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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O Ecravo II - Capitulo 5 - Andrew ao Ataque




Capitulo 5 – Andrew ao Ataque



Frustrado Andrew jogou o controle do comunicador longe. Já fazia dois dias que ele não tinha noticias do filho e mesmo com a noticia da Federação que uma supernova estava atrapalhando as comunicações ele sentia que tinha algo errado e em todos aqueles anos havia aprendido a confiar em seus sentidos.

— Mal humorado de novo? – perguntou Ian que estava de visita.

— Eu estou preocupado Ian, isso é pecado por acaso? Vocês todos devem achar que sou algum tipo de pai controlador idiota que não dá abertura para os filhos!

A expressão de Ian dizia tudo e Andrew bufou se segurando para não chutar a grande estrutura que era o radio sub espacial.

— Sabe você não mudou nada – Ian deu uma leve risada.

— Você também Ian, continua a mesmo chato de fala mansa – o outro voltou a bufar a sentou em uma poltrona.

Ian tentou não rir do outro. Um Andrew mal humorado era sempre um perigo.

Em todos aqueles anos Ian havia encorpado um pouco, ficado com a pele morena destacando os olhos azuis, mas ele sempre seria uma pessoa calma, que os lideres populares procuravam quando precisavam de algo do imperador. Ainda tinha o rosto jovem e sem rugas, mas quem olhasse dentro dos seus olhos veria tudo o que ele já passou.

Já Andrew não parecia ter mudado nada em dezesseis anos. O rosto jovem mostrava a sua descendência dos povos do centro da galáxia que envelheciam muito mais tarde. Talvez uma mudança em Andrew fosse que ele tenha se tornado mais teimoso ainda, Tiol costumava falar isso nas reuniões de família sem que ele ouvisse.

— Eu sei que tem alguma coisa de errado!

— Você só esta com saudades Andrew. Sempre manteve seus filhos perto dos seus olhos e isso pode ser o que está dificultando a sua adaptação sem eles.

Andrew revirou os olhos. Estava ficando cansado de ter que conversar com as pessoas e elas acharem que ele é algum tipo de idiota que precisa de um psicólogo para deixar os filhos saírem de casa.

Certo ele podia ser super protetor e coisa e tal, mas algo em seu coração dizia que tinha algo de errado e ele estava disposto a averiguar!

— Tio Ian! – Erant abraçou Ian com carinho e Pablo pulou no colo do tio abraçando ele pelo pescoço.

— Assim vocês vão matá-lo e vamos ter que responder ao Imperador.

— Papa com ciúmes! – gritaram os dois e pularam no pai com tudo quase jogando ele fora da poltrona.

— Suas pestes! – Andrew ria da exuberância dos filhos.

— Eu queria saber se eles podem ficar uns dias no castelo – Ian disse olhando o amigo – Tales chamou Brit e vão fazer um acampamento nos jardins para aproveitar as férias.

— Podemos papa?

— É papa, podemos?

Os dois meninos praticamente o balançavam e ele se esforçava para não rir.

— Acho que podemos negociar.

— Af! – Erant resmungou cruzando os braços fazendo um grande bico parecendo demais com o seu papa nesse momento – Que tipo de negócio?

— Que tal o de obedecer seus tios heim?

Erant olhou Pablo que coçava a cabeça.

— Papa achei que a gente sempre devia fazer isso! – o mais novo parecia confuso e nesse momento Ian não agüentou e caiu na risada.

— Vão arrumar suas coisas! – disse Andrew fazendo cara feia para eles o que não impediu deles pularem novamente no pai e correrem escada acima.

— Prometo cuidar deles essa semana. Vai ser um bom tempo para ficar sozinho com Tiol.

— Aquele cabeça de vento? Pois, ele está ao norte e por mim ele pode ficar lá até virar uma estátua de gelo! Só vou sentir falta de uma parte de sua anatomia!

Ian ficou vermelho e balançou a cabeça.

— Sabia que você precisam parar de brigar?

— E onde vai estar à graça da vida?

— Certo, desisti de entender a sua lógica já faz muito tempo, mas se está só porque não vai com a gente?

— Obrigado Ian, mas vou ficar com o meu jardim que nos últimos tempos está parecendo uma mata fechada, além disso, a coisa que chamo de marido deve chegar amanhã.

— Tudo bem.

Mas logo que Ian saiu com as crianças, jardim era a ultima coisa que Andrew pensava. Ele ia saber o que estava acontecendo com seu filho de qualquer modo.

Arrumou uma bolsa com roupas e documentos e deixou um bilhete para Tiol em cima do rádio sub espacial e entrou no seu carro indo rumo à capital econômica Mailt.

A cidade fora inteiramente reconstruída depois da guerra. Crescera bastante em todos aqueles anos e agora nas ruas viam-se não apenas os aurifenses puros, mas muitos mestiços e humanos convivendo cordialmente.

Durante anos a população relutou em aceitar isso, mas os jovens que foram chagando não estava mais interessados em preconceitos ou coisa de raça pura. Eles haviam crescido em um mundo onde não haviam mais escravos e queriam continuar assim.

Andrew foi em direção ao espaço porto muito movimentado com naves pousando e levantando voo o tempo todo, mas eram naves de curto alcance, destinadas aos mundos do sistema e principalmente à lua Aurilien.

Ele pegou um ônibus espacial que ia rumo à lua e em poucos minutos estava no imenso porto espacial onde naves da Federação se abasteciam, trocavam mercadorias ou faziam a manutenção para partir para pontos mais distantes de Via Láctea.

O especo porto tinha dez quilômetros de lado a lado e era afeito de um material mais duro que o concreto para suportar o peso até da maior nave. Dividido em setores à direita podia se ver naves mercantes de todos os tamanhos e formatos e à esquerda as naves em forma e disco dos agentes da federação da Terra.

Sabia que nem um transporte o levaria a onde ele queria ir, na sua maioria eram naves mercantes, mas havia algumas naves patrulhas em meio a elas.

Agora que ele estava ali começou a pensar se o que ele estava fazendo não era uma loucura, mas espantou esse pensamento como que espanta uma mosca. Estava preocupado com o filho e ia atrás dele e fim de papo.

O único modo de ir rumo ao sistema Taurinis era se ele alugasse uma nave e as melhores eram dos saltadores, um tipo de comerciantes que iam de mundo a mundo trocando e comerciando qualquer coisa e por vezes sendo contratados como mercenários.

— Certo – Andrew segurou a mochila partindo para as fileiras de naves mercantes – Agora eu só tenho que achar uma.  

~~***~~

O médico era um homem calado de cabelos brancos que falava em uma língua que Itieu não conhecia, mas Raqsa falava fluentemente. Ele deu ao ex-escravo um vidro com um liquido se inclinou para ele e para Itieu saindo.

— Ele disse que Gael vai melhorar se tomar o remédio – levantou o frasco e sorriu – Ele não conhece humanos, mas eles são parecidos com os ghals.

Itieu se sentia melhor depois de um banho e colocar algumas roupas mesmo que elas fossem muito estranhas. Eram largas e suaves, feitas de um tecido fresco e liso.

Ele sentou perto de Gael olhando preocupado para o rapaz ainda inconsciente. Passou a mão pelos cabelos dele lembrando do rapaz humanos combativo que não se entregava fácil.

Com os seus carinhos os olhos dele foram se abrindo lentamente mostrando os belos olhos negros que de inicio pareciam confusos, mas depois ele pareceu acordar e deu um pulo da cama olhando em volta tremendo.

— Pensei que fosse um pesadelo – disse com a voz tremula olhando em volta e fixando seu olhar no rosto sorridente de Raqsa – Fui seqüestrado por um doido? Como isso pode acontecer em plena federação?

— Bem fomos os dois seqüestrados Gael – disse Itieu com um toque de mau humor.

O humano o olhou com raiva como se fosse culpa dele estar ali.

— Acho que você não vai ter problemas, seu povo vive para trepar.

— Que? – Itieu levantou da cama – Quem ti deu liberdade de falar do meu povo humanos da Terra? O fato dos aurifenses gostarem de sexo não quer dizer que eu compactuo com estupros!

— Não é isso que se houve pela galáxia.

— Não sabia que você ficava por ai ouvindo fofocas! Esperava mais de um oficial da Terra.

— Eu não escuto fofocas aurifense! Eu leio o que os jornais do meu mundo falam de gente como vocês!

— Gente como nós?! – os olhos de Itieu brilharam de fúria – E o que dizer de gente como você? Um punhado de falsos puritanos que se escondem atrás de uma fachada para não mostrar o fogo que tem. Meu povo é honesto, coisa que o seu devia aprender a ser!

— Eu acho que brigar não é o melhor caminho – disse Raqsa sorrindo – O príncipe pode não gostar se entrar aqui.

— Eu quero que o seu príncipe vai para o inferno! – gritou Gael cheio de raiva – Meu pai está morrendo e eu tenho que ficar aqui porque um idiota mimado me seqüestrou. Se o meu pai morrer e eu não estiver lá eu juro por tudo que é mais sagrado em todo esse universo que não vai haver lugar para ele se esconder, porque eu vou matá-lo, arrancando pedaço a pedaço dele!

Havia tenta raiva nos olhos de Gael que Itieu esfriou da sua discussão. Lembrou de seus pais e sabia como o humano se sentia. Se fosse com ele também ia estar cheio de raiva e revolta.

Uma batida na porta revelou Kamar que olhou para Raqsa e depois para Itieu.

— O Príncipe Guerreiro está ai e quer vê-lo Itieu.

O que adiantava ele não ir? Ia acabar sendo arrastado e humilhado. Com um ultimo olhar para o rosto vermelho de Gael ele acompanhou Kamar para fora do quarto.

Foram para uma parte do jardim onde uma fonte gorgolejava em um prato de pedra em meio a árvores onde flores de mais de sessenta centímetros cresciam. Um perfume de mel pairava no ar que agora estava mais úmido. Haviam poltronas cheias de almofadas em torno dela onde estavam os escravos do harém e em torno de Kafen o acariciando.

Ele olhou com desdém para a raiva que Itieu demonstrava e se levantou parecendo um gato pronto para a caça.

— Parece que está bem melhor.

O aurifense se segurou para não xingá-lo, mas estava cheio de segurar os seus sentimentos e pareciam que eles iam explodir dentro dele.

Tomado de uma raiva como ele nunca havia sentido, seu um empurrão em Kafen vendo com prazer que o jogava longe. Agora ia mostra a força que o seu povo tinha.   

— Ora o meu escravinho esta mostrando as garras – disse ele cheio de prazer se levantando.

— Acha mesmo que pode comigo ghal? – disse Itieu com desprezo.

— Acho que vamos ver.

Ele fez um sinal para Kamar ficar onde estava e avançou para o outro que desviou com rapidez de Kafen e empurrou as suas costas o fazendoele voar para um grande arbusto. Os outros escravos do harém exclamaram horrorizados com o que viam.

— Seu escravo desgraçado! – Kafen estava realmente com raiva ao sair do meio do arbusto cheio de folhas nos cabelos e na roupa.

Com rapidez retirou um aparelho do bolso a apertou, na mesma hora Itieu gritou em agonia e caiu de joelhos ao se ver eletrocutado pela coleira.

— Saiba que é ai que você deve estar – disse Kafen empurrando para que ele caísse no chão ainda se contorcendo e gemendo pela intensidade do choque.

Com os músculos em convulsão Itieu percebeu que não ia conseguir se defender de Kafen e o outro aproveitou para segurar a sua coleira e o arrastar para um canto do jardim onde havia um cômodo.

— Meninos vamos dar as boas vindas a ele – disse Kafen sorrindo.

Ele ouviu risadas e ele foi erguido por muitas mãos, sua roupa retirada com brutalidade a ponto dela rasgar e uma corda começou a ser amarrada em torno dele com complicados nós e padrões. Seus braços foram presos para trás com força, a corda apertou seu tórax e uma barra afastou suas pernas até mais não poder. Suas bolas e pênis também foram amarrados de forma firme que o fez gritar de dor.

De repente suas cordas foram presas a ganchos e ele ficou suspenso no ar de forma extremamente desconfortável. A barra foi retirada das suas pernas já que as coradas as mantinha abertas.

— Você está lindo – disse Kafen rindo e acariciando a sua entrada – Totalmente ao meu dispor – sem retirar os olhos dele Kafen forçou três dedos a entrar dentro dele com força e Itieu gritou se contorcendo – Vamos lute! Adoro um pouco de ação.

— Seu desgraçado! – Itieu quase chorava de dor.

— Talvez um pouco de entusiasmo ajude – disse As’ah com a voz toda doce chagando perto com uma bandeja onde se viam alguns dildos de várias cores e todos de grande tamanho e muito grossos e uma seringa.

As’ah estava nu, apenas com as jóias em torno das bolas e do pênis, agora ereto fazendo a corrente de ouro tilintar.

— Meu belo As’ah – Kafen puxou o escravo para perto dele – Você cuidaria de Itieu para mim, não é? Só acho que ele não precisa do afrodisíaco.

— Claro mestre – o outro ronronou – Tudo que quiser.

Kafen riu e deixou o outro chegar perto de Itieu que não conseguia ver o que estava acontecendo, mas pode sentir quando algo grande e foi introduzido com força desnecessária em seu ânus.

— Meu mestre me deu o presente de adestrá-lo e vou fazer isso com prazer – disse As’ah enfiando ainda mais fundo o dildo de borracha dura e depois puxando para fora e voltando a empurrar ele para dentro.

O escravo segurou a corda que estava em torno de suas bolas e pênis e puxou com força fazendo Itieu gritar de dor.

As’ah ria sádico. Enquanto empurrava o dildo ele puxava a corda nos testículos do aurifense.

— Sabe faz tempo que não enfio o meu pau em alguém – disse ele retirando o dildo e acariciando o longo pênis – Ma acho que você pode dar conta de algo mais, não é?

Ele pegou uma longa aste de aço que tinha bolas em toda a extensão e começou a enfiar no buraco do outro que nunca na vida pode imaginar tal dor. Quando toda a aste estava dentro As’ah começou a empurrar o seu pênis para dentro da entrada de Itieu que estava cheia com a vara. O escravo empurrava sem dó e puxava a corda em seu pênis com uma força que ele achou que o outro ia arrancar seu membro.

— Tão bom – gemeu As’ah ao ver todo seu penis dentro dele.

O outro começou as estocadas balançando ele nas cordas e usando a corda em seus testículos para estabilizá-lo.

Itieu não sabia quanto tempo durou essa tortura, mas logo ele sentiu o esperma quente do outro encher o seu canal.

— Foi bom? – perguntou Kafen vendo o escravo sair de dentro do outro e o sêmen escorrer do ânus e cair no chão.

— Muito bom mestre.

— Acho que não posso demonstrar favoritismo, não é? – olhou para os outros escravos – Quero que me deixem feliz. TODOS vocês devem foder o escravo novo com força. Estão liberados para brincarem com ele o quanto quiserem. Tem o dia todo para isso.





domingo, 10 de fevereiro de 2013

A Busca da Felicidade - Capitulo 10

Capitulo 10




Mauro usou toda a sua força para puxar a cerca e esticar arrumando a parte que fora cortada. Era a quinta vez esse mês que alguém fazia isso e ele estava ficando cheio de consertar, já que parecia que seu chefe tinha prazer em mandá-lo correr de um lado para o outro como um bom cachorrinho.

Respirando fundo ele esticou as costas e passou a mão enluvada na testa tentando enxugar o suor que escorria.

Um mês tinha se passado desde que Heitor morrera. A verdade que a dor nunca ia embora, mas estava se transformando em saudade, uma dolorosa saudade. Um mês que ele voltara para seu quarto em cima da estrebaria e trabalhava o tempo todo a fim de esquecer um pouco da dor que sentia.

Sua mãe tentara falar com ele, mas estava com raiva demais para ouvir qualquer coisa.

Pouco depois do sonho com Heitor ele foi tomado de muita revolta, cheio de dor queria descontar sua raiva em alguém e acabou sendo sua mãe que para ele se fazia de cega por não ver quem Valentim realmente era. Isso tudo gerou com que ele brigasse com Wagner e fizesse a sua mãe lhe dar um belo puxão de orelha.

O resultado? O resto da família não conversava com ele por considerá-lo um guri mimado e Valentim tinha o prazer sádico de lhe dar os trabalhos que todo mundo odiava.

Ele não se importou, o que ele queria era ficar longe de todo mundo. Nunca tivera ninguém tomando conta dele, porque agora isso era importante? Ia viver sozinho, doía menos do que ter relacionamentos. Amar era uma dor que ele se recusava a ter novamente.

Olhou em volta. Estava no alto de um pequeno morro cercado de pastos que davam para uma fazenda vizinha. Ali ele podia ver outras casas à distância, plantações e matas. Algumas araucárias levantavam-se majestosas na paisagem. O ar limpo tinha cheiro adocicado de alguma flor e o vento fraco era úmido e fresco tocando seu rosto como a carícia de um amante.

Balançando a cabeça para não ficar pensando em mais nada terminou a cerca e foi em direção à fazenda. Tinha à tarde de folga para resolver alguns problemas e assim que chagou tomou um banho e saiu a pé rumo à cidade.

Sabia que era longe, mas caminhar era algo que aprendera a gostar. Havia muito para se olhar na estrada e o silêncio que sempre parecia acalmar seus nervos.

Arranjou uma carona com um senhor que morava em uma fazenda ali perto e logo estava em Mendes com a Avenida Principal apinhada de pessoas indo e vindo.

Ele se dirigiu para o escritório de Dante e Dayno onde tinha um encontro com Dayno para resolver os problemas com seus documentos.

A nova secretaria sorriu para ele e o levou para a sala do advogado que estava desmontando o computador, ou parecia estar.

— Não sabia que você era técnico Dayno? – Mauro sorriu para ele.

— É essa merda – resmungou ele saindo detrás da CPU – Amo a tecnologia, mas ela me odeia.

— Posso dar uma olhada? – Mauro não era um técnico ou coisa assim, mas costumava cuidar dos computadores de sua casa sozinho.

Olhou para a tela vendo o que Dayno tinha feito.

— Você entrou em uma tela de comando do seu software – apertou algumas teclas e a tela se abriu – Pronto.

— Graças a Deus. Meus arquivos estão todos ai.

— Você não faz copias?

— Dá muito trabalho.

Mauro riu a saiu da mesa do advogado.

— Compre um HD externo ou você pode ter muita dor de cabeça. Deixe sempre uma cópia de suas coisas em algum lugar. Um vírus pode entrar no seu computador e você perder tudo.

— Não me assuste – resmungou o rapaz, mas olhou para o monitor – Mas acho que você está certo e eu estou sendo relaxado – abriu uma gaveta – Seus documentos.

— O que?! – pasmo ele segurou o pacote – Conseguiu cópias?

— As originais.

— Dayno! – ele olhou para o outro que havia se tornado seu amigo naqueles dias.

— Ta certo! Eu fui até a sua casa e pedi para seu pai.

Mauro ficou sem fala. Havia alertado o outro de como seu pai era violento e mais, de que ele devia manter segredo de onde ele estava!

— Antes que comece a gritar eu levei Dante comigo e não falei onde você estava em momento algum. Usei o antigo endereço de nosso escritório em São Paulo.

— Assim você vai me fazer ter um infarto Dayno! Meu pai podia ter machucado vocês dois.

— Bem Mauro, seu que ele é seu pai, mas ele não tem bolas suficientes para brigar comigo e Dante, logo se acovardou. Conseguimos seus documentos e ele perguntou onde devia mandar o restante de suas coisas – ele deu uma risada – Dei um endereço do estado do Maranhão.

— Vocês dois – resmungou ele abrindo o pacote vendo o RG, seu CPF, cartão de crédito e carteira de motorista.

— Não consegui mais, lamento.

— Isto é o suficiente para mim – disse ele sorrindo – É tão estranho não ter nem uma identidade, agora posso acessar minha conta no banco, mesmo que não seja muito.

— Mauro você sabe que eventualmente seu pais podem descobrir onde você está não é? Um bom detetive pode conseguiu seus passos.

— Eu sei disso – resmungou ele retirando a carteira nova do bolso – Acho que tenho que me preparar para essa eventualidade, mas agora estou cheio demais para meu pai – olhou Dayno – Quanto eu te devo Dayno?

— Você não me deve nada.

— Mas é...

— Mauro não! Eu não vou receber e não adianta correr para meu irmão que ele também não vai aceitar.

— Vocês dois – ele guardou os documentos na carteira vermelho – Não sei como agradecer.

— Que tal ajeitar as coisas com sua família?

Mauro havia contado para Dayno o que acontecia, nesses dias ele havia sido seu único confidente.

— Não são minha família – resmungou ele amargo – É a família da minha mãe.

— Mas eles gostam de você Mauro...

— Eles me suportam por causa dela, só isso – ele levantou – Olha preciso ir. Muito obrigado.

Dayno levantou sorrindo e apertou a mão estendida de Mauro.

— Sabe que estou aqui para o que precisar Mauro. Tem um quarto nos fundos caso aconteça algo.

— Obrigado.

Ele saiu do escritório se sentindo mais leve por ter conseguido seus documentos e por saber que tinha amigos como Dayno e Dante.

Andou pela cidade vagabundeando como não fazia há muito tempo.

Nunca fora alguém da gastar dinheiro. Gostava de ficar em casa e navegar na internet.

Com os olhos brilhando avistou uma loja de eletrônicos e sabia o que ia comprar. Entrou nela olhando para os notebooks em exposição tentando achar um que desse no seu orçamento. Com a ajuda da vendedora comprou um e um modem que o ia ligar a internet móvel de uma operadora além de um pequeno celular. Pagou a vista com o cartão e recebeu feliz suas compras.

Passou em uma livraria comprando um livro e em uma loja de roupas para comprar calças, camisas, boxers e um tênis.

Carregado começou sua jornada de volta. Sentia-se mais leve e com a cabeça desanuviada enquanto via o sol rumar para o poente deixando um rastro de vermelho e roxo para trás.

Ouviu o barulho de pneus atrás de si a saiu da estrada para o carro passar e deu de cara com Wagner que estacionou sua caminhoneta perto dele.

— Entre Mauro – disse com a voz fria.

Não querendo arranjar mais brigas do que já tinha ele entrou no veículo apertando as sacolas no colo e olhando para o vidro.

Achou que o outro ia conversar ou algo assim, mas Wagner manteve silêncio o tempo todo até estacionarem na fazenda.

Ele murmurou um obrigado e foi para seu quarto feliz de não ter que lidar com o resto da família. Instalou o notebook e iniciou a internet depois de muito tempo sem entrar nela.

Acessou primeiro o seu e-mail cheio de publicidade e com mais de mil mensagens de um endereço desconhecido. Ao clicar na primeira mensagem seu estômago revirou e ele pensou que ia vomitar.

Era um e-mail do seu pai. Havia uma foto de um dos cachorros da fazenda que Mauro costumava cuidar. O cão estava aos pedaços na foto e o texto de seus pai deixava claro que era o que ia acontecer com ele.

Abriu mais dois e-mails e desligou correndo para o banheiro e pondo tudo para fora. Seu pai havia destruído seu quarto e lhe mandando mensagens tão cheias de ódio que Mauro jogou-se na cama chorando e abraçando o travesseiro.

Ele não entendia como seu pai podia ser assim. Durante sua vida ele aceitara as surras, mas as agressões verbais para com ele nunca foram muitas. Luiz Gustavo estava mais interessado em extravasar sua raiva nele, as humilhações psicológicas deixava para os gays da cidade. Mas os e-mails eram tão cheios de ódio e com palavras tão fortes que ele se perguntou o que tinha feito de errado.

Será que se ele fosse de outro modo seu pai o amaria? Eles seriam amigos e ele teria uma vida se pudesse lhe mostrar uma namorada? Aquilo tudo era sua culpa? Não fora homem suficiente?

Por toda a vida não havia questionado sua opção e nem se arrependido dela, mas estava cansado de lutar contra malucos homofóbicos e uma sociedade preconceituosa que via nas diferenças um grande pecado.

Não foi jantar naquela noite. Apenas retirou as roupas e se arrastou para debaixo das cobertas com os olhos inchados e sentindo uma dor de cabeça chegando.

Acordou de madrugada doente de verdade. Sua cabeça latejava a ponto de até mesmo respirar ser uma agonia e seu estômago revirado. Correu para o banheiro de novo, mas não tinha mais nada para por para fora a não ser bile.

Sentou no chão gelado do banheiro segurando a cabeça chorando de dor. Ele não tinha nem um analgésico, todos os que comprara para o ombro ele consumira e nunca em sua vida imaginou que ia enfrentar um mal estar tão grande.

Escondeu a cabeça entre os joelhos choramingando e percebeu que não podia ficar ali sozinho, tinha que pedir ajuda.

Colocou uma calça e uma blusa e com os passos vacilantes e descalço começou a descer as escadas ofegante de dor e tremulo. Apesar do frio o suor escorria por seu rosto molhando seus cabelos e escorrendo para a camiseta.

Apoiando na parede chegou à estrebaria e gemou fechando os olhos com a suave luz que havia ali, mas que para ele parecia uma explosão nuclear.

— O que diabos você tem! – antes que caísse no chão ele estava nos braços de Valentim que vestia uma jaqueta de couro.

Tudo a sua volta girava e ele percebeu que ai acabar desmaiando.

— Mauro fique acordado! – disse o outro sentando ele em um monte de feno – O que esta acontecendo com você!

— Enxaqueca – gemeu ele quando uma fisgada em sua cabeça parecia que ia parti-la ao meio – Deus como dói.

— Você tem um remédio para isso ou algo assim?

— Sim, os médicos me deram um próprio, mas não me lembro o nome – ele oscilou e encostou-se à parede – Me de qualquer coisa.

— Qualquer coisa não vai ajudar em uma enxaqueca severa. Fique aqui.

Ele queria pedir para ele não ir embora, mas não teve forças. As pontadas atrás dos olhos foram mais fortes e pontos brilhantes começaram a brilhar em sua retina.

Valentim voltou logo com um cobertor e envolveu ele o pegando nos braços. Atordoado do modo como estava ele nem mesmo registrou o que acontecia ao seu redor, a única coisa que sua mente parecia ter foco era a dor, só a dor.

Percebeu que estava sendo colocado em uma veiculo e, combatendo sua náusea, abriu os olhos e viu que estava em um carro junto com Valentim. Não se importando com mais nada ele fechou os olhos com força por causa dos faróis e a próxima coisa que percebeu era que estava sendo retirado do carro e colocado em uma maca.

— Parece que você gosta desse hospital – disse alguém perto dele e percebeu que estava diante do jovem médico que cuidara dele quando sofreu o acidente – Sei que a luz dói, mas preciso examinar você Mauro.

Uma luz forte caiu sobre seu olho direito e ele quase gritou quando ondas de dor tomaram conta dele.

O médico tocou em sua testa.

— Calma, já vai passar. Olha meu nome é Felipe e pelo que vejo o que está tendo é uma enxaqueca forte, mas eu tenho que fazer perguntas importantes antes que o medique certo.

— Sim – gemeu ele só querendo que tudo acabasse.

Depois de algumas perguntas o Dr. Felipe chamou uma enfermeira e pediu que ele fosse internado e uma medicação fosse aplicada em sua veia.

Quando foi para o quarto e um soro aplicado em sua veia logo uma sonolência tomou conta de si e o calmante fez efeito.

Felipe foi falar com Valentim que ele conhecia dos tempos de escola.

Antes fora um rapaz magrelo, de pele morena com cabelos pretos sempre cortados rentes e dentes tortos. Agora era um médico de um metro e setenta e dois, os cabelos cacheados emolduravam o rosto anguloso, onde olhos azuis brilhavam e graças aos aparelhos seus dentes brancos eram certos no sorriso fácil.

— E ai? – perguntou Valentim levantando da cadeira de plástico da pequena recepção – Como ele está?

— É uma enxaqueca bastante grave e ele está medicado e sedado. Vai dormir umas doze horas e depois melhorar.

— Nunca pensei que dores de cabeça pudessem fazer isso com as pessoas. O que desencadeia isso?

— Bem sem um exame eu não posso dizer. Ele poder ter fibromialgia, alguma Disfunção Temporomandibular, mas o mais comum com pessoas com enxaqueca é que a tensão e o estresse façam o trabalho todo. Vou pedir exames e receitar um analgésico por hora, mas ele vai passar a noite aqui – Felipe colocou a mão no ombro dele – Se quer um conselho vá para casa e descanse, ele só vai acordar amanhã perto da hora do almoço.

Valentim estava relutante em ir embora, mas não queria dar a noticia para a mãe por telefone e resolveu pegar a estrada para a fazenda.

Enquanto dirigia na noite sem lua ele ia pensando no que estava acontecendo.

Seus pais estavam preocupados com Mauro. Desde a morte de Heitor ele vinha se comportando de modo estranho, cheio de raiva, explodindo por qualquer coisa e por fim se isolando quando seu pai brigou com ele depois dele discutir com Sacha de modo violento. Ele não falava com ninguém e todo mundo acabou achando que era o melhor, mas ele não estava tão certo disso.

Chegou de madrugada na fazenda percebendo que ninguém tinha notado que ele tinha saído com o carro. Achou que ia acabar assustando todos ao acordá-los preferiu deixar para cedo, conhecendo a mãe ela ia correr para os hospital às duas da manhã.

Foi para o seu quarto e trocou para se deitar, mas não conseguiu dormir pensando em Mauro e no sonho que tivera com Heitor que pedia para cuidar do outro. Revirou na cama por muito tempo até que, às cinco da manhã, levantou e tomou um banho encontrando todo mundo na cozinha menos Dalton que acordava mais tarde e sua avó que estava de visita a uma prima na cidade de Londrina.

— Bom dia Valentim – disse sua mãe sorrindo para ele e depois franzindo as sobrancelhas aos ver as olheiras – Você não dormiu bom essa noite filho?

— Bem eu... fui ver os cavalos à noite, pois estavam inquietos durante o dia e encontrei Mauro passando mal com uma forte enxaqueca e o levei para o hospital.

— O que? – sua mãe levantou intempestivamente – Porque não nos acordou Valentim? Como ele está? Fio só enxaqueca mesmo?

— Calma Sacha – Wagner segurou a mão da esposa e olhou Valentim.

— O Dr. Felipe disse que era uma enxaqueca grave, mas ele foi medicado e sedado para melhorar a dor. Ele ficou no hospital em observação...

— Eu vou lá! – Sacha voltou a levantar dessa vez não deixando o marido a deter.

— Sacha sei que está preocupada, mas ainda é muito cedo para entrar no hospital.

— O médico disse que ele ia dormir até a hora do almoço – completou Valentim, mas sua mãe não quis ouvir mais nada.

Sacha foi até onde as chaves dos carros ficavam penduradas e saiu.

Bruno e Kaila estavam pasmos, mas Wagner levantou e correu atrás da esposa.

— Sacha tenha calma!

— Eu não vou ter calma quando um filho meu está em um hospital Wagner! – respondeu ela andando com o marido atrás dela – Mesmo que seja cedo eu vou ficar na sala de espera até ele acordar.

— Sacha – Wagner finalmente a alcançou e segurou seu pulso fazendo-a olhá-lo contrariada – Eu sei que está preocupada, mas essa correria não ajuda em nada. Você está transtornada e não é prudente dirigir assim.

— Muito bem! – os olhos azuis dela ficaram frios e determinados – Me leve! – ela jogou a chave para ele.

— Eu por acaso sou seu chofer Sacha?

— Se você não vai fazer nada Wagner, então me deixe em paz para ir até o meu filho!

— Seus filhos estão aqui!

Certo, aquilo foi à coisa errada a se dizer, Wagner viu na hora. Sua esposa era uma mulher doce, mas virava uma leoa quando se tratava dos filhos. Tinha a desagradável impressão que ia passar os próximos dias no quarto de hóspedes e bem que ele merecia. Mauro era filho dela mesmo que não o visse há muito tempo.

— Sacha desculpa...

— Sabe Wagner, você fala suas merdas e depois vem para cima de mim com desculpas! Será que pode pensar um pouco antes de falar?

— Sinto muito mesmo Sacha.

— Wagner se a presença de Mauro é um problema para você gostaria que me falasse agora para que eu posse arranjar um lugar para ele ficar.

— Eu nunca disse isso! – Wagner ficou contrariado e vermelho – Sabe que não tenho problemas com Mauro, ao contrario, eu o considero parte dos meus filhos.

— Mas não está parecendo pelo modo como o trata.

— Sacha seu filho extrapolou naquele dia ao gritar com você. Assim como eu não passo a mão na cabeça dos meus filhos eu achei que ele precisava de uma lição.

— Discutir não vai ajudar em nada – disse Valentim chegando perto deles – Desculpem, sei que isso é algo privado entre vocês, mas eu não quero vê-los assim porque as palavras erradas foram ditas na hora errada – ele segurou a mão da mãe – Nem um de nós quer que Mauro vá embora mãe. Eu posso ter sido um idiota no inicio, mas não quero ele longe daqui e sei que o pai também não quer isso. Quando estamos com raiva ou preocupados falamos as piores bobagens.

— Desculpe mesmo Sacha – Wagner tocou no rosto da esposa com carinho e sorriu – Mauro é parte da família.

— Pode apostar – disse Bruno perto deles junto com Kaila – Não posso imaginar a fazenda sem o mal humorado resmungando por ela.   

— Abraço e fim das brigas! – gritou Kaila pulando em Valentim e Bruno que abraçaram os pais rindo.

— Ei! – Godo vinha com o balde de leite largou de qualquer jeito e correu para eles também abraçando todo mundo – Não sei por que do abraço, mas também quero.

Todo mundo riu desanuviando o ambiente e decidiram que Sacha e Wagner iam ver Mauro após o café da manhã enquanto os outros cuidavam da fazenda.

No hospital Mauro acordou mais cedo do que estava previsto. A enfermeira ainda do turno da noite viu o paciente acordando e chamou Felipe que entrou sorrindo no quarto com o rosto demonstrando cansaço.

— Bom dia – disse o doutor – Você acordou cedo, heim?

Mauro estava confuso e ainda com uma leve dor de cabeça. Sentia todo o corpo doer e seu estômago estava se rebelando com ele, mas em comparação à noite anterior ele se sentia muito melhor.

— Como está se sentindo?

— Parece que andei mastigando algo bem amargo.

— E a cabeça? – perguntou o médico colocando o estetoscópio em seu peito.

— Sinto ela pesada e ainda com uma leve dor.

— Isso é normal. Ataques de enxaqueca duram normalmente algumas horas, mas existem pessoas que as apresentam por dias.

— Não fala isso – gemeu Mauro – Dias com aquela dor vai me matar!

— Calma! – Felipe riu dando um aperto no nariz dele – Vamos controlar essa sua enxaqueca com alguns remédios, mas você vai fazer alguns exames para mim e assim saberemos o tratamento exato.

— Será que posso ir para casa? – o rapaz o olhou com os olhos pidões.

— Quando sua família chegar.  

— Eu não tenho família – respondeu ele com amargor virando de costas para o médico.

— Ei! – ele o desvirou – Estou ti examinando! Se continuar a ser um paciente rebelde vai ficar aqui a semana toda, heim? Olha não quero ser indiscreto, mas acho que você tem uma família sim. Conheço Valentim e ele costuma ser um pouco frio com as pessoas e vi ele preocupado daquela forma poucas vezes na vida.

— Ele é seu amigo?

— Sim, Valentim é meu amigo desde os tempos de escola – ele deu um sorriso quando parou de olhar os olhos de Mauro – Éramos três: eu, Valentim e Tiago. Vivíamos ralados e de castigos, éramos o terror da cidade.

— Tiago?

— Ele é um professor de história agora, mas foi embora assim que completou dezoito anos. Soube algo da vida dele pelo pai que morreu recentemente – ele parecia triste com isso, mas deu-lhe um sorriso tranqüilizador quando a enfermeira entrou no quarto avisando que Sacha e Wagner haviam chegado – Bem sua família está ai – olhou a enfermeira – Peça para que eles entrem Miriam.

Mauro remexeu-se temeroso na cama. As conversas com Wagner não eram exatamente civilizadas naqueles dias e ele não estava em condições de ter uma discussão.

Viu sua mãe primeiro. Ela entrou com a de preocupação e foi até ele sorrindo.


— Filho como está?

— Bem mãe, eu não queria preocupar a senhora. Eu tinha enxaquecas de vez em quando, mas essa foi um pouco excessiva.

— Precisa parar de me dar esses sustos – disse ela de modo tremulo o abraçando.

— Ele está bom para ir para casa doutor? – perguntou Wagner para Felipe que riu dele.

— É tão estranho o senhor me chamar de doutor tio.

— É estranho ver você um doutor e não um guri sujo de terra e mangas por todo o rosto – ele sorriu para Felipe, mas depois se voltou para Mauro que, vermelho, desviou os olhos.

— Sim ele pode ir para casa – disse Felipe – Vou assinar a alta e trazer as receitas com medicamentos e exames que ele deve fazer. Também peço que fique descansando os próximos três dias Mauro. Nada de escalar montanhas ou monta em touros bravos.

Mauro não pode deixar de sorrir das brincadeiras do médico. Quando Felipe saiu, Wagner foi par aperto dele.

— Como está se sentindo Mauro?

— Estou bem – ele respondeu olhando para as mãos em cima do lençol branco.

Wagner sentou do outro lado da cama junto com sua mãe e segurou seu queixo com delicadeza levantando sua cabeça.

— Sei que não é hora Mauro, mas acho que temos que conversar.

— Wagner me desculpe às bobagens que andei fazendo – ele disse depressa antes que brigassem e ele estava enjoado das brigas – Sei que fui como um adolescente mimado...

— Acho que você foi como um homem ferido Mauro. Todos nós agimos de um modo à dor e você estava com raiva, só não é certo descontar na sua mãe ou nos outros da família, porque somos a sua família Mauro, quer queira quer não – ele deu um sorriso – Minha mãe diz que família é uma praga para sempre.

— Só a Lucia – resmungou a sua mãe contrariada.

— Então companheiro? – Wagner colocou a mão em seu ombro – Vamos para casa?

Com os olhos cheios de lagrimas em meio a um grande sorriso ele assentiu.



Firbromialgia: O termo fibromialgia refere-se a uma condição dolorosa generalizada e crônica. Atualmente sabe-se que a fibromialgia é uma forma de reumatismo associada à da sensibilidade do indivíduo frente a um estímulo doloroso.  
Disfunção Temporomandibular: É uma disfunção que ocorre na articulação da mandíbula. Seus sintomas são dores musculares, articulares, zunidos no ouvido, otite, limitação na abertura da boca, bruxismo, enxaquecas, inchaços na face ao lado da boca, dor de ouvido, surdez momentânea e ruídos articulares.