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domingo, 28 de outubro de 2012

O Escravo - Capitulo 28 Presos

Capitulo 28 – Presos


— Andrew esses são meus maridos.

QUE???????????????

Não é possível! Eu devia ter entrado em alguma realidade paralela ou coisa parecida. Valdi não podia ter se casado em tão pouco tempo e com dois piratas!

— Valdi... – Tiol segurou as mãos do irmão, mas este se soltou e foi para perto dos piratas.

— Tiol! Basta saber que eu me casei e que Gwidion e Frey estão aqui para ajudar. Eles têm uma grande nave de combate e uma tripulação experiente.

Eu gostava de Valdi e havia algo naquela história que não cheirava bem, mas se eles podiam nos ajudar a livrar o mundo de um imperador maluco eu ia aceitar, mas depois de tudo pronto eu ia mostrar para aquela escória o que achava deles.

Perguntei para Valdi onde Ian estava e fui para o quarto no fim do corredor onde ele estava deitado em uma cama meio empoeirada.

— Ei Ian! – pulei na cama e o rapaz acordou assustado e deu um pequeno grito de contentamento ao se atirar em meus braços – Como você está?

— Andrew!! Que bom que você está bem!

— Acho que sobrevivi a minha primeira queda de avião – eu ri.

— Foi horrível – disse o rapaz olhando para o chão – Ver as pessoas morrendo enquanto tínhamos que correr e depois quando nos perdemos eu fiquei doente – suas mãos fecharam em punho em cima das pernas – Pensei que ia perder o meu filho Andrew.

— Eu sei – eu segurei um dos punhos fechados dele e forcei para que abrisse e assim eu pudesse enroscar os meus dedos nos dele – Aconteceu o mesmo comigo Ian. Meu corpo começou a rejeitar o feto.

— Você não...? – ele empalideceu e eu sorri.

— Não se preocupe, conseguimos um remédio e evitamos isso.

— Graças a Deusa – ele gemeu.

— Você viu Valdi? – mudei de assunto.

— Vi, eles estavam aqui quando chegamos e devo dizer que Yaci não gostou nada de ter seu irmão casado com dois marmanjos e ainda piratas.

— Sabe eu acho que ai tem coisa. Valdi não ia se casar assim, pelo que sei o casamento em Aurifen são coisas sagradas.

— Muito. Quando se casam eles unem seus espíritos, se tornam um só.

— Eu não confio em piratas, mas acho que tenho que esperar até eles nos ajudarem para que eu mostre para eles o que acho de raça maldita que fazem parte.

— Andrew! – Ian me olhou assombrado e eu dei um sorriso.

— Vamos esquecer isso! – eu o puxei pela mão – Vamos para a sala!

Depois disso aconteceu o fim do mundo. Bem, não foi o mundo todo, mas a ilha teve seu fim.

Eu não saberia descrever o que aconteceu com precisão. O que sei é que uma grande explosão sacudiu tudo e a onda de choque me levou de encontro á parede que havia desmoronado me jogando por ela. Pedras caiam à minha volta e outro forte vento provocado por uma bomba me empurrou ladeira abaixo, eu mais parecia uma folha em um tornado. Quando bati no chão e pedras choveram sobre mim eu perdi os sentidos.

Não sei quando tempo eu fiquei desacordado, mas quando eu voltei a sentir o meu corpo desejei ter ficado desmaiado. Tudo em mim doía, minhas pernas, as minhas costelas e a minha cabeça onde escorria algo morno com cheiro de sangue.

Estava debaixo de um monte de escombros como galhos e pedras.

“O que havia acontecido?” meu cérebro ainda estava lento depois de tudo que acontecera.

Gemendo sai do entulho olhando em volta e percebendo que a ilha era um caos.

Havia sido jogado baixo, quase perto da praia. A casa estava em ruínas e pegava fogo, acima dela naves do imperador circulavam.

— Como eles nos acharam? – perguntei com a voz rouca e tentei ver se via alguém, mas tudo era de um estranho silencio apenas quebrado pelo crepitar do fogo cem metros acima de mim.

Eu podia sentir o meu filho vivo e isso me acalmou um pouco.

— Eles têm que ter sobrevivido – resmunguei mancando até a linha das árvores.

Precisava me esconder na mata e tentar chegar perto da casa para achar alguém e eu não ia pensar na possibilidade deles terem morrido.

Ouvi as naves cada vez mais baixas e estremeci de medo. Pela primeira vez eu estava sozinho em um lugar desconhecido.

O calor do incêndio chegou até mim, mas eu não pude chegar até a casa já que ouvi ordens dos soldados ao longe.

Deitei atrás de um tronco caído ouvindo.

— Ninguém sobreviveu – resmungava um soldado – Não sei pra que temos que descer aqui.

— Cale a boca! – resmungou um oficial.

Não! Em hipótese nem uma eu ia aceitar que eles estejam mortos!

Tentei dar a volta para olhar melhor a casa quando tropecei em algo e fui ao chão. Xinguei alguns palavrões, estava todo dolorido e mais isso, mas as minhas dores desapareceram ao perceber que eu tropeçara em um corpo.

— Tiol!

Ele estava caído de bruços com a roupa meio queimada. Tremendo do que ia achar eu virei o seu corpo. Ele tinha queimaduras no rosto e um corte perto da têmpora esquerda que sangrava muito, mas o que mais me preocupava eram as queimaduras em seus olhos.

Ele gemeu e tentou abrir os olhos.

— Deus! – ele levou as mãos para a região queimada, mas eu a segurei.

— São queimaduras Tiol. Não esfregue.

— Andrew?! Já é noite? Está tão escuro.

“Merda! Merda! Merda! Merda! Tiol não podia estar cego!”

— Você viu os outros? Eu não sei nada alem da explosão.

— Seu pai nos achou e bombardeou a casa. A onda de choque me jogou longe.

— A mim também. Andrew precisamos de luz para procurar os outros.

“E agora?”

 — Hum, Tiol. Ainda é dia.

— Como? – ele tentou levar a mão às queimaduras, mas continuei segurando elas.

— Seus olhos sofreram queimaduras, deve ser momentâneo...

Eu não pude completar a frase ao ver as lagrimas escorrerem dos seus olhos.

— Você viu mais alguém?

— Lamento, mas a casa esta queimando e há guardas por ai.

Tiol sentou tocando as folhas não chão com as mãos.

— Andrew você precisa ir. Vá para o barco e se afaste o mais que puder e tente encontrar uma célula dos revolucionários e...

— O que diabos você ta falando? Eu não vou sozinho!

— Eu só vou ti atrasar e você sabe disso. Estou cego e ferido e tem de pensar no nosso filho, apenas me aponte o local dos guardas para que possa distrair a sua fuga.

Com raiva desferi um tapa no rosto dele que, em vista das queimaduras deve ter doido um pocado.

— Cale a boca! Eu não vou só! Não vou perder mais ninguém que eu amo nem que eu tenha que ti carregar! Me ouviu?

— Eu e toda guarda nacional – resmungou o príncipe tocando no rosto dolorido – Me ajude a levantar seu teimoso idiota. Temos que chegar ao barco logo.

Foi uma jornada lenta e cheia de tropeços, mas conseguimos descer o morro e ir até a praia.

— Posso ver o barco – disse para Tiol que tinha um braço sobre os meus ombros.

Ele estava pálido e podia desmaiar a qualquer momento. Ferido e com queimaduras por todo o lado eu nem podia imaginar a dor que ele estava passando.

— Fico feliz que esteja vivo filho – parei tremulo ao ouvir aquela voz fria e Tiol soltou um rosnado de raiva.

Virei para a direita e dei com o imperador que sorria debochado.

— Desgraçado! – Tiol disse se afastando de mim – Você nos bombardeou sem nem mesmo pensar! Eu não acredito que sou filho de você!

— Eu que não acredito que seja meu filho Tiol. Não sabia que tinha a cabeça tão fraca a ponto de seguir as ideias loucas de Abrahan e de Yaci, eu pensava que tinha bom senso. Você e seus irmãos iniciaram uma guerra e nem estão nem ai para o povo e Aurifen.

— Cale a boca! Não venha posar de bom governante comigo! Eu sei o tipo de escória que você é e no que estava me transformando. Você não passa de um covarde que se esconde atrás de suas tropas!

— Quer que eu ti mate aqui Tiol? – Adamas riu – Não, é fácil demais. Eu vou dar a você um pouco do seu veneno, mas para seu amigo eu vou cuidar bem – ele olhou para mim e mostrei o dedo do meio para ele – Afinal com ele eu posso mostrar como salvar a nossa raça de extinção.

— Deixe Andrew fora disso.

— Aqui querido filho, você não tem vez. Levem eles! – Adamas gritou para os soldados.

Eles me empurraram para frente e seguraram nos braços de Tiol o arrastando. Havia uma pequena nave pousada atrás de uma rocha e fora isso que me impedira da vê-la.

Fomos jogados dentro de uma cabina da nave. Tiol havia desmaiado e fui até ele preocupado, mas sem muito que pudesse fazer.  

O que o imperador ia fazer conosco?

Durante todo esse tempo eu nunca havia cogitado a possibilidade dele nos pegar e muito menos que os outros morressem.

— Eles não estão mortos! Eles não estão mortos! – durante muito tempo eu repeti isso como uma oração, como de se, de repente, Deus pudesse ouvir as minhas preces.

A nave chegou uma hora depois ao castelo do imperador e ali fomos separados apesar dos meus gritos e ter esperneado. Sei que foi infantil, mas tentem estar na situação que eu estava e ficar de cabeça fria?

Fui parar em um quarto no alto da torre com janelas trancadas e de vidro blindado. O quarto tinha uma cama de casal, um armário e um banheiro.

Cansado e com medo eu sentei na cama e olhei pelo vidro da janela tentando não imaginar o que eles podiam estar fazendo a Tiol ou se eu ia vê-lo novamente.

Algumas horas depois eu soube que eles não iam matar Tiol pelo simples fato que o meu filho precisava do pai para se sentir bem, mas quando Tiol foi jogado dentro do quarto eu percebi que ele precisava apenas estar vivo e não precisamente bem...

~~***~~

Tiol acordou ao perceber que estava sendo amarrado a um tronco. Gemeu de dor ao raspar as queimaduras na madeira áspera.

— Como está filho? – seu pai coloco a mão em seu ombro e Tiol gritou com ele.

— Tire suas mãos de mim! Eu tenho nojo de você!

— Quanta empáfia! – o imperador riu – Mas eu não vou ti tocar Tiol, vou apenas apreciar o show.

Tiol não entendeu o que ele queria dizer até que suas roupas começaram a ser costadas e ele percebeu que estava amarrado ao tronco da sala de jogos. Apenas naquele momento ele ouviu os murmúrios e risadas à sua volta.

Permaneceu rígido enquanto suas roupas eram retiradas sabendo que gritar só ia dar mais satisfação ao seu pai.

— Mestre dos jogos ele precisa de um estímulo! – seu pai riu de um ponto ali perto e Tiol imaginou que Adamas estaria no sofá que ele costumava ficar para observar as torturas.

O rapaz tentou permanecer quieto e rígido enquanto o cateter era introduzido em seu ânus cada vez mais fundo e sem dó pelo mestre dos jogos. Depois um liquido frio foi jogado dentro dele escorrendo um pouco pelo seu buraco.

— Mestre deixe sentir algo. Vamos jogas!

À sua volta ele ouviu gemidos de prazer e gritos dos escravos, alguns choravam. Aquilo não era como os jogos que ele fazia, não é? Não podia ser!

Em minutos o afrodisíaco começou a fazer efeito e fogo começou a correr por suas veias indo até seu pênis que ficou ereto, tão duro que podia quebrar. Tiol mordeu os lábios a ponto de arrancar sangue para não gemer, mas logo ele gemia de desespero tentando se libertar daquela sensação desesperadora.

O mestre dos jogos foi até ele e sentiu que seu pênis era seguro pelas mãos deste e isso foi o suficiente para ele gozar com um grito.

— Você não tem permissão para gozar! – resmungou o mestre – Deve ser punido.

— Punição! Punição! Punição! – gritavam á sua volta.

Seu pênis foi amarrado com correias de couro assim como as suas bolas de forma tão apertado que ele gritou de dor. Era impossível gozar agora e ele nunca havia sentido nada mais terrível em sua vida!

De repente algo cortou o ar com um silvo e sentou nas suas costas as lambadas do chicote de couro.

Gritando de dor arqueou as costas, mas o mestre continuou a flagelá-lo sem piedade. Suas costas ardiam e queimavam a cada chibatada e depois da vigésima ele achou que ia desmaiar, mas o mestre parou deixando ele pendurado nas algemas, todavia sua tortura não havia acabado. Com a palmatória começou o espancamento de suas nádegas. Lagrimas começaram a escorrer de seus olhos machucados e ele implorou para que aquilo acabasse infelizmente ele sabia que não ia ser tão fácil assim.

Assim que acabou o espancamento ele foi retirado do tronco e arrastado para o cavalo, uma estrutura de ferro comprida e em formato piramidal para que o escravo fosse amarrado ali pelas penas, braços e com o pênis também amarrado. O desconforto era imenso tendo as penas exageradamente abertas e o topo do cavalo apertando suas bolas.

— Senhores – seu pai disse – Sirvam-se.

Risadas foram ouvidas acima dos gemidos dos escravos e logo Tiol tinha alguém perto dele.

— Vamos ver o quanto você é gostoso príncipe!

Um dedo rude foi pressionado em seu buraco e logo eram dois, três e por fim o homem forçava a mão inteira dentro dele. Seus gritos encheram o ambiente cavernoso.

— Agora me satisfaça! – o homem enfiou o seu pau em uma só estocada e começou a se movimentar bruscamente.

Esse foi o primeiro de tantos que Tiol deixou de contar nos trinta. Seu corpo estava anestesiado e as horas foram passando com os homens o fodendo enquanto ainda podia ouvir os gemidos dos escravos.

Depois de muitas horas, ou dias, ele não sabia dizer ele foi arrancado do cavalo e jogado ao chão.

— Mestre dos jogos cuide dele – seu pai ria enquanto chutava suas costelas – Afinal o nosso brinquedo deve permanecer vivo.

Tiol queria morrer naquele momento, não pela dor, mas pela vergonha. No final das contas ele era um monstro como o seu pai. Agora ele sabia o que fizera e nunca em sua vida sentiu mais vergonha dos seus atos.

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