Capitulo Dois – Admirável Novo Mundo
Doía! Como meu corpo doía em todos os cantos, mas a minha bunda doía mais que tudo! Remexi na cama percebendo que estava livre e coberto. De repente a minha memória voltou e eu percebi que agora era um brinquedo sexual de um príncipe sádico de um mundo distante do qual eu só sabia que eles gostavam de dor na hora do sexo.
Abri os olhos e fiquei olhando para o teto metálico do quarto me perguntando o que diabos seria a minha vida agora. Será que havia algum sentido em continuar vivendo se eu não podia mais realizar os meus sonhos?
— Pensamentos profundos? – disse uma voz maliciosa perto de mim.
— Você não pode controlar os meus pensamentos! – disse entre dentes sem desviar os olhos do teto.
Deus eu não queria lembrar de como havia gemido e gozado para aquele ser maldito!
— Quem é que sabe? – ele segurou o meu queixo e me virou para ele – Gostou?
— Do que diabos eu gostaria? De ser comprado? De ser torturado? De ser humilhado?
— Do sexo – disse ele com um sorriso sarcástico.
Nesse momento percebi duas coisas, que ele estava nu e que estava ficando ereto. Seu pênis era realmente grande, de cor morena, como chocolate derretido; dava vontade de lamber! O que diabos eu estava pensando?
— Gostou? – perguntou ele tocando no próprio falo.
— Vai se danar! – gritei para ele vermelho de raiva, mas de mim mesmo por ter pensado tantas bobagens daquele cara que me torturara.
É isso ai Andrew! Não se esqueça disso. Aquele ser de outro mundo o comprara como escravo, ali ele não passava de um objeto, sem vida, sem sonhos.
— Todos os humanos são assim? Querem algo, mas escondem por trás de um falço orgulho?
— Será que você ta aqui para ficar me atormentando? Não tem uma nave para dirigir?
— A nave tem seus próprios pilotos e você dormiu tempo demais e eu estou ficando excitado. O que você pretende fazer com isso?
— Use a sua mão!
Tiol deixou a cabeça cair para trás e deu uma gostosa gargalhada.
— Você me diverte humano. Gosto disso, mas agora eu vou gostar de outra coisa.
Fiquei com medo do que vi naquele olhar.
— Vamos demorar seis horas para chegarmos em casa e eu quero me divertir com você antes de enfrentar horas enfadonhas na frente de uma papelada.
— Eu não quero nada com você!
— Eu sei disso meu lindo – disse ele se levantando e me levantando da cama com uma força extraordinária – Não se debata ou vai ser pior.
Olhei nos seus olhos vermelhos e pela primeira vez olhei para o quarto onde estava. Como quase todo quarto de nave espacial era pequeno, mas aquele tinha algo que me fez tremer. Havia um grande X no meio da sala feito de metal e do tamanho de um corpo humano. Haviam algemas tanto em cima quanto embaixo nas pontas do objeto.
Tentei sair do colo daquele doido sádico, mas ele era muito mais forte que eu e no final eu fui preso naquele maldito objeto de tortura xingando Tiol de alguns nomes bonitos.
— Hoje não teremos afrodisíaco. É chegada a hora de começar o adestramento – ele foi para perto de uma mesa onde haviam vários objetos, mas eu não os via claramente e quase engasguei quando senti algo bater nas minhas nádegas causando uma dor ardida.
— Seu maluco, idiota, desgraçado! O que está fazendo?
— Meu belo, quanto mais relutar em aceitar a minha dominação pior vai ser.
— Vai se ferrar! Ninguém é meu dono!
Mais palmadas daquele objeto contra a minha bunda que em minutos estava ardendo e doendo feito uma cadela.
— E ai? – ele foi para a minha frente com um objeto largo parecendo uma raquete, mas feito de madeira.
Eu rosnei para ele e Tiol riu voltando até a sua mesa e ficou atrás de mim. Segurei o fôlego com medo de mais palmadas, mas dessa vez ele começou a colocar algo em meu ânus. Tentei me mexer, mas estava bem preso. Senti pequenas esferas entrando dentro de mim e elas eram muito geladas me fazendo gemer.
Tiol foi enfiando mais e mais dessas coisas dentro de mim até que gritei de dor e pedi para ele parar, já não cabia mais nada dentro de mim.
O maldito riu divertido enfiou um dentro no meu buraco. Agora eu estava chorando sem pudor da dor que sentia dele estar abrindo a minha entrada alem do possível.
Ele me deixou e eu fiquei pendurado nas algemas sentindo as bolinhas geladas se mexerem dentro de mim a cada movimento meu.
Por um momento achei que tinha acabado, mas eu deveria saber que não tinha muita sorte. Tiol havia apenas se afastado para pegar um pequeno chicote com ponta de couro trançado.
— Fique longe de mim – gritei, mas quando tentei me mexer as bolinhas também se moviam dentro de mim agora encostando na minha próstata.
— Você me aceita como seu mestre Andrew?
— Prefiro morrer!
— Ainda não – foi quando ele começou com as chicotadas em meu corpo.
Não era nada que deixava muitas marcas, mas doía como o diabo, principalmente por que ele começou a flagelar o meu pênis e bolas. Quando terminou eu estava vermelho e todo marcado, mas ainda me recusava a aceitar aquele idiota como meu mestre. Eu não era um animal de estimação e não ia ceder.
— Você é mais duro do que eu imaginava – disse ele tocando a ponta do meu pênis flácido com a ponta do chicote – Mas eu tenho todo o tempo do mundo para ti adestrar e mostrar quem manda aqui.
— Eu não aceito. Vai ter que me matar!
— Paguei caro demais em você para isso – ele votou a se afastar e agora trouxe dois prendedores pequenos e estranhos, parecidos com pequenas presilhas.
Momentos depois eu soube para que servia e preferia ter ficado na ignorância. Eram prendedores de mamilos e eles apertavam tanto que gritei, alem de tudo eles davam pequenos choques. Tiol colocou em mim uma coleira de couro de onde partiam duas pequenas correntes que ele ajustou aos prendedores. Se eu levantasse a cabeça os prendedores repuxavam os meus mamilos de uma forma dolorosa. As torturas ainda não tinham acabado, ele pegou algumas correias e prendeu apertado em torno dos meus testículos e uma série de anéis apertados no meu pênis e tudo isso ligado aos prendedores de mamilos me deixando encolhido.
— Lindo – disse ele andando em volta de mim – Eu ainda não tinha achado ninguém que ficasse tão bem todo preso.
— Canalha! Nojento!
— Essa sua boca suja tem que mudar meu benzinho – ele ergueu o meu rosto fazendo os prendedores repuxarem a ponto de achar que os meus mamilos estavam sendo arrancados.
Completando ele me amordaçou com uma estranha esfera de borracha em minha boca amarrada em meu rosto.
— Isso, agora eu tenho silencio.
Ele foi até a cama onde colocou a calça e me olhou sorrindo.
— Até mais tarde meu belo – disse ele saindo do quarto.
Eu não podia acreditar que ele tinha saído e me deixado daquele jeito! Amarrado, amordaçado, algemado! Piorando as coisas, como se isso fosse possível, eu estava com uma fome enorme. Eu não comia a quarenta e oito horas e agora isso.
Nunca havia me sentido tão miserável!
Eu não tinha como contar o tempo. A saliva escorria pelo lado da minha boca e meus mamilos doíam e para completar aquelas malditas bolinhas dentro de mim tinham feito o belo trabalho de me deixar excitado, mas meu pau estava preso dentro daquelas argolas não podia crescer e isso doía mais que os meus mamilos.
Eu sentia tanta fome que estava tendo alucinações com comida, pensando no pão que jogava fora por que não estava do meu gosto.
De repente a porta abriu e eu não podia e não consegui levantar a cabeça para ver quem era, mas a voz sarcástica dele.
— Que visão mais linda! – ele retirou a minha mordaça – Pronto para mechar de mestre?
— Nunca!
— Eu achei que não, seria tão fácil, mas acho que agora eu quero o meu prazer.
Ele foi atrás de mim e confesso estava tão cansado que pouco me importava o que ele ia fazer, mas quando ele puxou todas as esferas de dentro de mim de uma vez só eu gemi alto e, para o meu desgosto, de prazer.
Fui penetrado com uma estocada só por aquele pênis monstro daquele homem. Meu pau cresceu ou tentou crescer nas suas restrições e comecei a me contorcer repuxando mamilos e meus testículos.
A cada estocada Tiol dava um grito e seu falo batia dentro de mim com forma o suficiente para me empurrar nas algemas.
Comecei a chorar e quando estava quase desmaiando Tiol saiu de dentro de mim e foi para a minha frente com seu pênis ereto e pingando. Com um grito de alivio ele ejaculou em mim me cobrindo com seu sêmen branco e de odor picante. Seu jorro sujou todo o meu abdômen e meu pênis e testículos.
Momentos depois ele retirou as minhas restrições e eu pude gozar, mas eu nem percebi como fiz isso. Acabei desmaiando de prazer e de dor.
Comida! Senti o cheiro antes mesmo de acordar e quando abri os olhos vi uma bandeja em cima do criado mudo com comida. Eu fora banhado e meu corpo cheirava a um analgésico muito usado para pequenos ferimentos no meu mundo. Fora vestido com uma roupa que eu não estava acostumado, camisa branca, uma calça negra de um tecido suave e meias. As roupas não me incomodavam e assentavam bem em meu corpo. Apesar de estar dolorido, não sentia a dor que imaginava que ia sentir depois de tudo que passara.
— Vai comer ou ficar sonhando? – Tiol estava sentado em uma poltrona com um livro de papel nas mãos.
Eu não vinha um desses há muito tempo. Haviam apenas livros eletrônicos em meu mundo, relegando aos livros de papel o museu.
Levantei com cuidado e comecei a comer. Havia caldo de carne com legumes, salada de um grão que eu não sabia o que era e um copo de suco. Comi tudo com sofreguidão procurando não olhar para o homem perto de mim. Quando terminei me senti cansado, mas os auto falantes da nave deram sinal de vida.
— Atenção. Estaremos pousando em quinze minutos.
— Finalmente! – Tiol se espreguiçou – Estamos chegando em casa.
— Não é a minha casa!
Dessa vez havia seriedade no olhar do príncipe.
— É sua casa agora Andrew. Quando foi vendido perdeu todo o seu status de cidadão dos humanos interiores. De acordo com as leis, você é um aurifense e me pertense.
— Por que você me comprou? Para torturar? Foi do outro lado da galáxia para isso?
— Saiba que apenas os humanos interiores fazem isso com a sua própria espécie. Seus escravos são baratos e de boa qualidade. A maioria dos povos já não tem mais escravos e os poucos que conseguimos comprar vem de vocês. Respondi a sua pergunta?
— Por que me tortura?
— Quem disse que eu estava ti torturando? Eu estava era lhe dando prazer.
— Você é louco? Eu não conheço esse tipo de prazer!
O príncipe sorriu torto para mim, mas voltou a ficar sério.
— Agora que estamos chegando Andrew, você vai se dirigir a mim como mestre ou será castigado muito severamente e eu não podei intervir quanto a isso. Desrespeito é considerado um ato de traição contra o governo de Aurifen e é punido com a morte imediata, mas como você é minha propriedade a você será ministrado a punição do chicote. Cem chibatadas com chicotes com ponta de diamante. Você não ia sobreviver.
— Você está tentando me assustar?
— Eu estou querendo evitar a sua morte e a perda do meu dinheiro. Eu não vou colocar uma coleira em você, pode ir e vir por todo o lado, mas quando eu o querer vai ter que estar disponível. Há uma escola para escravos humanos em meu mundo e você vai ser inscrito lá para aprender sobre o meu povo, futuramente poderá ir para uma faculdade se quiser.
— Isso é alguma piada aurifense?
— Por que diz isso Andrew?
— Não vou ficar preso, vou a escola e a faculdade... Eu não sou um escravo?
— Sim eu não vou aturar conviver com um idiota. Você é meu escravo particular e onde eu for você vai até que eu o libere. A escola ti mostra como somos e evita que você cometa gafes desnecessárias e a faculdade é algo para o seu futuro.
Aquele homem estava me dando dor de cabeça. Ele estava agindo como se preocupasse comigo e eu havia aprendido da pior maneira que nada vem de graça.
— Você tem botas perto da cama. Temos que ir para a ponte. Ande sempre atrás de mim e não use o meu nome em público.
Ta certo meu amo e senhor! Eu ouço e obedeço até encontrar um modo de escapar. Deveria haver um jeito de me livrar do chip e fugir do mundo daquele gente doente.
Calçado eu o acompanhei para o corredor da nave cheio de pessoas indo e vindo que cumprimentavam o príncipe de forma educada e sorridente.
Era um povo de cabelos prateados, seus corpos, femininos e masculinos, eram sempre muito bonitos e eles andavam de uma forma que parecia flutuar.
A sala de comando era no mesmo corredor onde eu estava. Era um imenso salão cheio de sons, pessoas correndo com aparelhos nas mãos, telas onde uma estrela amarela brilhava e em outras via-se um mundo azul. Deveria ter o tamanho da Terra, mas tinha três luas e uma delas tinha atmosfera e era bem perto do planeta. Olhá-la da superfície do planeta deveria ser uma experiência única.
Eu nunca havia saído do meu mundo, nunca entrara em uma nave e agora estava indo rumo ao mundo estranho de um povo estranho. Meu estômago revirou e eu achei que ia desmaiar quando alguém segurou o meu braço e me colocou sentado em uma poltrona.
— Sente menino antes que você cai – resmungou uma voz.
Era de um homem mais velho, de semblante sério e olhar triste, mas ao me observar havia um misto de dó e tristeza em seu olhar.
— Tiol o que você andou fazendo com o menino?
Fiquei com medo. Como aquele homem falava assim com o príncipe?
— Ora pai, eu só estava brincando com ele, é para isso que gastei tanto dinheiro.
Pai? O imperador?
— Olá garoto, meu nome Abrahn.
— Pai! – Tiol parecia possesso pelo modo despojado como ele havia se apresentado.
— O que é? Até onde eu sei este é meu nome Tiol.
— O senhor é o príncipe consorte! Não pode ficar pedindo para escravos para chamá-lo pelo primeiro nome!
— Em primeiro lugar Tiol eu posso fazer o que eu bem entender e segundo eu acredito que a educação não é desrespeito. O menino terá o bom senso para me chamar pelo meu título em público.
Eu quase tive pena de reprimenda que ele seu no filho, mas Tiol riu e se pendurou no pescoço dele rindo.
— Você sabe que eu ti amo, não é?
— Acha que isso muda o meu humor? Dois dias viajando para aquele lugar por um capricho seu – Abrahn me olhou com seriedade e colocou a mãe em cima da minha cabeça e foi se misturar com os outros oficiais.
Ninguém parecia estranhar aquela gentileza com um escravo e eu me senti quase confortado por aquela mão em minha cabeça. Meu pai nunca havia me tocado.
Enquanto a nave descia pela atmosfera de Aurifen eu pensei no que ouvira de Tiol. O príncipe consorte era o companheiro do imperador. Eles haviam se casado depois que a mulher dele morrera no parto de Tiol. Fora um casamento político e imaginei se ele e o imperador se davam bem por causa da tristeza naqueles olhos.
Abaixo das nuvens pude ver uma cidade com altos prédios e com um imenso espaço porto, um quadrado de vinte por vinte quilômetros onde as naves dos mundos distantes pousavam.
Ao redor da grande cidade haviam matas verde esmeralda e algumas pequenas vilas que ele via nas telas.
A cidade era a capital militar e econômica e seu nome era Mailt. A capital política era uma cidade pequena ao norte onde ficava o castelo da família real há mais de cem gerações.
A nave pousou sem um solavanco mostrando que os compensadores de gravidade estavam bem calibrados.
É estranho que quando você está com medo todo o tipo de pensamento vem a sua mente menos aquilo que você não quer encarar. Eu preferia ficar pensando em compensadores de gravidade e pensar que aquele mundo inteiro era a minha prisão e o mais terrível de tudo isso... eu estava só.
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