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sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Caminhos do Destino - Capitulo XXXI





Amores estou voltando a ativa com a história. Eu não fiz tudo sozinha, tive ajuda de uma grande amiga chamada Lara e saibam que ela é uma pessoa incrível!
Lara esse capitulo é para você!



Capitulo XXXI – A História de Matthew e Paul



A vila de Morish ao norte de Gaulesh era pequena e pobre. Suas ruas de terra eram um grande lamaçal nas chuvas e viravam nuvens de poeira na seca. Ao redor da vila o terreno era montanhoso e cheio de pedras o que tornava plantar um ato de coragem, já que a terra não era fértil.

Todavia as florestas eram outro assunto. Eram imensas, cheias de plantas medicinais e comestíveis com farta caça. Mas Morish não era conhecida por isso, a vila tinha a fama de ter a melhor Noite das Fogueiras de reino e muitos diziam que a melhor de muitos reinos daquela parte do mundo.

— Exagero – resmungou Dylan tomando sua caneca de cerveja preta com uma tacada só.

— Quem sabe? – Matthew tomava uma caneca de myadukha, uma bebida efervescente feita com mel e água, muito consumida em Gaulesh pelas mulheres o que fazia com que Dylan sempre gozasse o irmão por este gosto.  

Os dois irmãos estavam viajando pelo país a procura de aventuras e de fugir um pouco da família que os atormentavam. Eles ouviram falar de como era a festas das fogueiras na vila em uma cidade mais ao norte e não resistiram partindo para o que seria uma boa farra.

Agora estavam na taverna da vila bebendo e ouvindo os aldeões gabando em como a sua festa era boa.

Dylan era um homem alto e imponente. Seus olhos violetas eram frios e decididos, mas uma chama queimava dentro deles. Matthew era pouco mais baixo que Dylan e bem mais novo, quase um garoto com a bronzeada em um belo tom dourado e tinha os olhos da mesma cor dos do irmão, mas o brilho dentro dele era mais calmo, cheio de alegria de viver e sede de aventura.

Os dois eram príncipes de Gaulesh, na verdade Dylan era o príncipe herdeiro do reino, mas estava ficando cheio de aturar a mãe e verdade seja dita, do pai também. Ele tinha consciência que um dia ia ser rei, mas era jovem e o que queria no momento era diversão e por isso chamara o irmão caçula e, praticamente fugindo, foram reino a fora.

— E vocês forasteiros? – um homem baixo e atarracado perguntou virando para eles de uma mesa perto – Vieram para a noite as fogueiras?

— Ouvimos falar e viemos conferir – responde Matt sorrindo.

— Não vão se arrepender – disse o companheiro do homem que estava tão bêbado quanto o outro.

Nesse momento o som de uma trompa de caça se fez ouvir por toda e vila e todo mundo foi se levantando das mesas.

— É hora pessoal! – gritou o dono do bar com um grande sorriso – Para a mata!

— Vamos lá! – disse Matt todo alegre para o irmão que estava rindo da vitalidade do seu irmãozinho.

Eles saíram junto com os outros para a rua cheia, as pessoas iam rumo ao bosque que ficava a cerca de cem metros no fim da vila.

As casas que viam eram muito pobres e Dylan franzia as sobrancelhas ao ver isso. Eram pequenos cômodos de paredes de barro com telhado de palha que de modo algum era o ideal para o inverno rigoroso daquela parte do reino. A maioria tinha chiqueiros nos fundos cheios de porcos que era à base da alimentação local e o cheiro do local revirava o seu estomago.

— Vou falar com o administrador local – resmungou Dylan apenas para o irmão ouvir – Nunca vi uma vila mais pobre e sem estrutura.

— Eles não têm muito que plantar – disse Matt olhando a terra cheia de pedras.

— Não, mas tem outras coisas aqui Mat. Já viu as rochas direito? As formações vítreas de época da grande catástrofe?

— Sim eu percebi – Matt não entendia onde o irmão queria chegar.

— Os velhos livros dizem que essas formações que parecem grossos vidros que aparecem nas rochas são locais onde explodiram uma arma, uma bomba de energia, seja lá o que isso quer dizer, mas o que importa é que todos os locais dessas formações há muito diamante vermelho.

Matt olhou o outro arregalando os olhos.

— Isso mesmo, a bendita pedra preciosa que os anões tanto amam. Elas são boas para fazer jóias, dão trabalhos maravilhosos e o processo de mineração, na sua maioria, na superfície e em pequenas profundidades.

— Em outras palavras esta pode ser uma terra muito rica.

— Exato – Dylan torceu os lábios – E tenho a desagradável intuição que o administrador sabe disso.

— Bem irmão – Matt sorriu – Vamos esquecer um pouco disso? Vamos nos divertir um pouco?

O outro sorriu para o irmão. Matt ainda era um garoto cheio de vida mesmo depois de passar por tudo que seus pais haviam feito com ele. Espera que ele nunca mude.

— Então vamos lá irmãozinho!

— Da para parar de me chamar de irmãozinho? Eu estou ficando mais alto que você!

O outro fez um bico que fazendo o príncipe cair na gargalhada.

Rindo ambos foram junto com os outros homens por um caminho que serpenteava em meio às grandes arvores.

As mulheres tinham se refugiado em casa. Era uma noite louca, onde todos perdiam suas inibições.

Chegaram até uma grande clareira onde tochas estavam acessas iluminando um velho senhor em frente a uma grande tigela de pedra. Perto deles havia uma jaula com um belo cervo marrom. Sua grande galhada batia nas grades da jaula e seus olhos brilhavam a luz das tochas. Já na esquerda havia uma caverna, mas não dava para ver o interior.

O velho ergueu a mão enrugada e todos fizeram silencio.

— Que a Deusa esteja com todos nós. Um novo ciclo das nossas vidas se finda e outro tem inicio. É nosso dever sagrado homenagear aqueles que nos dão vida – ergueu o dedo para o céu – a Deusa – e apontou para o cervo – e o rei cervo que cuida dos animais e de nossos rebanhos para que nada nos falte nesse novo ciclo.

Nesse momento a trompa de caça soou com três lamentos longos e fogueiras começaram a serem acessas em toda a mata, milhares delas iluminando por entre as árvores da floresta. 



— Celebramos por milhares de anos nossas divindades para que nunca mais a grande catástrofe ou a fome volte a nos assolar. Que a Deusa abençoe cada um de nós.

Todos baixaram a cabeça em sinal de obediência.

— Para aqueles que nos visitam – o velho continuou – O cervo será solto no bosque e um de vocês deve pegá-lo e sacrificá-lo ao rei cervo. Assim que matar o animal um grito deve ser dado para que todos celebrem o jubilo com ele. Seu premio o espera na caverna, uma pessoa que está disposta a dar sua virgindade para aquele que for o rei cervo por uma noite.

Um murmúrio encheu a clareira, como todo murmurando sobre as delicias de um corpo virgem.

— Todos que forem participar devem se preparar bebendo da vida – apontou a bacia – O sangue que corre em nossas veias é a vida de tudo – o velho mergulhou uma taça no liquido espesso – Que dêem inicio à Noite das Fogueiras!

Dylan e Matt deram um pulo com o grito de jubilo que levantou da multidão que ia se aproximando em um por um para beber um gole da taça nas mãos do velho.

— Você quer mesmo beber sangue? – Dylan fez cara de nojo para Matt, mas o irmão nem lhe deu atenção e foi para a fila.

Com cara de desgosto o príncipe o seguiu e quando a taça encostou-se à sua boca e o liquido vermelho começou a descer por sua garganta, tomado de nojo ele procurou um local e cuspiu a beberagem. Alem do gosto metálico do sangue ele podia sentir algo mais sutil, um leve gosto de amêndoas e sálvia, um afrodisíaco forte feito com ervas das matas dos elfos.

Olhou para Matt que tinha o rosto afogueado e sacava a faca com um sorriso nos rosto.

— Esse premio já é meu.

— Vai achando irmãozinho – disse Dylan sacando a faca também – Eu sou o mais velho – Dylan não precisava de afrodisíaco para vencer aquele bando de aldeões e seu irmão caçula.

Nesse momento a multidão gritou e olhando para trás viu que o cervo estava sendo solto.

O belo animal assim que viu a jaula aberta pulou para fora e saltou para a mata, depois disso a floresta virou um grande caos

~~***~~

Durante muito tempo Paul se perguntaria o que havia dado na sua cabeça em participar daquilo, mas na época parecia a coisa certa a se fazer.

Carregando um grande fardo de cevada selvagem, que crescia aos montes entre as rochas perto do rio Azul ao sul da vila, Paul andava pela única rua da vila vendo as pessoas na porta da taverna olhando um papel.

— Não acharam ninguém para ser a oferenda para o rei cervo? – um senhor magro e calvo parecia escandalizado – Seremos amaldiçoados.

— O problema é dessa juventude – disse o outro escarrando no chão – Não é mais puros no mundo. Estamos diante da grande catástrofe novamente.

Paul revirou os olhos com a dramaticidade do outro, mas quando se pôs em movimento novamente quase tropeçou ao ouvir o premio pela participação.

Com aquilo e mais alguns meses fazendo bicos ele teria dinheiro para ir embora, para recomeçar a sua vida longe de um pai violente e das pessoas preconceituosas daquela vila.

Avançou vergado com o peso do fardo até a casa onde morava com o pai. Era a mais pobre da vila e mesmo que ele tentasse manter tudo limpo a casa vivia imunda, cheia de restos de comida e garrafas de bebida que seu pai trazia para casa. Os fundos da casa era tomada de um grande chiqueiro onde criavam porcos, sua fonte de renda.

Paul deixou o fardo cair e jogou algumas braçadas dentro do cercado onde os magros porcos atropelavam uns aos outros para comer e foi até a porta de casa olhando para dentro. Seu pai estava deitado na única cama que tinham no cômodo escuro. A mesa perto do fogão apagado estava cheio de garrafas e ele podia ouvir os roncos do homem dali.

Tomando coragem saiu correndo para a casa do ancião, um velho homem que cuidava da noite das fogueiras.

Ele estava sentado na porta da casa fumando seu cachimbo e olhando com olhos negros as pessoas passando na rua.

— Boa tarde senhor Shia.

O ancião olhou para ele de modo frio e não respondeu, mas isso não desanimou Paul que munido de coragem disse:

— Eu quero ser a oferenda na noite das fogueiras.

O velho levantou uma sobrancelha branca.

— Você é virgem menino?

— Juro pela Deusa que sou.

— Sabe que falsos juramentos são punidos com a morte, não é?

— Eu sei e não tenho medo. Nunca estive com ninguém, nem homem, nem mulher.

— Oferecer-se como oferenda não é apenas aceitar que um desconhecido vai tirar a sua virgindade, mas que ambos vão estar tão drogados que nem saberão o que esta acontecendo, ele não será gentil.

— Eu não espero gentileza de ninguém – a única coisa que Paul queria na vida era ir embora e se tinha que vender sua virgindade para isso, tudo bem.

Ser uma oferenda era uma grande honra para qualquer um. Eles eram vistos como heróis, como os salvadores da vila, já que, para eles, não fazer a noite das fogueiras era como uma ofensa inenarrável para a Deusa e a certeza de que a vila seria amaldiçoada com um ano de fome. Nunca houvera um ano em que a noite das fogueiras não acontecesse.

— Se esta é sua decisão, então vá até a casa de purificação com as mulheres – ele tirou o cachimbo da boca – Acredito que não queira avisar o seu pai.

— Não senhor – respondeu Paul com um estremecimento.

— Vá, eu devo avisar a todos que temos uma oferenda.

Paul assentiu e correu para a mata, para uma caverna em uma clareira onde teria inicio à caçada.

Olhou para o belo cervo pensando que seria um pecado matá-lo, mas sabia que esse era o destino do animal, assim como era o seu destino ser entregue ao seu caçador.

Entrou na gruta vendo que o chão era de uma areia fina, as paredes tinham vitrificações de rocha por todo o lado, parecia que alguém tinha derretido uma parte das rochas e depois as deixadoelas esfriarem. Eram lembranças da grande catástrofe que mudou a Terra há milhares de anos atrás.

Nos fundos havia uma piscina natural em meio a um grande salão iluminado por candeeiros de óleo. Cerca de dez mulheres vestidas de branco estavam ali sentadas em peles se animais espalhadas pelo chão esperando. Elas mantinham silencio e o olharam em silencio quando ele entrou.

— Eu sou a oferenda – disse Paul calmamente.

— É uma grande honra ser entregue ao rei servo – disse uma mulher se levantando.

Ela era a mais velha, com longos cabelos cinzentos e olhos castanhos.

Logo as outras mulheres levantaram.

— Você precisa ser preparado.

Paul levantou a cabeça aceitando o seu destino apenas pensando em como seria maravilhoso o dia em que pudesse ir embora e recomeçar a sua vida.

~~***~~

Matt sentia que tinha tomada energia pura quando ingeriu o sangue. Seu corpo parecia em fogo e ele suava em bicas enquanto corria pela floresta em meio a fogueiras e homens correndo e gritando.

Ele avançou para a parte mais escura da floresta, onde as fogueiras diminuíam e quase não se ouvia o som de alaridos.

Ele começou a andar mais lentamente ouvindo os sons da mata a sua volta.

Ele observara que o cervo viera por aquele lado, podia sentir que estava perto quando o avistou por trás de um arbusto.

O animal mexia as orelhas ouvindo os gritos distantes e tentando ficar em alerta.

Matt sabia ser silencioso, era um bom caçador e foi se aproximando lentamente sem fazer o menor ruído, quando estava perto o suficiente pulou da moita pegando o cervo desprevenido. O animal tentou se livrar dele com sua grande galhada, mas Matt foi mais rápido e cortou a garganta do animal com rapidez tentando não fazer sofrer.

O rapaz olhou para o animal morto e inclinou a cabeça em agradecimento a ele e a Deusa pela caça e por ainda estar vivo.

Olhou para a noite e gritou avisando a todos que a caçada estava terminada e logo ele estava e logo ele se viu cercado por homens que davam os parabéns para ele e por Dylan que o olhava entre orgulhoso e contrariado.

— Que tal seu irmãozinho agora? – perguntou ele para Dylan.

— Sorte – mas o príncipe sorria.

O cervo foi limpo e carregado para a clareira que havia mudado. Agora as mulheres haviam chegado e armado uma mesa enorme e um grande braseiro onde o cervo ia ser assado. Elas sabiam que os homens estavam sob os efeitos dos afrodisíacos e que não haveria inibições naquela noite, mas era a noite delas também não terem as suas inibições. De acordo com a tradição não havia traição na noite das fogueiras.

— Para celebrar a sua vitória – o ancião entregou-lhe uma pequena garrafa com um liquido amarelo que ele pensou ser myadukha, mas era uma bebida amarga e forte que o fez engasgar.

E velho deu uma risada fanha.

— Va receber seu premio menino – ele apontou para a caverna.

Matt sorriu sacana para Dylan e foi para a caverna. Na entrada caverna ele parou enxugando o suor do rosto e entrou.

Seu corpo queimava ainda mais e ele via tudo cercado por uma estranha nevoa, era como se ele tivesse bebido a noite toda.

A caverna estava iluminada por tochas lançando sombras dançantes até os fundos dela onde havia uma piscina e o seu premio.

Mesmo em seu estado entorpecido ele percebeu que era um duo, um hermafrodita lindo, com longos cabelos dourados caindo pelo corpo, o rosto pintado de vermelho com runas que desciam por seu peito. Ele magro e lindo.

Seus braços estavam presos com correntes à parede da caverna e seus pés ao chão, ele se contorcia em agonia gemendo e balançando o corpo ofegando. Mesmo de longe Matt podia ver que ele tinha uma furiosa ereção e logo ele também estava tão excitado que foi se livrando das roupas sentindo como seu corpo queimava ao ver o seu premio. Lambendo os lábios ele entrou na gruta.   

           

2 comentários:

  1. Ola Dalla!
    Que saudade eu sentia de Paull. Obrigado por nos presentear com noticias dele.
    Mais uma vez, parabens pela narrativa. Lindo.

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  2. Pelo amor de Deus continua esta historia que minha mente ja inventou tantas continuações que ate ja perdeu a graça...kkk
    Serio! A historia é a minha preferia e se quiser peço de joelhos para que continue -_-'
    Não me prive de saber como é o desfecho dessa aventura maravilhosa ;)

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