Capitulo IV
Depois do jantar Mathew se ofereceu para lavar os pratos e Paul mandou Gabe ir com ele. O garoto resmungou sobre isso ser coisa de mulher, mas se calou ante o olhar o pai.
Jared e Jason apesar de caindo de sono fizeram birra para subir para seus quartos. Sara os empurrou para cima dizendo que ia dormir também. Ela estava risonha demais para a paz de espírito de Paul.
Depois de uma hora, Mathew e Paul foram até se sentar na sala onde o pai costurava perto da lareira acessa e com o pé em cima de um banquinho.
— Odeio lavar pratos e panelas – Gabe resmungava ao sentar perto do pai.
— Sei que odeia isso filho, mas não podemos viver em uma casa suja e cozinhar se não houver panelas. Acho que é justo se a Sara fez o jantar os outros lavarem os pratos.
— Ele é péssimo lavando as coisas – Gabe olhava de forma acusadora para o príncipe que riu.
— Eu sou melhor com uma espada.
Os trovões voltaram a ribombar e o menino chegou mais perto de Paul.
— Ta tudo bem – disse o outro abraçando os ombros magros do menino – É só a chuva.
Mathew observou como o menino estremecia a cada relâmpago, mas tentava se mostrar corajoso.
— Já ouviu falar nos dragões Gabe? – o príncipe tentou distraí-lo do barulho das trovoadas.
— Eles são lenda – resmungou o outro, mas o olhou curioso de lado.
— Eu já vi muitos – disse ele dando de ombros.
— Mesmo? – ele agora parecia muito interessado.
— Nas terras de Gaulesh ao norte. O reino de minha família da ao norte para as terras dos elfos...
— Elfos!! – Gabe havia dado um pulo ao ouvir aquilo e seus olhos brilhavam.
— Você disse a palavra mágica – riu Paul – Ele é louco para conhecer os elfos.
— Você já viu algum Mathew?
— Duas vezes quando servia em uma base na fronteira. Eles não são muitos de se afastarem das matas onde é seu lar.
— Como eles são?
— Parecidos conosco, mas também diferentes. São altos e esguios, com longos cabelos de um tom lilás e olhos muito parecidos com os seus, verdes como as primeiras folhas de uma videira. Falam uma estranha língua, mas também a nossa. Quando cantam é como se o mundo inteiro brilhasse e você pudesse senti-lo pela primeira vez.
— Eles têm orelhas pontudas como dizem?
— Isso é lenda, apesar de sua beleza sobrenatural ser real. Nunca tinha visto ninguém manejar uma espada e um arco como esses elfos. Mesmo aparentemente magros eles são muito fortes e certeiros.
— E os dragões?
— Esses eu já vi varias vezes. Alguns são fazem nada, mas também não se aproximam de populações humanas, são os dragões brancos. Já os negros são ferozes e causam destruição por todo o lado. Conheci alguns vermelhos, mas eles são do tamanho de um cachorro médio e muita gente têm eles na fronteira como bichos de estimação.
— Um dragão!? – o menino se maravilhava com as palavras do outro – Ual! Eu queria um.
— Eu imagino o que aconteceria – Paul balançou a cabeça como se apenas o pensamento fosse doloroso – É hora de dormir Gabe.
— Mas pai eu queria ouvir mais sobre os elfos!
— Acho que o príncipe Mathew esta cansado filho. Talvez um outro dia vocês possam conversar sobre os povos do norte.
A expressão do menino era de tristeza ao se levantar e Mathew pensou em algo para animá-lo.
— Que tal se eu trouxesse um dos livros que falam sobre elfos da biblioteca do meu irmão? Ele tem ótimas ilustrações.
— Mesmo? – os olhos de Gabe se iluminaram e ele praticamente saltou no pescoço dele – Obrigado!
— Ora, de nada – o outro ficou sem graça.
— Boa noite – ele seu um beijo em Mathew e outro em Paul – Boa noite pai – e subiu correndo as escadas carregando uma das lamparinas acesas em cima de uma mesinha perto da escada.
— Gabe deve ter gostado mesmo de você! – Paul estava pasmo – Ele é sempre tão arredio e nunca chegou perto de estranhos.
— Acho que depois de ararmos um campo e lavarmos uma pilha de pratos deixamos de ser estranhos.
— Talvez ele esteja melhorando – disse Paul quase num sussurro.
— Paul, Gabe me disse que a mãe verdadeira dele o jogou no lixo?
— Ele contou isso pra você? – o outro se empertigou na hora.
— Ele me falou depois que eu contei que a minha mãe me obrigava a viver em cima dos estábulos e proibia de entrar no castelo.
— Por que ela fez isso?! – Paul parecia horrorizado.
Mathew respirou fundo olhando para a janela.
— Somos em quatro irmãos. Dylan, Phillip, Katrina e eu. Assim que Dylan nasceu ela não queria mais filhos em hipótese nem uma, mas meu pai dizia que a casa dos McGives de Gaulesh precisava de mais herdeiros e assim nasceu Phillip e Katrina. Para a minha mãe e meu pai era mais do que o suficiente alem de que para eles só o que importava era o herdeiro do reino, meu irmão mais velho. Phillip e Kate viviam em outra residência perto do castelo, mas longe o suficiente para não incomodar – aquilo doía tanto em ser dito, ele sentia o rosto quente de humilhação pelo que sua mãe fizera, mas estranhamente seu peito parecia ficar mais leve a cada palavra que dizia a Paul – Qual não foi a surpresa dos meus pais, descobrir oito anos após Kate ter nascido que a minha mãe estava grávida de novo. O que eu sei é que ela me odiou desde o dia de minha concepção. Assim que nasci fui criado pelos criados do castelo e quando tinha sete anos eles me mandaram para um quarto nos estábulos. Eu via os meus irmãos e costumávamos nos encontrar as escondidas em uma passagem que dava no sótão. Os criados nos ajudavam nisso e Dylan era o nosso líder nas aventuras de explorar o sótão e o porão onde meus pais nunca iam. Ele era o mais velho e vivia prometendo que um dia todos iam morar junto no castelo – ele deu uma risada sem alegria – Quando ele ficou maior de idade tentou fazer isso e nossa mãe ficou doida de raiva e transformou a vida de nós três em um inferno que resolvemos fugir um dia, mas Dylan descobriu e percebeu que aquilo não estava dando certo. Como príncipe herdeiro ele também era o duque de Albarã, uma grande extensão de terras ao oeste que ficava nos vales. Fomos morar na propriedade que havia ali como protegidos do duque. Finalmente tínhamos alguma paz, mas descobríamos finalmente que nossos pais nunca iam nos amar.
— Isso... – olhou para um tremulo Paul com os olhos castanhos brilhando de raiva – Como uma mãe pode fazer isso? Como não amar os seus filhos? Como não se deliciar com cada sorriso, com cada travessura? Como não querer sentir o seu calor ou ficar olhando para eles dormindo por horas? Como não vê-los crescer e se orgulhar de cada pequena vitória daquele pequeno ser que é parte de você?
— Imaginei que para uma pessoa como você Paul, as atitudes dos meus pais seriam incompreensíveis. Alguém que ama incondicionalmente à sua família, que se doa de corpo e alma a ela.
Paul sentiu raiva por aqueles pais e pena pela solidão que via nos olhos de Mathew. Levantou da poltrona e foi mancando até um surpreso príncipe. Estendeu a mão para ele o convidando a levantar e quando ele o fez, Paul o abraçou apertado.
— Nem uma criança deveria passar por isso – murmurava ele – Elas são o presente mais lindo que uma pessoa pode ganhar de Deus.
Mathew fez força para não chorar, mas era como se um dique que sempre reterá as suas emoções tivesse rompido. Ele começou a soluçar como uma criança ferida que é abraçada pela mãe, coisa que ele nunca tinha feito.
Demorou algum tempo para que ele pudesse se acalmar e quando isso aconteceu ele se deu conta do corpo quente de Paul, dos seus braços apertando seus ombros e do seu perfume doce.
Segurou o rosto do outro acariciando a pele lisa e delicada. Beijos as pálpebras úmidas, a ponta do nariz e finalmente os lábios. Ele apertou Paul trazendo ele para mais perto e o outro não fez menção de se afastar, ao contrario, ele segurou na camisa dele com força.
Eles se beijaram com ferocidade e paixão, sedentos de amor. Mathew sugava a língua de Paul e este sentiu a ereção do outro de encontro ao seu abdômen deixando ele duro na hora. Gemeu quando Mathew desceu as mãos para suas nádegas e apertou afoito. Ele queria sentir aquelas mãos em sua carne nua e isso o fazia gemer e quase gozar sem nem mesmo se tocar.
Mathew beijou o queixo dele e começou a marcar seu pescoço com um forte chupão. Como Paul não vestia a longa túnica dentro de casa ele pode colocar as mãos sob a sua camisa sentindo a pele lisa e quente e tocou os mamilos sensíveis de Paul que mordeu os lábios para não gritar, deus ele estava a ponto de ejacular dentro de suas calças.
O príncipe o olhou com aqueles incríveis olhos violetas e desceu as mãos para a sua calça e Paul estremeceu. Ele precisava parar, mas já fazia tanto tempo que ele não sentia tanto prazer que seu corpo não respondia mais a sua cabeça.
Mathew meteu a mão dentro de suas calças e roupas intimas tocando em seu pênis ereto de onde o pré sêmen pingava. Passou o dedo pela ranhura da ponta e começou uma lenta e torturante masturbação que o deixou de pernas bambas.
Paul jogou a cabeça para cima revirando os olhos quando a mãos do príncipe chegou até o seu escroto e voltou a subir por toda a extensão do pênis em um vai e vem ainda mais lento e torturante.
Mathew lambeu os lábios ao vê-lo ofegante e se contorcendo de prazer em seus braços. Nunca havia visto nada mais erótico e ele estava tão duro que seu pau doía e pressionava os botões da calça. Voltou a violar a boca do outro com fúria e aumento a velocidade de sua mão até que sentiu um liquido quente se derramar nela.
Paul quase havia desmaiado ao gozar na mão do outro, se ele não o tivesse segurando teria caído no chão.
— Delicioso – murmurou Mathew lambendo o seu ouvido.
De repente a sala toda foi iluminada por uma luz muito brilhante o logo em seguida um trovão estremeceu a casa toda tal a sua intensidade.
No segundo após foi tudo tão silencioso que Paul ouvia as batidas do seu coração, mas logo um grito longo e agonizante encheu o ar.
— Meu Deus Gabe! – Paul tentou correr, mas quase foi ao chão por causa do pé torcido.
Mathew segurou-o antes que fosse ao chão e o outro lutava contra ele.
— Me solta! Eu preciso ir ver meu filho!
— Você não vai ajudar ele caindo da escada – segurou Paul no colo – Pegue a lanterna!
Paul agarrou a lanterna de cima da mesa e iluminou o caminho para Mathew que subia as escadas de dois em dois degraus. O grito apavorado de Gabe enchia a casa e cortava o coração de ambos.
O quarto de Gabe e Shon era no fim do corredor a direita. Jared, Jason e Sara estavam no corredor.
— Mãe ele esta gritando de novo – Sara choramingava enquanto os dois menores se agarravam a ela – Ajuda ele.
— Fiquem calmos, ele só se assustou.
Mathew pôs ele no chão na porta do quarto que Paul abriu e encontrou Shon chorando aos pés da cama de Gabe e este encostado em um canto da parede, os olhos arregalados e pálido. Ele não parecia ter notado quando os dois entraram.
— Ele bateu em mim, mãe – Shon tremia e podia-se ver uma mancha vermelha se formando – Eu só queria ajudar ele...
— Calma – Paul abraçou o menino – Você sabe que ele não sabia que era você?
— Ele não tem culpa – Shon chorava ainda mais – O homem que fez isso com ele é que tem.
— Deixe ele comigo – Mathew segurou Shon no colo que soluçava de dar pena – Cuide do Gabe.
Paul acenou um agradecimento e foi se aproximando lentamente do filho mais velho.
— Gabe, sou eu, seu pai. Esta tudo bem, foi só um trovão. Eu estou aqui com você e nada vai ti acontecer.
— Ele ta ali – o menino apontou para a escuridão – Manda ele embora. Manda ele embora – e ele começou com uma cantinela com essas três palavras enquanto balançava seu corpo para frente e para trás.
Paul se aproximava lentamente até que sentou do lado dele e o puxou para os braços.
— Ele já foi embora, Gabe. Ele já foi embora.
O garoto parecia acordar naquele momento. Estremeceu nos braços do pai e começou a chorar de uma forma que dava pena.
Paul começou a cantar uma canção de ninar que acalmou aos poucos o menino.
— Pai desculpa – ele pedia com a voz rouca.
— Não precisa pedir desculpas meu anjo – Paul enxugava as lágrimas do menino – Você esta melhor?
— Minha cabeça dói – ele olhou para Shon nos braços de Mathew – Shon? Eu assustei você de novo?
— Não – ele fungou – Foi o trovão. Eu cai da cama – enterrou o rosto no peito de Mathew e ele não pode de deixar de admirar o fato dele não contar o que havia acontecido e assim fazer o irmão se sentir ainda pior.
Sara e os outros dois meninos estavam na porta.
— Vão dormir – disse Paul – Ta tudo bem agora.
Sara assentiu e empurrou Jared e Jason para o corredor.
— Que tal se você for dormir comigo e Mathew ficar aqui com Shon? – perguntou Paul ajudando o filho a se levantar.
Gabe assentiu com a cabeça parecendo extremamente constrangido com tudo que tinha acontecido. Paul lançou um olhar atormentado para Mathew que sorriu.
— Eu não gosto muito de tempestades – ele disse olhando para os olhos vermelhos de Shon – acho que se eu estiver junto com o Shon vou sentir menos medo. O que acha disso companheiro?
— Hum, hum – ele resmungou coçando os olhos.
— Vamos Gabe – Paul abraçou os ombros do filho – Vai ser bom alguém dormir comigo também. Sabe o quanto eu odeio trovões.
— O senhor rói unhas quando esta relampejando – o menino disse sorrindo para ele.
— Eu não rôo unhas! – Paul protestava enquanto saia do quarto e dizia um obrigado mudo para Mathew que lhe sorria com os olhos brilhando.
Assim que eles saíram Shon pulou do colo do príncipe e correu para a sua cama afastando as cobertas, deitando a batendo em um canto da cama.
— Venha dormir comigo Mathew!
Olhou para a estreita cama se perguntando como ia caber ali, mas não teve coragem de decepcionar o menino e se apertou com ele na cama de solteiro.
— Você é grande! – ele riu a sua doce risada infantil e abraçou o pescoço de Mathew beijando o seu rosto – Boa noite.
— Boa noite pequeno – o coração dele se encheu de ternura e ele se acomodou do lado do menino que em segundos já dormia. Ele passou a noite pensando em tudo que tinha acontecido.
Depois do jantar Mathew se ofereceu para lavar os pratos e Paul mandou Gabe ir com ele. O garoto resmungou sobre isso ser coisa de mulher, mas se calou ante o olhar o pai.
Jared e Jason apesar de caindo de sono fizeram birra para subir para seus quartos. Sara os empurrou para cima dizendo que ia dormir também. Ela estava risonha demais para a paz de espírito de Paul.
Depois de uma hora, Mathew e Paul foram até se sentar na sala onde o pai costurava perto da lareira acessa e com o pé em cima de um banquinho.
— Odeio lavar pratos e panelas – Gabe resmungava ao sentar perto do pai.
— Sei que odeia isso filho, mas não podemos viver em uma casa suja e cozinhar se não houver panelas. Acho que é justo se a Sara fez o jantar os outros lavarem os pratos.
— Ele é péssimo lavando as coisas – Gabe olhava de forma acusadora para o príncipe que riu.
— Eu sou melhor com uma espada.
Os trovões voltaram a ribombar e o menino chegou mais perto de Paul.
— Ta tudo bem – disse o outro abraçando os ombros magros do menino – É só a chuva.
Mathew observou como o menino estremecia a cada relâmpago, mas tentava se mostrar corajoso.
— Já ouviu falar nos dragões Gabe? – o príncipe tentou distraí-lo do barulho das trovoadas.
— Eles são lenda – resmungou o outro, mas o olhou curioso de lado.
— Eu já vi muitos – disse ele dando de ombros.
— Mesmo? – ele agora parecia muito interessado.
— Nas terras de Gaulesh ao norte. O reino de minha família da ao norte para as terras dos elfos...
— Elfos!! – Gabe havia dado um pulo ao ouvir aquilo e seus olhos brilhavam.
— Você disse a palavra mágica – riu Paul – Ele é louco para conhecer os elfos.
— Você já viu algum Mathew?
— Duas vezes quando servia em uma base na fronteira. Eles não são muitos de se afastarem das matas onde é seu lar.
— Como eles são?
— Parecidos conosco, mas também diferentes. São altos e esguios, com longos cabelos de um tom lilás e olhos muito parecidos com os seus, verdes como as primeiras folhas de uma videira. Falam uma estranha língua, mas também a nossa. Quando cantam é como se o mundo inteiro brilhasse e você pudesse senti-lo pela primeira vez.
— Eles têm orelhas pontudas como dizem?
— Isso é lenda, apesar de sua beleza sobrenatural ser real. Nunca tinha visto ninguém manejar uma espada e um arco como esses elfos. Mesmo aparentemente magros eles são muito fortes e certeiros.
— E os dragões?
— Esses eu já vi varias vezes. Alguns são fazem nada, mas também não se aproximam de populações humanas, são os dragões brancos. Já os negros são ferozes e causam destruição por todo o lado. Conheci alguns vermelhos, mas eles são do tamanho de um cachorro médio e muita gente têm eles na fronteira como bichos de estimação.
— Um dragão!? – o menino se maravilhava com as palavras do outro – Ual! Eu queria um.
— Eu imagino o que aconteceria – Paul balançou a cabeça como se apenas o pensamento fosse doloroso – É hora de dormir Gabe.
— Mas pai eu queria ouvir mais sobre os elfos!
— Acho que o príncipe Mathew esta cansado filho. Talvez um outro dia vocês possam conversar sobre os povos do norte.
A expressão do menino era de tristeza ao se levantar e Mathew pensou em algo para animá-lo.
— Que tal se eu trouxesse um dos livros que falam sobre elfos da biblioteca do meu irmão? Ele tem ótimas ilustrações.
— Mesmo? – os olhos de Gabe se iluminaram e ele praticamente saltou no pescoço dele – Obrigado!
— Ora, de nada – o outro ficou sem graça.
— Boa noite – ele seu um beijo em Mathew e outro em Paul – Boa noite pai – e subiu correndo as escadas carregando uma das lamparinas acesas em cima de uma mesinha perto da escada.
— Gabe deve ter gostado mesmo de você! – Paul estava pasmo – Ele é sempre tão arredio e nunca chegou perto de estranhos.
— Acho que depois de ararmos um campo e lavarmos uma pilha de pratos deixamos de ser estranhos.
— Talvez ele esteja melhorando – disse Paul quase num sussurro.
— Paul, Gabe me disse que a mãe verdadeira dele o jogou no lixo?
— Ele contou isso pra você? – o outro se empertigou na hora.
— Ele me falou depois que eu contei que a minha mãe me obrigava a viver em cima dos estábulos e proibia de entrar no castelo.
— Por que ela fez isso?! – Paul parecia horrorizado.
Mathew respirou fundo olhando para a janela.
— Somos em quatro irmãos. Dylan, Phillip, Katrina e eu. Assim que Dylan nasceu ela não queria mais filhos em hipótese nem uma, mas meu pai dizia que a casa dos McGives de Gaulesh precisava de mais herdeiros e assim nasceu Phillip e Katrina. Para a minha mãe e meu pai era mais do que o suficiente alem de que para eles só o que importava era o herdeiro do reino, meu irmão mais velho. Phillip e Kate viviam em outra residência perto do castelo, mas longe o suficiente para não incomodar – aquilo doía tanto em ser dito, ele sentia o rosto quente de humilhação pelo que sua mãe fizera, mas estranhamente seu peito parecia ficar mais leve a cada palavra que dizia a Paul – Qual não foi a surpresa dos meus pais, descobrir oito anos após Kate ter nascido que a minha mãe estava grávida de novo. O que eu sei é que ela me odiou desde o dia de minha concepção. Assim que nasci fui criado pelos criados do castelo e quando tinha sete anos eles me mandaram para um quarto nos estábulos. Eu via os meus irmãos e costumávamos nos encontrar as escondidas em uma passagem que dava no sótão. Os criados nos ajudavam nisso e Dylan era o nosso líder nas aventuras de explorar o sótão e o porão onde meus pais nunca iam. Ele era o mais velho e vivia prometendo que um dia todos iam morar junto no castelo – ele deu uma risada sem alegria – Quando ele ficou maior de idade tentou fazer isso e nossa mãe ficou doida de raiva e transformou a vida de nós três em um inferno que resolvemos fugir um dia, mas Dylan descobriu e percebeu que aquilo não estava dando certo. Como príncipe herdeiro ele também era o duque de Albarã, uma grande extensão de terras ao oeste que ficava nos vales. Fomos morar na propriedade que havia ali como protegidos do duque. Finalmente tínhamos alguma paz, mas descobríamos finalmente que nossos pais nunca iam nos amar.
— Isso... – olhou para um tremulo Paul com os olhos castanhos brilhando de raiva – Como uma mãe pode fazer isso? Como não amar os seus filhos? Como não se deliciar com cada sorriso, com cada travessura? Como não querer sentir o seu calor ou ficar olhando para eles dormindo por horas? Como não vê-los crescer e se orgulhar de cada pequena vitória daquele pequeno ser que é parte de você?
— Imaginei que para uma pessoa como você Paul, as atitudes dos meus pais seriam incompreensíveis. Alguém que ama incondicionalmente à sua família, que se doa de corpo e alma a ela.
Paul sentiu raiva por aqueles pais e pena pela solidão que via nos olhos de Mathew. Levantou da poltrona e foi mancando até um surpreso príncipe. Estendeu a mão para ele o convidando a levantar e quando ele o fez, Paul o abraçou apertado.
— Nem uma criança deveria passar por isso – murmurava ele – Elas são o presente mais lindo que uma pessoa pode ganhar de Deus.
Mathew fez força para não chorar, mas era como se um dique que sempre reterá as suas emoções tivesse rompido. Ele começou a soluçar como uma criança ferida que é abraçada pela mãe, coisa que ele nunca tinha feito.
Demorou algum tempo para que ele pudesse se acalmar e quando isso aconteceu ele se deu conta do corpo quente de Paul, dos seus braços apertando seus ombros e do seu perfume doce.
Segurou o rosto do outro acariciando a pele lisa e delicada. Beijos as pálpebras úmidas, a ponta do nariz e finalmente os lábios. Ele apertou Paul trazendo ele para mais perto e o outro não fez menção de se afastar, ao contrario, ele segurou na camisa dele com força.
Eles se beijaram com ferocidade e paixão, sedentos de amor. Mathew sugava a língua de Paul e este sentiu a ereção do outro de encontro ao seu abdômen deixando ele duro na hora. Gemeu quando Mathew desceu as mãos para suas nádegas e apertou afoito. Ele queria sentir aquelas mãos em sua carne nua e isso o fazia gemer e quase gozar sem nem mesmo se tocar.
Mathew beijou o queixo dele e começou a marcar seu pescoço com um forte chupão. Como Paul não vestia a longa túnica dentro de casa ele pode colocar as mãos sob a sua camisa sentindo a pele lisa e quente e tocou os mamilos sensíveis de Paul que mordeu os lábios para não gritar, deus ele estava a ponto de ejacular dentro de suas calças.
O príncipe o olhou com aqueles incríveis olhos violetas e desceu as mãos para a sua calça e Paul estremeceu. Ele precisava parar, mas já fazia tanto tempo que ele não sentia tanto prazer que seu corpo não respondia mais a sua cabeça.
Mathew meteu a mão dentro de suas calças e roupas intimas tocando em seu pênis ereto de onde o pré sêmen pingava. Passou o dedo pela ranhura da ponta e começou uma lenta e torturante masturbação que o deixou de pernas bambas.
Paul jogou a cabeça para cima revirando os olhos quando a mãos do príncipe chegou até o seu escroto e voltou a subir por toda a extensão do pênis em um vai e vem ainda mais lento e torturante.
Mathew lambeu os lábios ao vê-lo ofegante e se contorcendo de prazer em seus braços. Nunca havia visto nada mais erótico e ele estava tão duro que seu pau doía e pressionava os botões da calça. Voltou a violar a boca do outro com fúria e aumento a velocidade de sua mão até que sentiu um liquido quente se derramar nela.
Paul quase havia desmaiado ao gozar na mão do outro, se ele não o tivesse segurando teria caído no chão.
— Delicioso – murmurou Mathew lambendo o seu ouvido.
De repente a sala toda foi iluminada por uma luz muito brilhante o logo em seguida um trovão estremeceu a casa toda tal a sua intensidade.
No segundo após foi tudo tão silencioso que Paul ouvia as batidas do seu coração, mas logo um grito longo e agonizante encheu o ar.
— Meu Deus Gabe! – Paul tentou correr, mas quase foi ao chão por causa do pé torcido.
Mathew segurou-o antes que fosse ao chão e o outro lutava contra ele.
— Me solta! Eu preciso ir ver meu filho!
— Você não vai ajudar ele caindo da escada – segurou Paul no colo – Pegue a lanterna!
Paul agarrou a lanterna de cima da mesa e iluminou o caminho para Mathew que subia as escadas de dois em dois degraus. O grito apavorado de Gabe enchia a casa e cortava o coração de ambos.
O quarto de Gabe e Shon era no fim do corredor a direita. Jared, Jason e Sara estavam no corredor.
— Mãe ele esta gritando de novo – Sara choramingava enquanto os dois menores se agarravam a ela – Ajuda ele.
— Fiquem calmos, ele só se assustou.
Mathew pôs ele no chão na porta do quarto que Paul abriu e encontrou Shon chorando aos pés da cama de Gabe e este encostado em um canto da parede, os olhos arregalados e pálido. Ele não parecia ter notado quando os dois entraram.
— Ele bateu em mim, mãe – Shon tremia e podia-se ver uma mancha vermelha se formando – Eu só queria ajudar ele...
— Calma – Paul abraçou o menino – Você sabe que ele não sabia que era você?
— Ele não tem culpa – Shon chorava ainda mais – O homem que fez isso com ele é que tem.
— Deixe ele comigo – Mathew segurou Shon no colo que soluçava de dar pena – Cuide do Gabe.
Paul acenou um agradecimento e foi se aproximando lentamente do filho mais velho.
— Gabe, sou eu, seu pai. Esta tudo bem, foi só um trovão. Eu estou aqui com você e nada vai ti acontecer.
— Ele ta ali – o menino apontou para a escuridão – Manda ele embora. Manda ele embora – e ele começou com uma cantinela com essas três palavras enquanto balançava seu corpo para frente e para trás.
Paul se aproximava lentamente até que sentou do lado dele e o puxou para os braços.
— Ele já foi embora, Gabe. Ele já foi embora.
O garoto parecia acordar naquele momento. Estremeceu nos braços do pai e começou a chorar de uma forma que dava pena.
Paul começou a cantar uma canção de ninar que acalmou aos poucos o menino.
— Pai desculpa – ele pedia com a voz rouca.
— Não precisa pedir desculpas meu anjo – Paul enxugava as lágrimas do menino – Você esta melhor?
— Minha cabeça dói – ele olhou para Shon nos braços de Mathew – Shon? Eu assustei você de novo?
— Não – ele fungou – Foi o trovão. Eu cai da cama – enterrou o rosto no peito de Mathew e ele não pode de deixar de admirar o fato dele não contar o que havia acontecido e assim fazer o irmão se sentir ainda pior.
Sara e os outros dois meninos estavam na porta.
— Vão dormir – disse Paul – Ta tudo bem agora.
Sara assentiu e empurrou Jared e Jason para o corredor.
— Que tal se você for dormir comigo e Mathew ficar aqui com Shon? – perguntou Paul ajudando o filho a se levantar.
Gabe assentiu com a cabeça parecendo extremamente constrangido com tudo que tinha acontecido. Paul lançou um olhar atormentado para Mathew que sorriu.
— Eu não gosto muito de tempestades – ele disse olhando para os olhos vermelhos de Shon – acho que se eu estiver junto com o Shon vou sentir menos medo. O que acha disso companheiro?
— Hum, hum – ele resmungou coçando os olhos.
— Vamos Gabe – Paul abraçou os ombros do filho – Vai ser bom alguém dormir comigo também. Sabe o quanto eu odeio trovões.
— O senhor rói unhas quando esta relampejando – o menino disse sorrindo para ele.
— Eu não rôo unhas! – Paul protestava enquanto saia do quarto e dizia um obrigado mudo para Mathew que lhe sorria com os olhos brilhando.
Assim que eles saíram Shon pulou do colo do príncipe e correu para a sua cama afastando as cobertas, deitando a batendo em um canto da cama.
— Venha dormir comigo Mathew!
Olhou para a estreita cama se perguntando como ia caber ali, mas não teve coragem de decepcionar o menino e se apertou com ele na cama de solteiro.
— Você é grande! – ele riu a sua doce risada infantil e abraçou o pescoço de Mathew beijando o seu rosto – Boa noite.
— Boa noite pequeno – o coração dele se encheu de ternura e ele se acomodou do lado do menino que em segundos já dormia. Ele passou a noite pensando em tudo que tinha acontecido.
obrigada por mais este capitulo,estou emocionada com esta historia e espero que termine com final feliz pra paul e o principe.
ResponderExcluirbjs lu