Capitulo
28 – Presos
— Andrew esses são meus maridos.
QUE???????????????
Não é possível! Eu devia ter entrado em
alguma realidade paralela ou coisa parecida. Valdi não podia ter se casado em
tão pouco tempo e com dois piratas!
—
Valdi... – Tiol segurou as mãos do irmão, mas este se soltou e foi para perto
dos piratas.
—
Tiol! Basta saber que eu me casei e que Gwidion e Frey estão aqui para ajudar.
Eles têm uma grande nave de combate e uma tripulação experiente.
Eu
gostava de Valdi e havia algo naquela história que não cheirava bem, mas se
eles podiam nos ajudar a livrar o mundo de um imperador maluco eu ia aceitar,
mas depois de tudo pronto eu ia mostrar para aquela escória o que achava deles.
Perguntei
para Valdi onde Ian estava e fui para o quarto no fim do corredor onde ele
estava deitado em uma cama meio empoeirada.
— Ei
Ian! – pulei na cama e o rapaz acordou assustado e deu um pequeno grito de
contentamento ao se atirar em meus braços – Como você está?
—
Andrew!! Que bom que você está bem!
—
Acho que sobrevivi a minha primeira queda de avião – eu ri.
—
Foi horrível – disse o rapaz olhando para o chão – Ver as pessoas morrendo
enquanto tínhamos que correr e depois quando nos perdemos eu fiquei doente –
suas mãos fecharam em punho em cima das pernas – Pensei que ia perder o meu
filho Andrew.
— Eu
sei – eu segurei um dos punhos fechados dele e forcei para que abrisse e assim
eu pudesse enroscar os meus dedos nos dele – Aconteceu o mesmo comigo Ian. Meu
corpo começou a rejeitar o feto.
—
Você não...? – ele empalideceu e eu sorri.
—
Não se preocupe, conseguimos um remédio e evitamos isso.
—
Graças a Deusa – ele gemeu.
—
Você viu Valdi? – mudei de assunto.
—
Vi, eles estavam aqui quando chegamos e devo dizer que Yaci não gostou nada de
ter seu irmão casado com dois marmanjos e ainda piratas.
—
Sabe eu acho que ai tem coisa. Valdi não ia se casar assim, pelo que sei o
casamento em Aurifen são coisas sagradas.
—
Muito. Quando se casam eles unem seus espíritos, se tornam um só.
— Eu
não confio em piratas, mas acho que tenho que esperar até eles nos ajudarem
para que eu mostre para eles o que acho de raça maldita que fazem parte.
—
Andrew! – Ian me olhou assombrado e eu dei um sorriso.
—
Vamos esquecer isso! – eu o puxei pela mão – Vamos para a sala!
Depois
disso aconteceu o fim do mundo. Bem, não foi o mundo todo, mas a ilha teve seu
fim.
Eu
não saberia descrever o que aconteceu com precisão. O que sei é que uma grande
explosão sacudiu tudo e a onda de choque me levou de encontro á parede que
havia desmoronado me jogando por ela. Pedras caiam à minha volta e outro forte
vento provocado por uma bomba me empurrou ladeira abaixo, eu mais parecia uma
folha em um tornado. Quando bati no chão e pedras choveram sobre mim eu perdi
os sentidos.
Não
sei quando tempo eu fiquei desacordado, mas quando eu voltei a sentir o meu
corpo desejei ter ficado desmaiado. Tudo em mim doía, minhas pernas, as minhas
costelas e a minha cabeça onde escorria algo morno com cheiro de sangue.
Estava
debaixo de um monte de escombros como galhos e pedras.
“O
que havia acontecido?” meu cérebro ainda estava lento depois de tudo que
acontecera.
Gemendo
sai do entulho olhando em volta e percebendo que a ilha era um caos.
Havia
sido jogado baixo, quase perto da praia. A casa estava em ruínas e pegava fogo,
acima dela naves do imperador circulavam.
—
Como eles nos acharam? – perguntei com a voz rouca e tentei ver se via alguém,
mas tudo era de um estranho silencio apenas quebrado pelo crepitar do fogo cem
metros acima de mim.
Eu podia
sentir o meu filho vivo e isso me acalmou um pouco.
—
Eles têm que ter sobrevivido – resmunguei mancando até a linha das árvores.
Precisava
me esconder na mata e tentar chegar perto da casa para achar alguém e eu não ia
pensar na possibilidade deles terem morrido.
Ouvi
as naves cada vez mais baixas e estremeci de medo. Pela primeira vez eu estava
sozinho em um lugar desconhecido.
O calor
do incêndio chegou até mim, mas eu não pude chegar até a casa já que ouvi
ordens dos soldados ao longe.
Deitei
atrás de um tronco caído ouvindo.
—
Ninguém sobreviveu – resmungava um soldado – Não sei pra que temos que descer
aqui.
—
Cale a boca! – resmungou um oficial.
Não!
Em hipótese nem uma eu ia aceitar que eles estejam mortos!
Tentei
dar a volta para olhar melhor a casa quando tropecei em algo e fui ao chão. Xinguei
alguns palavrões, estava todo dolorido e mais isso, mas as minhas dores
desapareceram ao perceber que eu tropeçara em um corpo.
—
Tiol!
Ele estava
caído de bruços com a roupa meio queimada. Tremendo do que ia achar eu virei o
seu corpo. Ele tinha queimaduras no rosto e um corte perto da têmpora esquerda
que sangrava muito, mas o que mais me preocupava eram as queimaduras em seus
olhos.
Ele gemeu
e tentou abrir os olhos.
—
Deus! – ele levou as mãos para a região queimada, mas eu a segurei.
—
São queimaduras Tiol. Não esfregue.
—
Andrew?! Já é noite? Está tão escuro.
“Merda!
Merda! Merda! Merda! Tiol não podia estar cego!”
—
Você viu os outros? Eu não sei nada alem da explosão.
—
Seu pai nos achou e bombardeou a casa. A onda de choque me jogou longe.
— A
mim também. Andrew precisamos de luz para procurar os outros.
“E
agora?”
— Hum, Tiol. Ainda é dia.
—
Como? – ele tentou levar a mão às queimaduras, mas continuei segurando elas.
—
Seus olhos sofreram queimaduras, deve ser momentâneo...
Eu não
pude completar a frase ao ver as lagrimas escorrerem dos seus olhos.
—
Você viu mais alguém?
—
Lamento, mas a casa esta queimando e há guardas por ai.
Tiol
sentou tocando as folhas não chão com as mãos.
—
Andrew você precisa ir. Vá para o barco e se afaste o mais que puder e tente
encontrar uma célula dos revolucionários e...
— O
que diabos você ta falando? Eu não vou sozinho!
— Eu
só vou ti atrasar e você sabe disso. Estou cego e ferido e tem de pensar no
nosso filho, apenas me aponte o local dos guardas para que possa distrair a sua
fuga.
Com raiva
desferi um tapa no rosto dele que, em vista das queimaduras deve ter doido um
pocado.
—
Cale a boca! Eu não vou só! Não vou perder mais ninguém que eu amo nem que eu
tenha que ti carregar! Me ouviu?
— Eu
e toda guarda nacional – resmungou o príncipe tocando no rosto dolorido – Me ajude
a levantar seu teimoso idiota. Temos que chegar ao barco logo.
Foi uma
jornada lenta e cheia de tropeços, mas conseguimos descer o morro e ir até a
praia.
—
Posso ver o barco – disse para Tiol que tinha um braço sobre os meus ombros.
Ele estava
pálido e podia desmaiar a qualquer momento. Ferido e com queimaduras por todo o
lado eu nem podia imaginar a dor que ele estava passando.
—
Fico feliz que esteja vivo filho – parei tremulo ao ouvir aquela voz fria e
Tiol soltou um rosnado de raiva.
Virei
para a direita e dei com o imperador que sorria debochado.
—
Desgraçado! – Tiol disse se afastando de mim – Você nos bombardeou sem nem
mesmo pensar! Eu não acredito que sou filho de você!
— Eu
que não acredito que seja meu filho Tiol. Não sabia que tinha a cabeça tão
fraca a ponto de seguir as ideias loucas de Abrahan e de Yaci, eu pensava que
tinha bom senso. Você e seus irmãos iniciaram uma guerra e nem estão nem ai
para o povo e Aurifen.
—
Cale a boca! Não venha posar de bom governante comigo! Eu sei o tipo de escória
que você é e no que estava me transformando. Você não passa de um covarde que
se esconde atrás de suas tropas!
—
Quer que eu ti mate aqui Tiol? – Adamas riu – Não, é fácil demais. Eu vou dar a
você um pouco do seu veneno, mas para seu amigo eu vou cuidar bem – ele olhou
para mim e mostrei o dedo do meio para ele – Afinal com ele eu posso mostrar
como salvar a nossa raça de extinção.
— Deixe
Andrew fora disso.
—
Aqui querido filho, você não tem vez. Levem eles! – Adamas gritou para os
soldados.
Eles
me empurraram para frente e seguraram nos braços de Tiol o arrastando. Havia uma
pequena nave pousada atrás de uma rocha e fora isso que me impedira da vê-la.
Fomos
jogados dentro de uma cabina da nave. Tiol havia desmaiado e fui até ele
preocupado, mas sem muito que pudesse fazer.
O que
o imperador ia fazer conosco?
Durante
todo esse tempo eu nunca havia cogitado a possibilidade dele nos pegar e muito
menos que os outros morressem.
—
Eles não estão mortos! Eles não estão mortos! – durante muito tempo eu repeti
isso como uma oração, como de se, de repente, Deus pudesse ouvir as minhas
preces.
A nave
chegou uma hora depois ao castelo do imperador e ali fomos separados apesar dos
meus gritos e ter esperneado. Sei que foi infantil, mas tentem estar na situação
que eu estava e ficar de cabeça fria?
Fui parar
em um quarto no alto da torre com janelas trancadas e de vidro blindado. O quarto
tinha uma cama de casal, um armário e um banheiro.
Cansado
e com medo eu sentei na cama e olhei pelo vidro da janela tentando não imaginar
o que eles podiam estar fazendo a Tiol ou se eu ia vê-lo novamente.
Algumas
horas depois eu soube que eles não iam matar Tiol pelo simples fato que o meu
filho precisava do pai para se sentir bem, mas quando Tiol foi jogado dentro do
quarto eu percebi que ele precisava apenas estar vivo e não precisamente bem...
~~***~~
Tiol
acordou ao perceber que estava sendo amarrado a um tronco. Gemeu de dor ao
raspar as queimaduras na madeira áspera.
—
Como está filho? – seu pai coloco a mão em seu ombro e Tiol gritou com ele.
—
Tire suas mãos de mim! Eu tenho nojo de você!
—
Quanta empáfia! – o imperador riu – Mas eu não vou ti tocar Tiol, vou apenas
apreciar o show.
Tiol
não entendeu o que ele queria dizer até que suas roupas começaram a ser
costadas e ele percebeu que estava amarrado ao tronco da sala de jogos. Apenas naquele
momento ele ouviu os murmúrios e risadas à sua volta.
Permaneceu
rígido enquanto suas roupas eram retiradas sabendo que gritar só ia dar mais
satisfação ao seu pai.
—
Mestre dos jogos ele precisa de um estímulo! – seu pai riu de um ponto ali
perto e Tiol imaginou que Adamas estaria no sofá que ele costumava ficar para
observar as torturas.
O rapaz
tentou permanecer quieto e rígido enquanto o cateter era introduzido em seu
ânus cada vez mais fundo e sem dó pelo mestre dos jogos. Depois um liquido frio
foi jogado dentro dele escorrendo um pouco pelo seu buraco.
—
Mestre deixe sentir algo. Vamos jogas!
À sua
volta ele ouviu gemidos de prazer e gritos dos escravos, alguns choravam. Aquilo
não era como os jogos que ele fazia, não é? Não podia ser!
Em minutos
o afrodisíaco começou a fazer efeito e fogo começou a correr por suas veias
indo até seu pênis que ficou ereto, tão duro que podia quebrar. Tiol mordeu os lábios
a ponto de arrancar sangue para não gemer, mas logo ele gemia de desespero
tentando se libertar daquela sensação desesperadora.
O mestre
dos jogos foi até ele e sentiu que seu pênis era seguro pelas mãos deste e isso
foi o suficiente para ele gozar com um grito.
—
Você não tem permissão para gozar! – resmungou o mestre – Deve ser punido.
—
Punição! Punição! Punição! – gritavam á sua volta.
Seu pênis
foi amarrado com correias de couro assim como as suas bolas de forma tão
apertado que ele gritou de dor. Era impossível gozar agora e ele nunca havia
sentido nada mais terrível em sua vida!
De repente
algo cortou o ar com um silvo e sentou nas suas costas as lambadas do chicote
de couro.
Gritando
de dor arqueou as costas, mas o mestre continuou a flagelá-lo sem piedade. Suas
costas ardiam e queimavam a cada chibatada e depois da vigésima ele achou que
ia desmaiar, mas o mestre parou deixando ele pendurado nas algemas, todavia sua
tortura não havia acabado. Com a palmatória começou o espancamento de suas
nádegas. Lagrimas começaram a escorrer de seus olhos machucados e ele implorou
para que aquilo acabasse infelizmente ele sabia que não ia ser tão fácil assim.
Assim
que acabou o espancamento ele foi retirado do tronco e arrastado para o cavalo,
uma estrutura de ferro comprida e em formato piramidal para que o escravo fosse
amarrado ali pelas penas, braços e com o pênis também amarrado. O desconforto
era imenso tendo as penas exageradamente abertas e o topo do cavalo apertando
suas bolas.
—
Senhores – seu pai disse – Sirvam-se.
Risadas
foram ouvidas acima dos gemidos dos escravos e logo Tiol tinha alguém perto
dele.
—
Vamos ver o quanto você é gostoso príncipe!
Um dedo
rude foi pressionado em seu buraco e logo eram dois, três e por fim o homem
forçava a mão inteira dentro dele. Seus gritos encheram o ambiente cavernoso.
—
Agora me satisfaça! – o homem enfiou o seu pau em uma só estocada e começou a
se movimentar bruscamente.
Esse
foi o primeiro de tantos que Tiol deixou de contar nos trinta. Seu corpo estava
anestesiado e as horas foram passando com os homens o fodendo enquanto ainda
podia ouvir os gemidos dos escravos.
Depois
de muitas horas, ou dias, ele não sabia dizer ele foi arrancado do cavalo e
jogado ao chão.
—
Mestre dos jogos cuide dele – seu pai ria enquanto chutava suas costelas –
Afinal o nosso brinquedo deve permanecer vivo.
Tiol
queria morrer naquele momento, não pela dor, mas pela vergonha. No final das
contas ele era um monstro como o seu pai. Agora ele sabia o que fizera e nunca
em sua vida sentiu mais vergonha dos seus atos.
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