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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Caminhosdo Destino - Capitulo XXI Parte II

Capitulo XXI – Parte II

Percorrendo os Caminhos



Pequena História dos Reinos

Os reinos das terras do norte começaram a se formar cerca de mil anos depois da grande catástrofe que quase destruiu a humanidade. A história conta que os primeiros a se fixarem foram os elfos no extremo norte em uma região de florestas muito antigas e nos vales entre as montanhas. Depois os anões chegaram ficando com as terras do oeste montanhosas e muito rica em minérios. Eles se criavam suas cidades em grandes cavernas e, apesar de serem bons mercadores, não aceitavam outros povos em suas terras.

Os humanos começaram a chegar depois de dois mil anos em que esses povos mágicos habitavam aquelas terras, indo para o sul e o leste procurando não entrar em confronto com os outros povos.

Durante mais de duzentos anos os humanos brigaram por terras e dessas guerras nasceram os reinos humanos mais conhecidos do norte: o reino de Gaulesh que tinha uma grande fronteira com as terras dos elfos e dos anões e isso gerou grandes guerras até que um tratado pelo rei Tiziano pôs fim as hostilidades; o reino de Lakina era um pequeno reino que fora dado ao filho mais novo do rei Gaulesh, mas que se separou do reino principal depois de uma sangrenta batalha onde o filho matou o pai e assim as brigas entre Gaulesh e Lakina se iniciaram; o principado de Haven foi criado por uma antiga família que havia emigrado das terras do alem mar; Gorlan era um reino de homens guerreiros fundados por imigrantes do norte gelado das Terras Antigas tão ao sul que ninguém sabia muito deles e finalmente os reino das Tribos formado por nômades vindos de terras a oeste e que viviam no deserto de Altair e nas Terras de Nevan onde vales férteis se estendiam em uma longa faixa de terra.

A oeste, norte e sul ainda haviam muitas terras desconhecidas e que muitos julgavam despovoadas. Para leste, alem do mar de Bramen as Terras Antigas se estendiam em todo seu esplendor e poder, principalmente o Império de Roma, onde a poderosa Igreja Católica tinha sua sede de milhares de anos. A lenda dizia que o Vaticano havia sobrevivido a hecatombe por obra e misericórdia de Deus e assim a igreja passou a controlar a vida espiritual de toda a raça humana.

Foi em volta da Roma que os sobreviventes começaram a se unir e recomeçar. A igreja havia sido seu porto seguro e seu único caminho para sobreviver e não deixar a raça ser extinta, assim se formaram as primeiras cidades e reinos e aquelas terras antes chamadas de Europa agora eram as Terras Antigas de onde os homens começaram a imigrar para as terras despovoadas e criar seus próprios reinos.





Voltando ao Relato


Sara abraçou um chorão Jared enquanto Shon tentava consolar Jason. Todos estavam apavorados com o que havia acontecido, com os ventos levando Maleah, Paul e Gabe para um destino desconhecido, na verdade não tão desconhecido. Sara havia ouvido os sussurros e havia tentado tantas vezes dizer para os adultos que se cansara. Nem um deles lhe dava ouvidos. Diziam que ela estava fantasiando e que espíritos dos ventos não falavam.

Um ancião que morava na vila fora consultado e dito que o que acontecera fora provavelmente por causa de um dos espíritos dos ventos que sempre estavam perto de manipuladores do ar. Ele imaginava que eles os tinham levado para o leste, rumo ao mar onde os ventos costumavam se reunir.

Sara gritara que ele estava errado e fora colocada para fora da sala de reuniões. Ela sabia o que deveria fazer e não ia esmorecer por medo ou qualquer outra coisa.

Durante toda a sua vida ela sempre ficara escutando das pessoas que ela não podia fazer isso ou aquilo, mas ela ia provar para aqueles adultos idiotas do que ela era capaz de fazer e ia salvar seu irmão e sua mãe!

— Shon, Jared, Jason eu preciso da ajuda de vocês – disse ela se levantando e colocando Jared na cama – Eles estão indo para o lado errado e eu sei para onde eles foram.

— Conta pra eles Sara – disse Shon com a voz rouca.

— Eu já tentei Shon! Várias vezes e eles não me escutam. Eu vou para onde os ventos falaram que estavam indo.

— Cê vai sozinha? – Shon não sabia se a irmã era muito corajosa ou muito louca.

— Eu preciso. Você tem que ficar aqui e cuidar de Jared e Jason.

— Nós vamos com você! – gritaram os dois pequenos, mas a mais velha levantou a mão.

— Sozinha eu posso ir mais rápido.

— Sara como você vai achar os caminhos?

— Eu posso sentir a estrada e vocês sabem disso. Consigo sentir as direções e os perigos melhor que muitos por ai.

— A mãe vai nos matar se você for – Shon não queria que a irmã desaparecesse também, mas sabia como Sara era quando colocava algo na cabeça.

— Ele pode me matar quando quiser quando eu o encontrar. Agora eu preciso de um cavalo e de suprimentos.

— Sara o Mat não vai gostar disso!

— Ele deveria ter me ouvido primeiro! Agora vamos lá!




A Floresta Velha ficava perto da fronteira com Gaulesh, ou pelo menos parte dela, já que o centro da floresta era muito velho e cheio de magia antiga. Muitos diziam que as árvores dali andavam e falavam, mas nem um elfo havia tentado se aventurar ali. Eles respeitavam muito as magias antigas para brincar com elas.

A tarde estava chegando quando Flyn Given observou um estranho fenômeno no ar. Parecia um pequeno tornado girando e indo rumo à Velha Senhora, uma das árvores mais antigas da floresta e onde os festivais eram comemorados.

Sentiu algo dentro de si e de repente soube que deveria seguir aquele redemoinho.

Ele não tinha o dom da premonição como o seu primo, mas, como elfo, podia sentir os espíritos elementares, aqueles que a Deusa havia criado para proteger o planeta. Aquilo ali em cima era um espírito elementar e ele precisava chegar até ele.

O tornado sumiu por entre as árvores e ele começou a correr pela mata com graça e leveza.

Estava patrulhando a área e sabia que seu capitão ia ficar muito contrariado com a sua atitude em ir fazer aquilo sem um fundamento lógico. Ele deveria é ter deixado o espírito em paz e não seguir uma coisa tão primitiva quanto instintos.

Flyn nunca gostara da filosofia da lógica que boa parte de seu povo professava. Ele era filho de uma elfo dos vales e de um elfo da floresta velha e muitos o achavam contaminado pelos sentimentos inúteis deles.

Felizmente havia uma parcela da população que começava a se rebelar contra o modo de vida atual e isso estava gerando muitos conflitos. Sabia que mais sedo ou mais tarde ele ia ter que tomar uma decisão. Ou ia apoiar a seu tio, que era o atual governante, ou ficava com os revoltosos.

Olhou para a floresta a sua volta apreciando os raios do sol vermelho do poente por entre os ramos das árvores de sanóia. Eram arvores de mais de cem metros de altura, casco com a circunferência de quinze metros e folhas redondas de cores verdes escuras, mas tendiam a ficarem douradas no outono e caírem todas formando verdadeiras chuvas. No lugar folhas finas, tipo agulha, e brancas nasciam. Quando o inverno passava essas folhas também desapareciam e as árvores se cobriam de flores azuis e brancas. Todos diziam que não havia nada mais lindo que a floresta na primavera.

Como estavam no outono, Flyn se sentia como se estivesse dentro de uma mina de ouro. Tudo a sua volta era dourado das folhas caindo sem parar no chão.

Ele amava as matas, amava aquela terra e esperava que não acontecesse guerra nem uma entre seus povo. Isso ia destruir a bela harmonia que havia ali e levar muitos dos seus irmãos para a morte.

Logo ele avistou a Velha Senhora que ficava em uma elevação onde apenas aquela arvore se projetava com sua graça e beleza. A árvore de sanóia deveria ter mais de duzentos metros de altura e sua copa atingia cerca de quinhentos metros de um lado para o outro. Seu caule grosso tinha cinqüenta metros de diâmetro e suas raízes se projetavam da terra formando um intrincado padrão no chão. Ela estava toda dourada e o constante cair das folhas parecia chuva de ouro visto dali.

Ele olhou em volta cauteloso pensando que tudo fora fruto da sua imaginação. Quando viu um corpo a poucos metros dali em meio a um emaranhado de galhos com se tivesse caído da árvore. Ele correu para lá retirando o galho e arregalou os olhos ao ver quem estava ali.



Kalill suspirou contrariado ao ouvir de seu pai que ele deveria ter mais decoro, afinal como um duo ele era prometido ao Faisal, sheik do oasis vizinho. Na verdade um dos prometidos. Faisal tinha um harém cheio de mulheres, homens e agora ele estava colecionando duos.

Kalill tinha os pés no chão. Sabia que os duos são moeda de troca com os sheiks que adoravam comprá-los para mostrar nas feiras de escravos e nos shows sádicos onde os duos mostravam que eram mais tolerantes a dor que as mulheres e os homens. Assim eles eram usados para serem torturados e depois usados para sexo por quem pagasse mais para o dono.

O rapaz deu graças a Deus quando o pai parou com sua falação e saiu da tenda. Ele esperou uns minutos e saiu para o oasis onde sua tribo tinham fixado residência por dez anos. Em seis meses eles tinham que partir para outro ponto do deserto da Altair como as regras das tribos rezava e antes disso ele deveria casar com Faisal.

Olhou para as tamareiras com seus imensos cachos laranjas e marrons. Haviam também montes de cactos conhecidos como figueira da índia com seus frutos vermelhos e prontos para colher e um estranho arbusto de troco grosso e galhos pequenos e finos com flores vermelhas.

Perto da sua tenda haviam algumas rochas que ofereciam certa proteção para os fortes ventos que assolavam o deserto e carregavam as areias formando dunas por todo o lado. Ele levantou o véu para tapar o rosto o foi se esconder por entre as rochas e observar o deserto.

Adorava ficar ali enquanto o sol se punha e o deserto de Altair brilhava vermelho sangue e ele podia ver os ventos carregando as dunas, mudando-as uma vez mais.

O deserto vivia em movimento. A cada dia ele mudava as duas de lugar mudando a paisagem. No deserto um dia nunca era igual ao outro, eles sempre traziam coisas diferentes. Kalill sempre dizia que podia ouvir o deserto murmurando, contando coisas tão remotas no tempo que ninguém mais conhecia.

Os mais velhos tinham um ditado que sempre diziam quando alguém ia começar a sua jornada pela imensidão de areia: “O deserto é sábio, por isso mesmo cuidado com ele!” O deserto não admitia erros ou arrogância nos seus caminhos que muitas vezes podia significar a morte.

Apesar de tudo, ele amava o deserto. Já sonhara com regiões verdes, onde rios de água doce corriam e haviam tantas árvores que não se podia ver o céu, mas agora que era prometido a um sheik seu destino estava selado. Ia ficar para sempre servindo um idiota gordo e sádico.

Suspirando olhou para o céu se surpreendendo ao ver um pequeno redemoinho girando ali. Já havia visto os dgim fazerem isso no deserto e por vezes levantar as areias e jogar desavisados dentro. Eles não gostavam de rochas, que diminuíam seus ventos e por isso Kalill se escondeu em uma saliência, observando fascinado o redemoinho baixar e deixar um corpo cair.

O vento desapareceu e o rapaz não pode refrear a sua curiosidade correndo para a pessoas que fora despejada na areia a quase dez metros de altura.



Sanet bateu a garra na rocha ouvindo a ladainha de Matori.

Matori era um dragão verde mau humorado e pronto para implicar com tudo e todos e Sanet, como chefe eleito dos dragões do norte, tinha que ouvir os seus resmungos.

— Isso é inaceitável Sanet! Aqueles filhotes estavam pisoteando as minhas árvores! Caso não saiba eu sou um dragão vegetariano!

— Eu sei muito bem disso Matori – resmungou o dragão negro com o lado dos lábios e esmigalhando a rocha onde tamborilava os dedos cm garras de quinze centímetros.

— Então tome uma providencia! Eu não vou emigrar para o sul como o resto dos patetas do meu bando e ficar babando nos cangotes das amazonas! Vou estocar as minhas frutas e ficar aqui!

— Não me diga – resmungou o dragão mau humorado.

— Eu exijo que aquelas pestes sejam proibidas de entrarem em minhas terras! Se os pais delas não tomam providencias eu espero isso do chefe eleito!

— Está certo Matori. Eu vou falar com os pais e os filhotes e pedirem para tomarem mais cuidado com suas frutas.

— É bom mesmo! – dragão verde levantou vôo nem mesmo agradecendo ou mostrando o respeito que Sanet gostaria.

— Eu não sei por que ainda não o matamos! – Tildo chegou perto dele.

Tildo era um pequeno e jovem dragão vermelho que Sanet havia salvo quando era um filhote e agora vivia com ele.

— Será que é por que a lei não permite? – o grande dragão se levantou de onde estivera sentado olhando a sua volta.

As terras de Kotem onde a maioria dos dragões viviam ficava nas terras do norte, uma região montanhosa entre os reinos de Gaulesh e das Tribos. Ali viviam dragões de todos os tipos e raças e longe o suficiente dos humanos para que não houvesse complicações.

Sanet não estava disposto a ter outra guerra com os humanos. Ele se lembrava do que acontecera a quinhentos anos e não queria outro banho de sangue tanto do seu povo quanto dos humanos.

Aquela raça de seres bípedes achava que eles não passavam de animais sem alma ou inteligência e os dragões preferiam que fosse assim.

— Aquilo não é um dos dgim? – o dragão vermelho olhava o céu.

Sanet viu o tornado flutuando logo acima de onde eles estavam.

— O que será que essa porcaria que agora? Cada vez que os dgim aparecem só trazem problemas.

— Acho que eles vão começar a jogar os problemas agora Sanet!

O tornado tinha parado e alguma coisa caia. O dragão chefe ficou em pé nas patas traseiras e estendeu as mãos em concha recolhendo pasmo um humano.



Havia uma passagem secreta para fora do castelo perto dos seus muros e que os meninos haviam descoberto por coincidência. Era grande o suficiente para Sara passar com o cavalo que haviam roubado e selado sem que os cavalariços vissem algo, na verdade eles estavam tão preocupados em apagar o fogo que Jared havia ateado a um monte de feno, que não iam perceber nada mesmo.

Eles saíram para a parte de trás do castelo. Sara montou no cavalo segurando as rédeas e colocando as sacolas com suprimentos na cela.

— Isso não vai dar certo Sara – Shon não queria que ela partisse, mas ao mesmo tempo tinha a esperança de que a irmã pudesse fazer algo por eles.

— Não esquenta Shon. Eu vou trazer eles de volta pode acreditar nisso. Cuide bem dos seus irmãos.

— Pra onde você vai afinal?

— Norte! Tchau e se cuida – ela bateu na lateral do cavalo e desceu por uma estreita faixa de terra entre as casas da vila.

Ela podia perceber que haviam casas a sua direita e esquerda, mas acima de tudo, ela sabia que o cavalo conhecia o caminho da estrada. Deixando as rédeas soltas o cavalo rumou sozinho para o norte onde os portões se abriam para a estrada de Gaulesh. Estava coberta com um manto e esperava que os guardas do portão não a parassem.

— Isso não são horas para uma criança estar na rua – disse uma voz do lado dela puxando as suas rédeas.

Sara tremeu de medo com aquilo. Ela não sabia como a dona daquela voz havia se aproximado sem que ela percebesse. Achava que ninguém no mundo podia fazer isso.

— Quem é você? – disse ela altiva tentando mostrar frieza.

— Mimir Greal guria. E você?

— Isso não ti interessa! Agora saia da minha frente!

— Baixe o tom comigo criança! Não sei quem é você Enem o que está fazendo nas ruas a essas horas, mas gostaria de saber quem deixa uma criança cega cavalgar sozinha.

— Cega é você!

— Não precisa ficar ofendida menina. Eu não a desmereci. Só acho que é uma temeridade. Você acha que o cavalo pode se guiar sozinho e isso é verdade, mas ele não pode ver em que área da cidade estamos. Você estava indo direto para os bares cheios de bêbados e prostitutas. Agora será que pode me dizer o que está fazendo?

— Indo buscar a minha mãe e meu irmão. Nem você nem ninguém vai me impedir!

— Essa não é a minha ideia, mas eu quero entender o que está acontecendo aqui.

— Pra que eu confiaria em você?

— Touche! Todavia você não tem escolha. Confia em mim e talvez eu a deixe ir ou vou ti arrastar para o posto da guarda. A decisão é sua.

Sara não ia desistir, mas sabia que não ia ter chance contra aquela mulher que agora ela percebia que era alta e forte, com um cheiro diferente de tudo que ela já tinha experimentado.

— Tá certo – ela desceu do cavalo e se postou na frente da amazona que olhava pasma para a criança na frente dela.

Mesmo sem ver ela percebera que Sara sabia onde ela estava.

— Meu nome é Sara e minha mãe é um duo chamado Paul. Ele, um elfo chamado Maleah e meu irmão mais velho foram levados por um dgim, um espírito dos ventos. Eu ouvi o espírito sussurrando para onde ele ia. Eu tentei varias vezes contar para os adultos onde eles estavam, mas ninguém me escuta. Eu decidi que eu mesma ia atrás deles.

— Sozinha?

— Sozinha! – a menina ergueu o queixo em determinação.

— Garota você é maluca. Ou muito corajosa.

— Você vai me deter?

— Não, na verdade eu ia perguntar se quer companhia. Sou uma amazona e uma historiadora. Viajo pelos países atrás de sua história para escrever livros para o meu povo. Estou saindo da vila rumo ao norte. É esse seu caminho?

— Humm... é.

— Então? Temos um acordo? Fazemos companhia uma a outra na viagem. Assim não vou me sentir tão sozinha.

— Eu... ta. Aceito! – sabia que não deveria confiar em ninguém, mas ela sentia que Mimir, fosse lá quem fosse, podia ajudá-la.

— Então estamos acertadas. Meu cavalo ficou na outra rua. Prefiro viajar a noite. Gosto das estrelas.

E assim Mimir e Sara iniciaram a sua jornada rumo ao norte, assim também iniciava a jornada de cada um deles rumo ao seu destino.


Um comentário:

  1. menina nao to entendendo muito bem o que vc quiz dizer neste cap.ta meio misturado.bjs lu

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