Capitulo 05 – A Estrada
Ruma à Floresta Velha
Assim que Valhalla colocou a espada na
sua mão la caiu e quase levou ela junto.
— Como esse negócio pesa! –
espantou-se ele recolhendo a arma.
A espada era grande, na verdade Davi
não imaginava que uma espada era daquele tamanho, um metro do cabo a ponta
fina, dois gumes de um metal tão brilhante quanto prata, mas muito dura, com o
cabo envolto em couro que deveria ser cômodo para se lutar com ela, o que não
seria o caso de Davi se dependesse dele. Ele nunca conseguiria matar alguém.
— É a nossa arma mais leva majestade.
— Acha mesmo que vou aprender isso? –
perguntou Davi levantando a arma com os braços tremendo.
— Eu duvido – disse Crhist sentado em
um bando do jardim ali perto. Ele parecia ter recuperado toda a sua petulância.
— Fica quieto! – resmungou Davi para
ele.
— Crhist não atrapalhe o rei com as
suas observações desnecessárias – disse Valhalla contrariada – Tenho certeza
que o rei conseguirá aprender a nobre arte da esgrima.
Eles estavam em um pátio em meio ao
jardim escondidos aos olhos de todos, menos de Dator que observava tudo com uma
atitude relaxada perto de um muro.
Aquilo era uma nova forma de tortura!
Assim que Valhalla começou a lhe ensinar como se posicionar, como suas costas
deveriam ficar suas pernas e quadris, seu corpo começou a se rebelar.
Ele jogava futebol, basquete e até
tênis, mas nada o havia preparado para toda força que seria necessário apenas
para suportar os golpes de Valhalla. A moça podia ser só um pouco maior que ele
e não ter tantos músculos visíveis, mas sabia manejar uma espada muito maior
que a dele com uma graça muito parecida com Crhist. Quanto a ele, mais parecia
que seu ombro ia cair e seus braços serem arrancados.
— Você não luta com os braços apenas –
disse a moça olhando para ela com o olhar avaliador – Use ombros e quadris
majestade.
— Antes ou depois de eu desmaiar de
exaustão? – resmungou ele apoiando a espada no chão.
— Seu corpo esta destreinado, ainda
não tem músculos nos lugares certos e a agilidade esperada de um espadachim,
mas com muito treino garanto que será bom com a espada.
— Como estamos? – Ausna apareceu em
meio aos arbustos floridos ali perto.
— Tendo uma revelação – Davi fincou a
espada no chão – Não dou para a coisa.
— Vossa majestade é um gozador – havia
um brilho travesso nos olhos de Ausna – Garanto que logo vai ser um espadachim
maravilhoso.
— Eu?! Lamento matar suas ilusões.
— Mas parece que suas lições vão ter
que ser interrompidas por um tempo – a antiga regente entregou um rolo de
pergaminho para Valhalla – Seu tio convidou o rei para conhecer o condado
Féten.
— A Floresta Velha? Meu tio perdeu o
juízo?
— Vou viajar? – o rosto de Davi
iluminou.
— Ismail já viu isso? – moça olhou
séria para Ausna – AS estradas para o condado podem ser bem patrulhadas, mas
ainda são bem perigosas. Relatos de assaltos e sequestros chegam a nós o tempo
todo! É uma viajem de dois dias!
— Tanto eu quanto Ismail ponderamos
sobre isso Valhalla, mas estamos diante de um começo de reinado frágil, fazer
laços com os Féten seria um bom caminho para criar laços poderosos. Sabe que
fora as famílias Kustas e Delano, os Féten são a família mais poderosa de Eyri.
Temos que ter o apoio deles.
Valhalla ia retrucar, mas viu o
desespero de Ausna. Qualquer ação impensada podia levar o país para mais uma
guerra e essa seria devastadora.
— Ainda acho que meu tio deveria
termais bom censo. O rei ainda nem foi apresentado aos lords...
— Por favor, eu quero ir – pediu, não,
implorou Davi.
— É hora de praticar política Valhalla
– disse Ausna colocando a mão no ombro da moça e a olhando com carinho –
Gostaria que você acompanhasse o rei – olhou Crhist – e você como noivo dele
vai ter que ir.
O rapaz ficou vermelho, mas ele sabia
que retrucar para a mãe não era um bom negócio.
— Dator ira com a cavalaria. Creio que
com esse poder de fogo podemos ficar sossegados.
— A senhora não vira? – Valhalla olhou
decepcionada para a ex regente.
— Vou ficar com Ismail organizando a
festa de fidelidade.
— Essa é a festa que vou ser
apresentado aos lords do reino, não é?
— Sim meu senhor. Nela os lords dos
condados juraram fidelidade ao senhor e ao seu reinado e nesse momento o nosso
país estará finalmente unido.
— Sinceramente eles não precisam jurar
que vão morrer por mim – resmungou Davi lembrando que um juramento de
fidelidade é um juramento de morrer pelo rei – Isso me deixa incomodado.
— Você é um inútil mesmo – disse
Crhist segurando seu braço e arrumando a sua postura – Morrer pelo seu rei e
pelo seu reino é uma grande honra.
— Não quero que ninguém morra, é simples!
Crhist o olhou contrariado e voltou a
erguer o baço que Davi tinha voltado a colocar na posição errada.
— Eu não consigo deixar essa espada
erguida – disse Davi baixando a arma – Esse treco pesa quase o mesmo que eu!
— Tô vendo que não vai ser tão fácil –
disse Crhist que saiu resmungando para os lados do castelo.
— Seu chato...
— Vou arrumar tudo para a sua viajem
majestade – disse Ausna inclinando diante dele – Partiram amanhã ao amanhecer.
Davi olhou desanimado para Valhalla.
— Vou ter que continuar com isso
durante a viajem?
— Mas é claro majestade – responde a
moça alegre erguendo a espada – Treinaremos até a sua perfeição!
Perfeição? Só se for para ficar
perfeitamente aleijado!
Crhist só voltou depois que Davi teve
a espada arrancada de sua mão três vezes.
— Eu não agüento mais – gemeu Davi
apertando o pulso direito dolorido desse jeito vou é acabar ficando sem as
minhas mãos.
— Acho que até para um inútil como
você isso vai ajudar – disse Crhist lhe estendendo uma espada.
Todavia não era qualquer espada, era
uma espada dourada como se fosse feita de ouro, era mais fina que qualquer
espada que ele já tinha visto e parecia bem afiada. Seu punho era envolto em
couro suave e tinha uma pedra vermelha no botão da espada, como uma lágrima de
sangue. Na lâmina haviam palavras gravadas em uma língua que ele desconhecia.
Era muito leve e de fácil manejo, era tão equilibrada em sua mão que parecia
uma extensão do seu braço.
— Essa não era a espada do seu pai? –
Valhalla olhou espantada para o rapaz que mirou ela de modo frio.
— É a única que ele vai conseguir
manejar – resmungou Crhist sem olhá-la e voltando para o seu canto.
A moça olhava de um modo estranho para
o garoto, mas Davi agradeceu o surpreendente gesto do outro.
— Obrigado Crhist. Com essa parece que
vai ser mais fácil.
— Só tomo cuidado para não se matar
com ela. Eyri não precisa ficar sem seu rei só porque ele é inútil!
Davi revirou os olhos e Valhalla,
balançando a cabeça como se estivesse espantando um pensamento, voltou-se para
ela.
— Continuemos majestade.
Logo Davi percebeu que era muito mais
fácil com aquela espada. Ele podia manter a postura e chegou mesmo a contratacar
a moça. Valhalla parecia encantada com os seus progressos.
— Parece que essa espada é ideal para
você – comentou ela um pouco ofegante – Por hoje terminamos majestade – ela inclinou-se
diante dele – Creio que Ismail o espera no escritório.
— Tortura dois ai vou eu! – gemeu Davi
curvando os ombros.
Ele foi até Crhist para devolver a
espada.
— Obrigado.
— Você pode ficar com ela até
conseguir uma espada para si – ele estendeu uma bainha para ele, vermelha e
toda cravejada com pedras preciosas.
Seu rosto ficou vermelho e ele saiu
intempestivamente, sumindo nas curvas dos jardins do castelo.
~~**~~
— A espada do pai? – Ausna levantou os
olhos do livro caixa que conferia – Crhist emprestou a espada de Cinrei para
Davi?
Elas estavam em uma saleta que era
parte do quarto de Ausna. O quarto era decorado com móveis de um tom mais
claro, quase bege. A cama de quatro pilares tinha a cabeceira toda entalhada
com flores e uma colcha branca a cobria. O guarda roupa tinha um grande espelho
de corpo inteiro e havia outra porta que dava para o banheiro.
As paredes eram revestidas com quadros
que mostravam sua família em várias épocas. Ali estava Kidai Kustas, seu
primeiro marido com seus cabelos castanhos e rosto sério, fora um casamento
inteiramente político e Kidai morrera em cinco anos numa emboscada no norte. Tinha
também o belo rosto sorridente de Fervet Landro seu segundo marido e aquele que
ela casa por amor.
Fervet era apenas chefe da guarda do
castelo, não era o homem ideal socialmente para ela, mas fora contra tudo e
contra toda a sociedade para ter o amor do belo e doce homem.
Fora a época mais feliz de sua vida e
achava que ela estava completa quando Dator nascera.
Fervet cuidava de Ismail do mesmo modo
que Dator e eles eram uma família feliz até que o pior aconteceu. Um grande conflito
com Otop levou Fervet, então general das forças de Eyri ao campo de batalha e
ele não voltou vivo.
Ausna estava em luto ainda quando as
coisas dentro de Eyri começaram a desmoronar e os Delano tinham parte nisso. Eles
queriam o poder e Ausna ainda ostentava o sobrenome Kustas, assim eram os
Kustas que davam as ordens no reino.
O único modo de impedir isso era um
novo casamento.
Ao ouvir isso de seus conselheiros,
Ausna os havia mandado ao inferno e nem queria saber.
Fora ai que ela conhecera Cinrei.
Cinrei era um estron, filho de um povo
ao norte que há muito não se tinha noticia. Ninguém sabia do porque Cinrei fora
deixado na porta na casa do Lord Delano quando bebê, mas o lord o criara como
filho.
Cinrei era um homem jovem e
encantador. Seus cabelos prateados e olhos claros chamava a atenção por onde
ele passava. Ele era alegre e estava sempre pronto para ver o lado bom das
coisas. Todos diziam que ficar perto dele era u modo de se contagiar com sua
alegria.
Cinrei era seu prometido da família
Delano, mas ele não fora até o Castelo Branco impor sua vontade, mas para se
desculpar por sua família gananciosa.
Algo naquele homem cativou Ausna e
logo eram amigos, mas ambos sabiam que não podiam continuar assim, tinham que
tomar uma decisão e se casaram pelo bem do reino.
— Ei! – Valhalla estalou os dedos
diante do rosto dela – Em que mundo estava?
— Longe – ele sorriu cansada – Ainda não
acredito que Crhist fez isso. Ele não deixa nem eu tocar aquela espada.
— Também não acreditei, mas ele deu a
espada e a bainha para o rei usar enquanto ele não tem a sua espada – Valhalla sentou
na poltrona e cruzou as pernas mostrando os pés descalços.
— Valhalla!
— O que? – a moça fez um bico – Você sabe
o quanto eu odeio sapatos!
— O reino inteiro sabe – Ausna suspirou
contrariada sentando nos braços da sua poltrona e levantando o queixo da moça –
Se você não fosse desse modo não seria a minha Valhalla!
Ausna beijou os lábios da outra. Era para
ser um beijo casto, mas Valhalla a seguro e fez com que ela caísse em seu colo.
— Valhalla! Tenho que terminar com
esses benditos livros caixa!
— Mais tarde – disse a outra a puxando
para mais um beijo profundo.
Ausna gemeu quando a outros apertou
seus seios sensíveis. Antes que notasse estava deitada no chão com Valhalla em
cima dela erguendo seu vestido até expor sua roupa debaixo e a puxando para
chegar aos seus seios. Ausna jogou a cabeça para trás gemendo quando a outra
sugava seus mamilos com fervor.
— Adoro seu sabor – disse Valhalla
beijando seu pescoço e descendo a mão até suas partes intimas.
Ausna conteve um grito quando sentiu a
mão de Valhalla nela, mas uma conversa no corredor interrompeu as duas que
ficaram rígidas e ofegantes.
— Agora não – Ausna beijou o rosto da
outra e levantou arrumando as roupas.
Valhalla deitou no tapete batendo a
cabeça no chão.
— Vamos Valhalla, temos trabalho a
fazer antes da sua viagem.
— Assim você me mata – resmungou a
outra levantando e indo até perto da mesa da ex-regente e sentando em uma
poltrona.
— Espero que você e Dator não fiquem
brigando a viagem toda – disse Ausna olhando contrariada para Valhalla que
olhava para as unhas, pensativa.
— Até eu tenho juízo – disse ela
finalmente – Não vou ficar brigando com seu filho chato, estou mais preocupada
com Crhist, ele não parece no melhor do humor. Nem flores ele anda dando ao
Ismail e isso é coisa que não o vejo fazer a muito tempo.
— Ismail mandou selar as saídas secretas
que Crhist usava.
— Para que aquele menino queria sair às
escondidas do castelo?
— Eu não sei – Ausna balançou a cabeça
– Quando eu pergunto ele não responde e eu nunca consegui seguir ele.
— Talvez isso seja um pouco de fogo
naquele coração gelado – disse Valhalla rindo – Crhist nunca amou nada na vida,
quem sabe ele se interesse por algo.
— Como diz Dator: “Nas coisas do
coração o mundo é bruma”.
— Dator e sua filosofia de praça –
resmungou Valhalla revirando os olhos e aludindo aos pregadores que iam de
cidade em cidade e ficavam nas praças discursando.
— Bem que tal voltarmos às finanças?
Valhalla gemeu.
~~***~~
Amanheceu um dia sem nuvens, o céu
tinha um profundo azul e cheirava a mel e flores. O ar estava fresco, quase
frio e isso deleitava Davi que vinha de uma região quente do planeta Terra. Ele
sempre gostara do frio e não se dava bem com o calor.
Todos estavam parados no pátio do
castelo diante dos grandes portões. Eram cerca de vinte cavaleiros com
armaduras reluzentes e cavalos brancos, o único cavalo escuro era de Crhist, um
belo garanhão negro.
— Tenha uma boa viagem meu rei – disse
Sípria inclinando-se diante dele.
— Tenham uma boa viagem – despediu-se
Ausna.
— Tenham cuidado – disse Ismail para
Dator – As estradas rumo ao condado Féten estão calmas e aparentemente seguras,
mas eu não gostaria de arriscar.
— Vamos estar de olhos. Até mais.
Crhist subiu no cavalo com uma
agilidade felina de dar inveja em Davi e o olhou com o cenho franzido.
— Parece que não tem jeito, você vai
ter que vir comigo já que nem mesmo montar sabe.
— Ora eu nunca nem mesmo tinha visto
um cavalo antes daqui, quanto mais cavalgar.
— Venha – ele estendeu a mão para Davi
– Como seu noivo não tenho opção a não ser arrastá-lo até a Floresta Velha.
— Não fale como seu eu fosse uma
bagagem – resmungou ele colocando o pé com dificuldade no estribo.
Finalmente Dator deu o sinal e o rei e
sua comitiva partiram.
Ao passar pela cidade as pessoas se
aglomeravam nas caladas curiosas e apontavam para Davi.
— Acene para eles – disse Crhist para
Davi – Eles apenas estão curiosos com o seu novo rei.
Vermelho de constrangimento, Davi
começou a acenas para as pessoas que também acenavam para ele e pode ouvir
alguns comentários.
— O rei!
— O rei Delano está entre nós!
— Temos um rei!
— Ele já esta noivo!
— Não formam um casal lindo.
— Não é possível que eles já saibam –
gemeu Davi escondendo o rosto nas costa de Crhist que revirou os olhos.
— Tanto a nobreza quanto a plebe tem um
esporte favorito, a fofoca. Acostume-se com isso, o reino todo já deve saber.
Eles logo deixaram Inay para trás e
rumaram pela estrada que cortava fazendas e bosques. Passaram por grandes
plantações onde as pessoas acenavam para eles e por pastos onde os rebanhos
pastavam calmamente.
Depois de algumas horas até as
fazendas desapareceram para dar lugar a uma floresta que não parecia ter fim.
Ao meio dia pararam para almoçar e
Davi desceu do cavalo gemendo.
— Dois dias nisso? – ele massageou o
traseiro – Porque ninguém me disse que eu ia ser torturado? – suas pernas
também estavam duras.
— Pare de reclamar – disse Crhist
amarrando o cavalo em uma arvora baixa perto de uma grama alta – Inútil – disse
passando por ele.
— Ninguém merece – Davi andou mancando
até um gramado baixo debaixo de uma arvora e jogou nele olhando em volta.
Haviam saído da estrada para pararem
perto de um córrego que corria em um leito de pedras e era bem raso, mas ele
ainda podia ver peixinhos azuis descendo a correnteza. Toda a extensão era
cercada de moitas de uma planta de folhas largas com cachos de flores vermelhas
e perfumadas. A grama era pontilhada por tufos de flores coloridas e as árvores
tinham folhas pequenas e ofereciam boa sombra. Era um lugar muito bonito.
Crhist sentou ao seu lado observando o
vento bater nas árvores.
— Como é o seu mundo?
— A Terra? Muito diferente daqui. A terra
é muito povoada, então lugares como esse quase não existem mais. Nosso ar está
sujo por causa de nossas indústrias deixando tudo com cheiro de fumaça e o céu
cinza.
— Mas deve ter algo de bom?
— Claro que tem. Tem futebol, tem a
internet, as pessoas, a televisão e a minha família – ele ficou triste – Fico pensando
no que eles estão fazendo, o que estão pensando do meu desaparecimento.
— Como é a sua família?
— Bem – Davi deitou de lado observando
os soldados prepararem o almoço – Meus irmão são uma praga, vivem no meu pé me
dando apelidos idiotas, minha mãe tem sempre um conselho para tudo e está
sempre de prontidão, nada escapa dela. Meu pai é a pessoa mais calma que eu
conheço e está sempre lá quando precisamos dele.
— Parece uma boa família.
— É só uma família comum, com os
mesmos problemas de todos, se bem que duvido que alguma delas teve alguém que já
viajou para outro planeta.
— Almoço – Dator estendeu uma tigela
para ele e uma para Crhist.
— Obrigado Dator – ele estava morrendo
de fome.
Crhist pegou a sua sem nem mesmo olhar
para o irmão.
— Você deveria ser mais educado –
repreendeu Davi.
— Isso é problema meu!
Aquilo devia ser um assunto de família,
mas Davi não via o porquê de Crhist tratar tão mal alguém to legal quanto
Dator.
Valhalla, que havia se adiantado com
um grupo, estava voltando.
— E então Valhalla?
— Não avistamos ninguém suspeito, só
moradores da região. Estamos cada vez mais próximos da Floresta Velha, bandidos
aqui são raros.
— Tem alguma razão? – perguntou Davi
revirando a estranha pasta de cereais que era o almoço.
— Medo – Valhalla pulou do cavalo que
montava sem cela – Quem não conhece tem medo da Floresta Velha.
— A Floresta é um lugar muito antigo
majestade – disse Dator – Acreditamos que ela está ai desde a aurora dos
tempos, corre a lenda de que a Floresta Velha foram às primeiras árvores
criadas pela Alma do Mundo.
— As pessoas acham que a floresta é
viva – disse Crhist – Que as árvores podem conversar.
— Isso é lenda – resmungou Valhalla –
Nasci naquela floresta e nunca vi nada disso.
— Depois do que me aconteceu eu
acredito que tudo é possível – disse Davi olhando ao longe imaginando como
seria essa floresta lendária.