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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O Escravo II - Capitulo 2 - Nébula

Capitulo 2 - Nébula



Itieu estava em uma das salas de observação da espaçonave Kennedy, era uma nave da Terra de formato achatado, como um disco. Dali ele podia ver que estavam chagando a um planeta verdejante com nuvens tempestuosas por todo o lado. Cinco luas o ladeavam, mas só duas eram visíveis do ponto onde estava. A sala de observação ficava no ultimo andar da nave e era uma sala circular com uma das paredes feita de um vidro blindado, tão duro quanto o aço que usavam nas naves. Havia sofás por toda a sala para a pessoa sentar e contemplar.

Pelo que sabia era um mundo novo do sistema Taurinis-2, sem vida inteligente e com florestas cobrindo quase todo ele.

Os habitantes da Terra deram o nome de Nébula.

A nave foi se aproximando cada vez mais e entrou pela densa camada de nuvens.

— O nome é por causa disso – disse alguém atrás dele.

Itieu se virou dando de cara um humano. Ele era um pouco mais baixo que ele, olhos de um belo castanho, cabelos negros caindo pela testa. O rosto era harmonioso com as sobrancelhas bem desenhadas. Vestia o uniforme vermelho que o identificava como da equipe de cientistas que estava indo para Nébula. Ele apontou para o vidro onde o planeta se aproximava cada vez mais.

— Boa parte do tempo ele esta coberto de nuvens e nevoeiro – ele estendeu a mão em uma saudação da Terra – Meu nome é Edward Witt.

Itieu apertou a mão do humano.

— Itieu Tha Gaol.

— Conheço o seu nome. Você é filho de um dos príncipes de Aurifen, não é? Nossa as histórias de como vocês tomaram o poder no seu mundo são contadas até hoje na Terra. Deve ter sido incrível!

— Uma guerra é terrível e não incrível – responde Itieu olhando para a paisagem que se via do vidro.

— Desculpe Itieu, eu não conheço guerras, o mais próximo que chego delas é nos filmes. Desculpe a minha boca grande.

O rapaz estava vermelho e parecia muito constrangido.

— Tudo bem.

Nesse momento a porta abriu novamente onde três pessoas entraram dois rapazes e uma moça.

— Era aqui que você estava se escondendo – disse ela colocando as mãos nos quadris magros.

Ela era alta, com longos e cacheados cabelo caindo pelas costas. Os olhos eram um azul claro lindo e o rosto dela tinha o formato de coração. Seu corpo era magro, mas tinha boas curvas e grandes seios.

— Eu não estava me escondendo, eu queria ver o planeta.

— Logo você vai ter muito desse mundo – disse outro rapaz parecendo muito jovem com cabelos loiros platinados caindo pelas costas, olhos verdes com um doce brilho com longas pestanas. Não devia passar de um metro e sessenta e seu corpo magro era evidenciado pelo uniforme vermelho.

O ultimo não falou. Ele tinha uma expressão carrancuda e séria e se vestia de forma diferente com o uniforme azul das Forças Especiais Federação de Planetas Unidos. A calça azul apertada assentava bem em suas coxas fortes e em seu traseiro redondo. A jaqueta curta também deixava evidenciar os músculos dos braços. Seu rosto mostrava força e seriedade com seus olhos negros insondáveis e lábios grossos e contraídos.   

Itieu sentiu seu corpo reagir a luxuria do belo exemplar da espécie da Terra, mas tentou o máximo esconder. Aquele povo não era como o seu, em Aurifen podia-se pedir para fazer sexo sem que a outra pessoa surtasse e mesmo entre os humanos que viviam há muitos anos lá esse costume já não chocava, mas o rapaz havia aprendido em uma de suas viagens o quanto os humanos da Terra tinham dificuldade quando se tratava do prazer sexual.

— Itieu eu gostaria de ti apresentar os maus amigos: essa é Karla Maria Lemos, este é Octávio Espinosa e Gael Trystan.

Cada um o cumprimentou, menos Gael que ignorava o grupo com ardor.

— Não ligue para ele – disse Karla – Ele odeia ter sido designado para ser o guarda costas do nosso grupo em Nébula.

— Ficaríamos bem melhor se não tivéssemos ele como mau agouro – disse Octávio rindo, mas com um olhar frio para o militar.

Itieu foi até o soldado e estendeu a mão tentando ser educado.

— Muito prazer em conhecê-lo senhor Trystan.

Ele olhou para o aurifense com evidente enfado.

— Não sabia que a realeza se misturava com plebeus.

— No meu mundo senhor Trystan as pessoas consideram um cumprimento algo sagrado, algo que qualquer pessoa bem educada deve fazer. Ao que parece que o senhor não tem educação nem uma.

— Com quem você pensa que está falando? – ele ficou vermelho e Itieu lembrou de seu papa.

— Eu sei quem é o senhor, ao que parece o senhor é quem não sabe.

Os outros deram risos discretos.

— Acha que aquele mundo é lugar para passeios de garotos mimados? Ali é uma guerra e gostaria de ver o senhor sobreviver ali.

— Guerra? – Itieu segurou com a sua força de aurifense o braço de Gael que o olhou pasmo – Sou um aurifense humano da Terra. Meu povo é milhares de anos mais velho que o seu. Sou três vezes mais forte que qualquer humano, sou mais rápido e mais resistente. Durante a minha infância sobrevivi a uma guerra que destruiu boa parte do meu mundo e matou um bilhão de pessoas e me levou um olho. Boa parte do meu povo não tinha nada para comer a não ser os mortos, mesmo os príncipes – soltou o braço dele – Não me diga que eu não sei o que é guerra – ele saiu da sala de observação.

— Acho que você irritou a pessoa errada Trystan – disse Octávio rindo – O povo aurifense não é de levar desaforo para casa.

— Acho que não conversei com você, anão de jardim.

— Chega! – Karla gritou – Olha Gael não fomos nós que o colocamos aqui, não foi nossa ideia que o seu comandante o designasse para ir para tão longe da Terra quando seu pai está doente. Lembro bem que Ed fez o possível para que isso não acontecesse, mas não pudemos reverter o caso. Porque não nos ajuda para que possamos terminar logo o trabalho e voltar para a Terra? Brigar só vai atrasar mais ainda as coisas.

Gael bufou, mas podia ver a verdade nas palavras da jovem bióloga. Tinha que parar de brigar com eles e ver se isso podia o por de volta a Terra logo.

— Gostaria de ti lembrar que o aurifense não faz parte do nosso grupo Trystan – disse Octávio com evidente deleite – Ele é o protegido do general Sherman, comandante da base em Nébula e seu comandante geral.

Maravilha! Ele havia aprontado com quem não devia realmente! Sherman era conhecido por sua intransigência e brutalidade com seus subordinados que não seguiam sua cartilha na linha. Estava bem fodido!

~~***~~

Assim que desceu no porto espacial em Nébula Itieu estava bufando de raiva. Humano idiota, imbecil e retardado. Ele não tinha o direito de falar daquele modo com ele!

Fora apenas ser educado e conseguira uma patada. Merda!

Com a sua mochila nas costas olhou para as construções ao longe. Eram prédios altos e feitos de vidro fume blindado e metal. Superestruturas feitas para suportar furacões que naquele mundo tinham ventos que chegavam de setecentos quilômetros por hora. Havia um total de dez prédios e nada mais. Toda a região era cercada por uma cerca de cimento impedindo a visão das matas em volta.

O ar era quente, sufocante, extremamente úmido. Nuvens escondiam o sol sem alivio para o calor e foi com prazer que ele entrou em um dos prédios e sentiu o era condicionado funcionando.

O saguão de entrada era uma grande sala com sofás por todo o lado e televisões nas paredes passando programas da Terra. Eram recepções ao vivo que deviam vir da rede de comunicações muito bem formada pela Terra. Mesmo do outro lado da galáxia era possível ver um bom jogo de futebol.

— Itieu! – o general Sherman chegou até ele sorrindo.

Era um homem de estatura mediana, olhos castanhos que mostravam uma frieza que incomodava o rapaz. Havia uma longa cicatriz que descia do olho esquerdo e ia até seu nariz torto. A barriga proeminente mostrava que ele passava mais o tempo dentro de uma sala que em campo.

— General Sherman é um prazer conhecê-lo pessoalmente.

— O prazer é meu garoto – ele sorriu apertando a mão dele, mas seu olhar era de alguém avaliando uma bela mercadoria – Ainda bem que chegou, estamos para receber um grupo vindo de um planeta aqui perto e eu estava esperando contar com você para intermediar a conversa – enquanto falavam o general o ia levando ele para os elevadores panorâmicos – Reservei um quarto neste prédio para você, aqui ficam os cientistas de Harvard e é menos tumultuado que um monte de militares fazendo algazarra.

Ele deu uma risada e Itieu apenas sorriu. Algo naquele homem fazia seu instinto gritar a frase “Tome cuidado!!” o tempo todo. Havia muita cobiça dentro dos olhos negros de Sherman para ele confiar no humano.

Chagaram ao décimo andar e Itieu viu pelas vidraças que uma tempestade se iniciava lá fora, tão forte que não se via mais nada a não ser a água batendo nos vidros.

— É sempre assim – resmungou o general – Essas tempestades vem do nada, dizem que esse calor infernal que provocam elas. É bom que esse povo da universidade acha algo que presta nesse sistema, ou a Terra gastou dinheiro à toa.

— Pensei que iam colonizar! – o aurifense parou surpreendido.

— Me fale com seriedade filho, quem é que vai querer ir para esse fim de mundo com tantos planetas bons perto da Terra? Isso tudo é para dinheiro, conheço como a cabeça desses políticos trabalham – ele deu uma risada desagradável a abril uma porta de aço com um toque de mãos – Seu quarto menino. Ai vai achar um manual com alguns horários e um mapa. Amanhã as oito passo na recepção e pego você para que possamos encontrar os nossos convidados – ele acenou a saiu.

O rapaz entrou no quarto que era espaçoso com uma sala conjunta, uma cama com um armário e um banheiro.

Itieu sentou na cama dando um suspiro. Ele havia chegado e mesmo com alguns percalços ele estava indo começar o seu trabalho no outro dia.

Arrumou as suas coisas e pegou o potente radio sub espacial que seu papa lhe dera de presente. Era pouco maior que a palma da sua mão e com uma antena retrátil que o conectava aos satélites da Terra, ele até tinha os códigos que Andrew conseguira e ele nem queria saber como.

Ligou para a faixa particular da sua família e o rosto de seu papa apareceu na tela.

— Oi papa cheguei bem.

— Quanto tempo se demora para chegar nesse maldito lugar Itieu! – ele esbravejou com os olhos vermelhos.

— Não ligue para ele – Tiol apareceu na tela – Tudo bem mesmo filho?

— Sim pai. Foi uma viagem calma e os humanos da Terra são pessoas interessantes.

— O que você quer dizer com interessantes? – havia um brilho feroz nos olhos de Andrew e isso costumava dar medo em todo mundo.

— Espirituosos, educados. Tem uma boa conversa.

— Itieu eu sei que você tem juízo é um bom garoto, mas tome cuidado com esses humanos.

— Do mesmo jeito que eu devia ter tomado cuidado de você – disse Tiol para Andrew e isso lhe rendeu um chute nas canelas – Andrew!

— Mantenha essa sua boca fechada ou dou bem mais em cima!

— Papa, pai, eu preciso desligar. Tchau!

Andrew parecia querer falar algo, mas ele desconectou e desligou o radio antes que ele ligasse.

Seu papa era ótima pessoa, mas sufocava os filhos. Pegava tanto no pé de Itieu que ele nunca fora a uma sala dos jogos ou mesmo fizera sexo. Diabos! Ele nem mesmo beijara ninguém com medo de que seu pai surtasse!

Mas ele não fora para Nébula para isso. O que queria era adquirir experiência e voltar para Aurifen e prestar mestrado para dar aulas. Faria do tempo nos sistemas Taurinis um trabalho de campo e com isso ter mais pontos para a sua carreira.

Com um sorriso no rosto ele olhou para a janela onde a tempestade tinha ido embora com a mesma rapidez com que tinha chegado.

~~***~~

As neves do planeta Ghalib eram do formato de uma esfera. Consideravam esse formato perfeito para as naves, mesmo que a tecnologia não fosse deles.

Cerca de cinco mil anos atrás uma nave de um povo desconhecido que vivia no centro da galáxia caiu em Ghalib, naquela época vivendo ainda no que seria o século vinte da Terra.

Eles resgataram a nave, mas uma descompressão havia matado os seres vivos de dentro da nave, mas o restante da tecnologia sobrevivera e com ajudo da conhecida engenharia reversa eles foram aprendendo ao longo dos anos como cada uma das peças funcionavam e foram acrescentando características próprias.

Quinhentos anos depois eles lançavam sua primeira nave espacial, uma nave com velocidade superior a da luz e começaram a explorar os mundos cheios de curiosidade e por muito tempo eles eram os povos dominantes daquele ponto da galáxia até que os outros povos foram chagando cada vez mais perto até que agora eles tinham que lidar com eles à porta de seu planeta.

Kafen estava mais curioso que preocupado com eles. Seu povo não era de ficar por ai povoando outros mundos, seu sistema já era um problema sozinho para ele querer mais. Eram mundos ricos em minérios, flora e fauna assim eles tinham tudo que precisavam ali mesmo.

O príncipe guerreiro pensava nisso enquanto olhava para as estrelas pela janela do seu quarto na nave Grogan, o orgulho de sua frota.

A Grogan demorara dez anos para ser feita, mas depois de construída era considerada uma das maravilhas do universo.

Com mil metros de diâmetro a nave podia carregar uma frota inteira dentro dela e necessitava com uma tripulação de duas mil pessoas. Seu poder de fogo era tal que até mesmo pequenas estrelas podiam ser destruídas por ela.

Ele voltou a sorrir ao olhar para uma tela que tinha nas mãos. Ali podia-se ver o rosto de um rapaz de cabelos brancos, olhos vermelhos e de uma beleza que fazia Kafen lamber os lábios.

Ele precisava ter o ser exótico a qualquer custo e o colocar no seu harém de escravos.

  



3 comentários:

  1. Li o livro o escravo e fiquei maravilhada, agora estou lendo o escravo II,estou ansiosa pelos próximos capitulos.

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    1. Adorei o primeiro livero estou anciosa para le o segundo espero que seja tão bom como o primeiro

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  2. Delicia, delicia, assim vc me mata...
    ... de ansiedade.Estou roendo as unhas para os próximos.
    Tem algum capítulo na agulha!

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