu quero agradecer ao modo aurifense.

— Ian – Yaci estava ficando aceso, mas estavam em uma nave com uma cabine de quatro metros quadrados com apenas duas poltronas, não era o melhor lugar para o seu amado.

— Vamos mestre – Ian cochichou na orelha de Yaci por fim colocando a língua ali dentro.

— Você não está jogando limpo – gemeu o príncipe sentindo a ereção cutucar suas calças caqui.

— No amor e na guerra... – Ian riu quando Yaci colocou a mão por baixo de sua blusa apertando seus mamilos.

Ian deixou a cabeça cair para trás gemendo com o outro apertando e puxando os mamilos que ficaram duros. Por fim Yaci retirou a sua blusa e abocanhou um dos discos vermelhos com fome enquanto sua mão direita descia para o zíper de sua calça abrindo e puxado o membro duro de Ian da roupa intima.

O dedo de Yaci apertou a ranhura na ponta onde pré sêmen começava a vazar.

— Por favor, mestre – Ian gemia – Eu quero duro e rápido! Quero seu pau dentro de mim me fodendo com tudo!

— Menino mau – Yaci voltou a apertar o pênis do outro – Você precisa ser punido.

— Me puna mestre – Ian gritou quando o príncipe desceu a cabeça e colocou seu membro duro dentro da boca começando uma deliciosa massagem da ponta à glande. Com uma das mãos ele apertava suas bolas.

Quando Yaci deu uma pequena mordida na ponta de seu pau, dor e prazer se misturaram de tal forma que Ian não pode impedir de gozar na boca de Yaci que engoliu parte de seu sêmen, mas o restante escorreu por seu queixo. Ele beijou Ian com volúpia fazendo ele engolir um pouco de própria semente e sem que desse conta seu pau estava mais uma vez desperto.

— Mestre – Ian não podia impedir de gemer.

— Tire as roupas e fique de quatro! – disse Yaci da sua pose de dominador.

Lambendo os lábios Ian levantou do colo do outro e começou a retirar sua roupa peça por peça, com uma lentidão proposital que deixava Yaci louco a ponto dele ter que libertar o pênis duro como uma pedra pela calça aberta.

Ian sorrindo ficou de quatro com as costas voltadas para ele deixando o seu buraco à mostra.

Yaci gemeu e apertou as nádegas redondas do outro.

— Mestre duro! Por favor, enfie em mim sem lubrificante e sem preparo.

Yaci não pode mais suportar e enfiou tudo dentro de Ian que gritou em um misto de dor e prazer por ter o grande membro entrado nele de forma tão brusca.

O príncipe não lhe deu tempo para respirar e começou as estocadas bruscas e duras que esfregavam em sua próstata. Seu pau ereto balançava ao sabor das estocadas.

— Não vai se tocar – Yaci ordenou – Vai gozar pra mim apenas por ter o meu pau dentro de você, rasgando esse cuzinho lindo e vermelho.

Ian gemeu deitando a cabeça nos braços e erguendo mais a bunda para que Yaci pudesse ir mais fundo.

As estocadas foram mais bruscas quase o levantando. Os gemidos de Yaci o deixavam ainda mais excitado e quando o príncipe deu a ultima gozando dentro dele, Ian também gozou sujando o chão de sêmen.

Ambos cairão no chão ainda conectados e com Yaci ainda duro dentro dele.

Sua bunda ardia, mas ele não ligava. Sexo com seu mestre sempre seria assim e ele percebera que gostava da dor e do prazer.

Yaci recomeçou a fode-lo e depois de três rodadas finalmente o aurifense retirou o pênis mole de dentro de Ian que estava em uma poça se semente e meio inconsciente.

— Mestre – ele olhou para Yaci que pegava uma caixa de lenços e os limpava – Eu gostei.

— Eu também meu amor – Yaci o pegou nos braços e sentou com ele na poltrona enterrando o rosto nos cabelos loiros de Ian – Você me deixa louco de tesão.

Ian aninhou-se em torno se Yaci como um gato.

— Durma Ian – quando chegarmos à ilha eu lhe acordo.

— Sim mestre.

Yaci abraçou o outro aliviado por estar com o seu bem mais precioso entre os seus braços.


~~***~~


Voldala era uma cidade grande com carros misturados nas ruas com cavalos e carruagens. Navios a vela no porto junto com os movidos a motor e muita gente indo de um lado para o outro e pessoas gritando na feira de peixe ao longo do píer.

— Isso aqui fede – gemeu Itieu. Pin, o guan, se escondeu dentro da camisa dele também incomodado com o cheiro de peixe morto e algas azuis secando.

As algas eram secas e feita uma farinha usada nos assados de peixe por todo o mundo. Um condimento caro e exótico que fedia mais que os peixes secando ao sol.

— Concordo – disse Mark olhando para um varal onde peixes vermelhos eram secos – Acho que nunca mais como peixe.

— Não tente usar isso como desculpa – disse Tiesis olhando feio para ele.

O menino gemeu e revirou os olhos.

— Isso está me dando náuseas – geme com vontade de vomitar em um tonel cheio de enguias e lulas até a borda.

Ovas grandes e pretas de peixes transbordavam por todo o lado. Eram usadas para fazer patê e só de pensar nisso eu tinha vontade de nunca ver um peixe na minha vida. Eu era solidário com Mark.

Paramos em um canto do porto observando e percebemos que haviam poucos guardas mais interessados em ficar de papo para o ar perto dos bares que infestavam aquela região, alguns estavam inclusive bêbados.

— Essa é a nossa força policial – disse Tiol com desgosto.

— Agradeça por isso hoje – disse Karl.

— Precisamos de um barco – Tiesis olhos Tiol – Quanto você pode pagar?

— Meus créditos livres são de um milhão. Se usar a minha conta podemos ser rastreados.

— Um milhão é um bom dinheiro, mas devemos regatear ou vão desconfiar. Vamos procurar um vendedor – olhou o filho mais velho – Karl cuide de todo mundo enquanto estamos fora.

O rapaz balançou a cabeça e os dois se perderam no mar de gente do porto enquanto ficávamos sentados em caixotes de madeira atrás de um bar onde podia-se ouvir algumas piadas sujas.

 Os gritos dos vendedores não paravam e conforme o dia ia avançando mais pessoas vinham comprar o peixe nosso de cada dia, infelizmente o cheiro também piorava com o sol cada vez mais alto esquentando pilhas de carcaças e tripas de peixes que eram jogados no mar.

— A vigilância sanitária precisa ver isso – resmunguei tapando o nariz.

— Os fiscais fazem que não de conta que não vêem, afinal recebem bem para não ver as pessoas poluindo o mar e secando os peixes nessas condições.

— Tá tudo tão quieto que estou ficando arrepiado. Se pelo menos houvesse o exercito de um lado para o outro saberíamos com o que estamos lidando.

— Talvez eles estejam concentrados nas cidades do interior antes de avançar para o litoral – disse Karl que observava as pessoas com desconfiança.

Olhei para o lado vendo Mark e Itieu sentados no chão brincando com o guan azul que brincava com pedaço de madeira. Eu ficava maravilhado de como o bicho era ligado ao menino e mesmo durante a nossa jornada na mata ele nunca tinha se afastado do dono.

Uma hora depois Tiesis e Tiol voltaram com o semblante mais calmo.

— Conseguimos – disse Tiol sorrindo para mim.

— Compramos uma lancha motorizada. É meio velha, mas vai dar para chegarmos à ilha Maltri.

— Fica muito longe? – perguntei para Tiol.

— Duzentos quilômetros rumo ao leste. Se sairmos agora chegamos lá em uma hora.

Saímos andando pelo porto até o fim do píer onde uma lancha vermelha estava parada. Estava meio descascada e amassada, mas eu esperava que durasse até a ilha.

Não entendia nada de barcos, mas ela devia ter uns dez metros de comprimento e cinco de largura. A cobertura era pintada de branca e mesmo a motor haviam velas negras amarradas ao mastro central.

— Eu nunca andei em um barco – disse Karl perto de mim – Acha que isso é seguro?

— Se não afundar?! – dei de ombros deixando Karl pálido – Calma Karl! Era só brincadeira.

— O barco é seguro sim – resmungou Tiol para nós.

Agora era isso, cada vez que conversava com Karl, Tiol rosnava e eu estava começando a gostar disso.

— Vamos! – Tiesis olhou feio para nós e entramos no barco por uma prancha de madeira.

Todo o convés era feito de um plástico duro e preto totalmente antiderrapante. Tudo parecia limpo, mas o cheiro de sal impregnava tudo.

Descendo uma escada chegavam às dependências do barco: um quarto, uma sala, cozinha e um banheiro e eu fiquei feliz com a possibilidade de tomar um banho.

Tiol foi até o coberto onde ficavam os controles do barco.

— Você sabe manobrar isso? – perguntei perto dele.

— É muito parecido com uma nave – disse ele apontando para os controles.

Apertando um botão o motor começou a tremer abaixo de nós e puxando uma alavanca o barco começou a deslizar pelo mar.

Olhei para o porto que ia se afastando e franzi o cenho para uma movimentação estranha e me dei conta que o exercito estava chegando lá. Voltei para a cabine.

— O exercito chegou a Voldala!

Tiol apertou os lábios e imprimiu mais velocidade dando tudo para o motor.

Havia uma saída à frente, a pequena entrada da baia que dava para o porto e ficava entre duas falésias. Se ultrapassássemos ela podíamos ficar escondidos, desde que os caças não chegassem.

Todos foram para o convés olhando para o porto onde se ouvia tiros e berros. Algo explodiu e os barcos começavam a debandar indo de um lada para o outro.

Mais bombas e agora devia ser um morteiro sendo lançado, pois os barcos começaram a explodir.

— Meu Deus – gemeu Ana segurando a mão do marido.

Eu tremia. Se eles lançassem algo em nós seriemos comida de peixes em segundos. Sem nem mesmo perceber segurei a mão de Tiol enquanto esperava pelo por vir.

Felizmente parecia que estávamos longe para os morteiros. Chegamos ao alto mar vivos e inteiros.

— Essa foi perto – disse tentando me livrar da mão do príncipe, mas Tiol me segurou mais firme e antes que eu pudesse fazer qualquer coisa ele me beijava com força.

O que diabos ele pensava que estava fazendo? E o que diabos eu estava fazendo gostando do beijo? Andrew você é um idiota!





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