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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O Escravo - Capitulo 31 - Verdades

Capitulo 32 - Verdade


— Vamos ver quem é você! – resmunguei feliz apertando o “enter” e quase desmaiei ao ver o que era o sinal – Deus do céu!

Os códigos foram se revelando à minha frente formando padrões complexos e por fim eu estava diante da central de comunicação de uma nave e o rosto sorridente de Gwidion.

— Olá Andrew!

— Gwidion?! – eu estava em choque.

O pirata havia sobrevivido? Mas e os outros/

— Andrew – Abrahan apareceu na tela com o rosto cheio de machucados que estavam cicatrizando – Graças a Deus você está bem.

— Co... como? Eu... Como?

— Está faixa é segura? – Valdi resmungou atrás do companheiro.

— Claro que não – respondi com sarcasmo – Acha mesmo que eu ia conseguir entrar na comunicação da nave por um rádio simples? Eu estou usando os satélites de defesa do planeta.

Arregalaram os olhos admirados e não pude deixar de me sentir vaidoso, mas era hora de saber da verdade e logo.

— Podem ir contando tudo! O que aconteceu com vocês enquanto eu e Tiol enfrentávamos o inferno nas mãos daquele imperador desgraçado? Onde vocês estavam enquanto estamos tentando juntar toda e revolução para destruir Adamas?

— Andrew calma...

Sabia que eu devia estar feliz por ver algum deles, mas a verdade era que o nosso mundo estava se esfacelando e eles não fizeram nada enquanto eu, Tiol e todos os outros enfrentavam a guerra.

— Andrew – Yaci entrou no foco da câmera mostrando um rosto cansado e marcado – Nos perdoe, por favor. As bombas cairão perto da porta e estávamos junto à parede, Tiol estava indo buscar. Você e ele foram jogados longe enquanto nós ficamos soterrados junto à parede e quando saímos de lá os procuramos, mas apenas Ian estava...

Sua voz quebrou e eu temi pelo pior.

— Yaci! – eu levantei tremulo da cadeira – Ele...

— Está em coma – havia uma dor indescritível em seus olhos vermelhos – Ele e nosso filho lutam diariamente pela vida, mas as chances são muito poucas.

Sem que eu percebesse estava chorando. Lagrimas desciam pelo meu rosto e eu não fazia nada para enxugá-las.

— Sobrevivemos com alguns arranhões, mas quando fomos à procura de vocês o imperador chegou e tivemos que nos retirar para a nave de Valdi que afundou no oceano para despistar o governo. Conseguimos voar para o espaço na tentativa de salvar Ian, mas depois tivemos uma desagradável surpresa, naves negras estão patrulhando o espaço em volta de Aurifen.

— As naves dos Intis – disse com desprezo.

Os Intis eram uma raça de guerreiros parecidos com lagartos com duas pernas, pele verde e língua bifurcada. Adoravam uma boa briga e era o maior problema da galáxia, pois estavam sempre prontos para vender seus serviços a quem pagasse melhor.

— Se a Terra descobre...

— Era isso que estávamos fazendo a pouco – disse Valdi – Conseguimos falar com a Federação que a luz do que esta acontecendo vai intervir, mas apenas com as naves negras. Eles não podem fazer nada com relação à política interna de Aurifen.

— Melhor assim – disse com firmeza – Vamos acabar com o imperador juntos! Estamos juntando todos para o ataque final e sabemos que as forças do governo estão bem fragilizadas. Preciso que vocês fiquem na linha eu vou trazer Tiol.

Sai correndo da sala onde me fora destinado. Havíamos montado a base em uma casa vazia e Tiol estava com Bairon no andar debaixo estudando um mapa holográfico do planeta onde as informações sobre o que acontecia chegavam e assim mudava o que se via no mapa.

— Tiol! – gritei correndo pela escada.

Tiol me olhou assustado e correu para mim quando eu tropecei e quase cai da escada.

— Ta maluco Andrew! Você podia ter se machucado.

— Venha! Vamos!

Eu comecei a arrastar ele para o andar de cima.

— O que você tem?

— Eu preciso que você veja algo – puxei-o para dentro da sala.

— O que? Conseguiu alguma coisa sobre os soldados do norte? Estamos tentando entrar em contato com desertores.

— Não! Olhe!

Apontei para a tela do computador onde Valdi, Yaci e Abrahan sorriam para ele.

— Como...? – ele começou a respirar ruidosamente – Pai? Yaci, Valdi...

— E ai irmãozinho? – o mais velho sorriu para ele – Soube que está fazendo um bom trabalho.

Tiol tremulo colocou a mão na tela como se assim pudesse tocar em seus entes queridos tão distantes.

— Pelos deuses eu achei que tinha perdido cada um de vocês.

— A gente ainda vai ti assombrar muito.

— Tiol! Tiol! – uma voz fina se fez ouvir e Yaci levantou Itieu para nos mostrar – Eu tava com saudades.

Ele tinha curativos na testa e um olho com um tampão.

— Itieu – eu sorri para ele – Como você está.

— O Pin o morreu – seus olhos ficaram logo cheios de lagrimas – Meu olho está doendo e eu quero ficar com vocês!

Ele começou a chorar no ombro de Yaci e eu me peguei tremendo de raiva. O menino já havia perdido tanto a agora seu bichinho também.

— Logo e gente vai estar junto Itieu – disse Tiol tentando tranquilizar.

— Que tal vir com o vovô – disse Abrahan pegando o menino – Logo vamos ver seus pais.

Vovô? Pais?

O menino foi chorando com Abrahan.

 — O que houve com o olho dele? – perguntei preocupado.

— Foi ferido no desmoronamento – disse Yaci – Mas os médicos da nave conseguiram salvá-lo, infelizmente ele vai perder boa parte da visão que terá que ser corrigida com lentes.

— Isso não importa – disse Tiol – Ele está vivo assim como vocês e juntos daremos um jeito no que vier.

~~***~~

Depois de algumas horas de conversa com Tiol e Andrew, Yaci sabia o que estava acontecendo em seu planeta e no bom trabalho que aqueles dois estavam fazendo. Ele sentia que era a reta final, era tudo ou nada agora e mesmo tudo apontando para uma vitória da revolução algo dentro dele estava quebrado.

Seguindo a passos lentos para a ala da enfermaria, uma estrada já muito conhecida sua, entrou no quarto privado onde Ian estava em como preso a vários aparelhos que mantinham a sua vida.

Os médicos haviam dito que talvez ele pudesse ser mantido vivo até o nascimento da criança, mas depois não acreditavam que ele sobreviveria.   

Sentou na cadeira ao lado da cama olhando para o rosto pálido de Ian. Segurou a sua mão inerte e a encostou na testa tentando sentir algum calor de vida no ex escravo.

Droga! Se tivesse conhecido Ian antes! Se tivesse sido ele a comprá-lo...

Não! O melhor mesmo era se Ian nunca tivesse sido vendido, se tivesse feliz em seu mundo, mas ele jurara que ia acabar com isso. Sabia que ia ser uma grande luta impedir a escravidão, mas estava disposto a ir contra tudo e contra todos para ver essas pessoas livres e lhes dar um futuro.

— Queria que estivesse aqui Ian.

Ele não queria chorar, era hora de ser forte por todos eles, por Aurifen, mas seu coração estava quebrando aos poucos. Tudo a sua volta era um frio vazio sem ele e não conseguia nem mesmo imaginar como seria o futuro sem Ian do seu lado.

— Yaci – Abrahan entrou no quarto ajoelhando em frente ao filho mais velho – Precisa descansar filho. Você não dorme há dias.

— Eu me sinto melhor quando estou com ele papa – disse Yaci sem soltar a mão de Ian ou olhar para o pai.

— Filho olhe para mim – Abrahan segurou o queixo dele vendo os olhos marejados das lágrimas que ele segurava – Yaci ponha tudo para fora. Se guardar dentro de você essa dor ela vai crescer e tomar conta de você como fez com seu pai.

— Dói! Pai dói como nada que eu já senti na vida.

— Perder aqueles que amamos dói filho – Abrahan levantou abraçando o filho – Mas Ian esta vivo e lutando e ele é um lutador. Sobreviveu a anos de escravidão e vai sobreviver a isso.

Yaci já não podia esconder a sua dor e chorou de encontro à barriga do pai enquanto este acariciava os seus cabelos.

Valdi olhava a cena e resolveu não entrar ante a dor tão profunda do irmão.

Andou sem rumo pelos corredores sendo cumprimentado pelos tripulantes da nave com educação. Todos sabiam que ele era o companheiro do comandante e como tal merecia respeito. Ninguém falava do que acontece quando Valdi chegara ali, do estupro que fora transmitido ao vivo pela nave e ele agradecia aos deuses.

Entrou em uma sala de descanso e sentou perto de uma janela panorâmica feita com um tipo de metal transparente como vidro, só que tão forte quanto o aço da nave.

Ele sentou em uma poltrona olhando para as estrelas que podia ver dali.

Durante sua vida ele nunca tivera muito tempo para olhar para elas e quando fazia isso era para pensar nos povos que viviam ali, mas ali, naquele momento, ele só queria olhar e deixar com que seus pensamentos vagassem sem destino como se isso pudesse aliviar a sua mente de tudo que lhe acontecera.

— Valdi? – Gwidion e Frey haviam aberto a porta sem que ele percebesse – Está tudo bem?

— Sim – ele voltou para as estrelas – Eu fui até a enfermaria, mas Yaci não estava muito bem.

Frey sentou perto dele e segurou sua mão. Desde aquela noite Frey tentava de algum modo se aproximar dele, mas Valdi ainda tinha medo, medo do que acontecera e isso o enchia de vergonha.

— Valdi eu tento me desculpar todos os dias e o que vejo é você cada vez mais se afastando.

— Eu não posso me afastar – disse o príncipe com desgosto – Esqueceu que estamos ligados para toda a vida?

— Nós não esquecemos e você sabe com esse vinculo o quanto dói em nós o que fizemos – disse Gwidion sentado no braço da poltrona perto dele.

— E vocês sabem que eu tenho medo e vergonha... – Valdi tremeu e tentou não chorar, ele não podia fazer isso na frente deles.

— Lamento tanto – Frey o abraçou apesar do corpo de Valdi ter ficado rígido – Eu faria qualquer coisa para mudar o que fizemos.

Não havia nada que podia mudar aquilo, mas ele podia tentar conseguir outras lembranças para soterrar aquelas que estavam com ele.

— Me ajudem a esquecer então – olhou para os maridos – Por favor, me ajudem a esquecer para que possamos viver a nossa vida.

Ambos o olharam e Frey finalmente tocou no seu rosto com carinho e beijou seus lábios tentando colocar nesse beijo todo arrependimento que sentia.

— Ora eu também quero beijo – Gwidion fez um enorme bico e os dois acabaram caindo na risada.

— Então venha meu pirata – disse Valdi oferecendo a ele os lábios.

Foi um beijo pequeno, apenas um roçar de lábios, mas foi o bastante para acalmar Valdi.

— Gosto de você – disse Frey o abraçando por trás e cheirando o pescoço dele – Desde o momento em que vi você ali enfrentando uma nave inteira eu tenho você dentro do meu coração.

— Frey – Valdi segurou a mão dele em cima do seu coração – Queiram os deuses que um dia eu possa retribuir.

— Não se preocupe Valdi – Gwidion ficou ajoelhado na frente dele – Nós vamos fazer você se apaixonar por nós, isso é um promessa.

Valdi sorriu para eles.

— Você é uma gracinha quando sorri!

— Frey! – Valdi havia ficado vermelho com o elogio.

— E ele cora! – Gwidion se aproximou mais e tocou na ereção de Valdi evidente na roupa – E está excitado.

— Gwi... – Valdi gemeu ao ter o falo apertado por ele.

— Acho que o nosso príncipe precisa de uma ajuda – disse Frey colocando a mão por baixo da blusa do aurifense indo até os mamilos dele.

— Hum! – Valdi gemeu arqueando o corpo de encontro a Frey que apertava a puxava.

Gwidion com o olhar safado abriu o fecho da calça de Valdi deixando o pênis ereto saltar para fora.

— Ora sem roupa intima – disse Gwidion segurando o membro – Que safado.

— Você estava andando por ai sem nada por baixo? – Frey falava de encontro ao seu ouvido enquanto continuava com a tortura – Sabe como isso me excita.

— Quero ti provar – disse o outro pirata engolindo seu pau.

Valdi estava mergulhada em meio a um delicioso tormento de prazer que ele não queria que acabasse. A boca de Gwidion era tão boa e quente e sua língua deslizava por toda a extensão do seu membro o fazendoele enlouquecer.

Frey retirou a sua blusa e abocanhou os seus mamilos com sede e começou a mamá-los com deleite enquanto Valdi gemia sem parar.

Não suportando mais o príncipe gozou dentro da deliciosa boca do pirata que engoliu toda a sua semente e ao retirar o pênis flácido de sua boca deu um sorriso safado.

— Delicioso!   

Valdi ofegava e sentia que o cansaço chegava até ele depois que um pouco da tensão dentro dele tinha diminuído.

— Durma meu príncipe – disse Frey acariciando seus cabelos – Cuidaremos de você.

~~***~~

Mesmo estando exausto eu não conseguia dormir. Não querendo acordar Tiol por ficar me remexendo levantei e sentei em uma cadeira perto da janela que dava para a rua onde ainda havia movimento mesmo sendo duas da manhã.

A intensidade da iluminação fora diminuída a ponto de ter que se andar com lanternas tentando simular a noite da superfície.

Eu me sentia aliviado e triste ao mesmo tempo. Meus amigos estavam vivos, mas Ian estava muito mau e ao lembrar-se das lagrimas de Itieu meu coração doía. Durante aqueles dias eu tentara esquecer que eles podiam estar mortos e isso incluía o menino de doces olhos. Pensar que ele podia estar morto era mais do que dava para aguentar.

Meu filho remexeu dentro de mim sentindo a minha depressão.

“Tudo bem” comecei a acariciar o meu abdômen “Vai tudo ficar bem”.

Era como um mantra que eu tinha que dizer para acalmar nós dois. Mas dessa vez parecia não estar funcionando, pois ele continuava a mandar sentimentos dolorosos para mim.

— Andrew? – Tiol havia acordado e procurava por mim.

— Aqui – disse tremulo com a intensidade dos sentimentos do bebê.

— O que há? – ele se levantou e tocou a minha barriga acalmando o feto.

— Ele sentiu meu medo e minha dor – disse baixinho – Isso doía nele também Tiol e eu não sabia o que fazer.

— Calma – ele continuava a me acariciar – Vocês dois estão em uma fase delicada, estão cada vez mais ligados.

— Eu não quero que ele sinta isso! – disse tentando parecer mais forte, mas a verdade é que eu estava um caco, cansado demais para segurar os meus sentimentos desenfreados.

— Saiba que estarei aqui para vocês. Não sei se isso é um grande consolo, mas eu prometo proteger vocês dois.

— Você é um príncipe chato e sádico, mas saiba que não consigo imaginar minha vida sem brigar com você todos os dias.

— Como acha que seremos daqui a alguns anos? – ele perguntou sorrindo e me pegando no colo.

— Ainda estaremos brigando por ai, mas espero fazer isso no nosso quarto afinal não podemos traumatizar as crianças com um pai assim.

— Assim!? – Tiol me largou na cama – Eu vou ti mostrar o assim!

E ele começou a fazer cócegas em mim e jurei que eia fazê-lo pagar por cada risada que dei! (Pagar no pior sentido, claro!)







                                                                 



Um comentário:

  1. Parabéns por mais um capítulo quem bem se poderia classificar como delicioso. Fiquei muito contente com a situação do trio começando a se resolver, apesar de ter odiado os dois piratas, mas enfim... Valdi merece ser feliz, mesmo quer tudo tenha começado do jeito que começou. Ah, por favor, se puder, salve o IAN.
    Mais uma vez, PARABÉNS e fique na PAZ!

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