Capitulo Quatro – O Imperador da Aurifen
Gemi ao me virar na cama. Meu corpo ardia mais que doía, mas a minha bunda queimava bastante. Voltei a me virar e a gemer, mas um braço na minha cintura me fez ficar quieto.
Espere! Um braço?
Acordei em um susto para perceber que estava em um quarto amplo que o sol da manhã iluminava por entre as cortinas de cor creme. Os móveis eram de madeira vermelha, mas os tapetes e os quadros eram em tons mais amenos. A lareira tinha algumas brasas e o quarto cheirava a pinho e um outro perfume mais almiscarado. A cama onde estava deitado era imensa e dava para pelo menos cinco pessoas dormirem bem nela, mas naquele momento apenas eu e... Tiol estávamos ali.
Tentei tirar o braço dele de mim, mas o maldito era forte mesmo dormindo.
— Me solta! – berrei para ele.
O príncipe abriu um olho e me olhou contrariado.
— Vai querer voltar logo para aquela sala?
— Tire as suas patas de mim!
— Pronto – ele soltou o braço e eu corri para uma porta que eu esperava que era o banheiro, estava a ponto de estourar de vontade de mijar.
Foi um alivio e quando terminei as minhas necessidades olhei para o banheiro que era tão luxuoso quanto o quarto. Todo em mármore rosa, com uma banheira redonda bem no meio e grande para dar uma festa dentro dela. Havia uma grande bancada com um espelho e muitos produtos. Me olhei ali observando o meu rosto magro, olhos verdes, lábios cheios e maçãs salientes. Nunca achei que era bonito. Meu corpo era magro, mas tinha algumas curvas que se deveria esperar achar no corpo das mulheres.
— Preciso de um banho – resmungou Tiol passando por mim e indo até a banheira.
— O que diabos foi aquilo ontem a noite?
— Você já esta me irritando Andrew!
— Não deveria ter me comprado para inicio de conversa!
Antes que eu me desse conta, Tiol estava do meu lado puxando os meus cabelos com olhar de fúria.
— Eu devia ter deixado você ser comprado por um idiota gordo e sádico que ia ti usar até ti matar!
— Por casa você não é sádico?
— Olhe para si mesmo Andrew! Não está machucado ou coisa assim. Dormiu em uma cama quente e tem o que comer.
— Eu quero a minha liberdade! Eu não pertenço a ninguém!
— Parece que você ainda não percebeu quem é o seu mestre!
— Você nunca vai ser o meu mestre – rosnei para ele.
Sabe, as vezes eu acho que o melhor que tenho a fazer é deixar a minha boca calada e naquele momento eu perdi uma excelente hora para isso.
Vi a fúria nos olhos de Tiol e tremi. Pela primeira vez estava com medo dele.
— Passou da hora pra mim mostrar algo para você!
Ele me arrastou até o quarto e me jogou na cama com a sua força. Eu me perguntava o que ele podia fazer de pior para mim do que já tinha feito.
Tiol me empurrou de bruços na cama e sem prévio aviso seu enorme falo entrou em mim. Eu não estava lubrificado ou coisa assim e isso doeu mais do que em qualquer vez que ele tinha entrado em mim. Agora ele queria me punir pelas minha palavras e estava fazendo um ótimo serviço.
Engasguei com a dor a cada estocada dele sabendo que os aurifenses podiam ter mais de uma ereção por vez e que ele ia me foder até que eu estivesse gritando por misericórdia, mas eu preferia morrer a fazer isso.
— Sempre tão orgulhoso – resmungou ele empurrando mais e me empurrando para a cabeceira da cama – Esse orgulho só vai ti trazer dor.
— Você é que me causa dor! – gritei para ele agarrando os lençóis com desespero ao sentir ele ejacular dentro de mim, mas seu pau não havia diminuído e ele continuou me estocando entre gemidos.
Para o meu desespero comecei a ficar excitado com aquilo. Era o fim! Como eu podia estar ficando duro quando era estuprado por um maldito príncipe?
— Ora, ora! – Tiol segurou o meu pênis com força – Parece que seu corpo é mais honesto que a sua boca!
— Vai se danar!
— Acho que a gente vai acabar de danando junto, meu belo!
Agora ele me penetrava com o intuito de acertar o meu ponto de prazer. Comecei a gemer sem parar parecendo mais uma prostituta. Gozei sujando toda a cama e ficando com o corpo mole entregue ao sadismo de Tiol que só terminou depois de ejacular três vezes em mim me sujando todo de sêmen.
— Da próxima vez eu coloco elixir em você e o deixo amarrado na cama as doze horas que ele dura e ai sim você vai ver o que é dor!
O príncipe limpou o falo na colcha e foi para o banheiro. Confesso que eu não tinha forças nem para me mexer e quando Tiol saiu do quarto assoviando eu me arrastei até o banheiro e me limpei.
Voltei ao quarto mancando sentindo o cheiro de sexo que permeava tudo ali, me perguntando o que ia fazer agora. Voltava para as cozinhas e para aquela maldita matrona? Mas como? Eu estava nu com apenas uma toalha me cobrindo.
As minhas indagações foram respondidas minutos depois quando Kritus apareceu com seu nariz empinado como se tivesse cheirando alguma coisa ruim o tempo todo o que eu imaginava era seu próprio cheiro.
— Se vista! – ele resmungou jogando umas roupas sobre a cama – Tem muito serviço ti esperando.
— Ei! – gritei para ele que já ia saindo – Eu estou com fome!
— Comida só a noite garoto e se eu ti pegar comendo algo por ai vou dar um jeito em você – seu sorriso era maldoso a ponto de me deixar com náuseas – Cubra esses ossos e vá para as cozinhas!
Xinguei ele, Tiol, meus pais, Deus e tudo que fosse possível imaginar! Aquilo não era justo!
Todavia justiça ou não eu não tinha escolha, pelo menos ainda não.
Durante aquele dia eu pensei várias vezes que era melhor voltar ao quarto das torturas. Pelo menos lá eu tinha algum prazer.
Eu trabalhei de forma ininterrupta por mais de catorze horas. Lavei, esfreguei o chão de um corredor de mais de cem metros de joelhos e quando estava terminando o maldito mordomo entrou com as botas cheias de lama e eu tive que começar tudo de novo! Ele me fez lavar todas as janelas do segundo andar e o chão da cozinha na hora em que os empregados almoçavam e ele me negava um pouco de comida, chegando a ameaçar os outros se me dessem algo.
Se o inferno existe ele é bem parecido com aquele lugar.
Já era noite fechada e eu confesso que já havia passado do ponto da fome. Fiquei jogado em um ponto de uma sala onde fora limpar. Encostei-me na parede sabendo que não ia conseguir ir a lugar algum, principalmente por que eu não tinha para onde ir. Duvidava que Tiol ia me deixar dormir com ele depois de tudo.
Puxei a cortina para que me escondesse e me desse algum calor quando a porta da sala foi aberta e duas pessoas entraram.
— Será que você pode parar de choramingar? – disse uma voz rude quando alguém foi jogado de encontro ao sofá.
Olhei por uma fresta na cortina vendo que era Abrahn e um homem desconhecido. Alto, imponente, forte, mas com o rosto contorcido de desprezo olhando para o outro que ficara de cabeça baixa no sofá.
— Me desculpe meu imperador – disse Abrahn com uma voz submissa que eu odiei.
— Desculpas? – o imperador desferiu um violento tapa no rosto dele fazendo com que fosse jogado de encontro ao assento do estofado – Eu não quero desculpas comigo! – ele segurou Abrahn pelos cabelos do mesmo modo que Tiol fazia comigo – Você é minha propriedade e eu quero que me obedeça! Se eu ver você perto de outro homem de novo vou ti chicotear até a morte e depois mato os inúteis dos seus filhos! – ele balançou a cabeça do homem com brusquidão – Entendeu?
— Sim meu senhor!
— Melhor assim! – o imperador o largou e foi até uma prateleira se servir de bebida – Retire sua roupa. Estou sem paciência hoje.
Com o rosto machucado e contorcido de nojo, Abrahn foi retirando as peças de roupa mostrando um corpo bem feito, com belos músculos e abdômen definido.
Ele ficou nu e se ajoelhou esperando pelo marido que o olhava com um sorriso desdenhoso.
— Agora Abrahn me diga o que você quer.
— Eu quero chupá-lo, meu senhor – respondeu o outro com a voz monocórdia.
— E você vai fazer direitinho ou vou sair daqui e foder um daqueles moleques que devem prestar para alguma coisa!
— Por favor meu senhor deixe meus filhos.
— Implore – o imperador encostou na mesinha – Rasteje e implore.
Eu fechei os olhos para aquilo. Era muita humilhação para uma pessoa tão boa quanto Abrahn era.
Quando voltei a olhar quase gemi de desgosto. Abrahn estava de quatro no chão lambendo as botas daquele maldito imperador e tudo por causa de filhos como Tiol. Será que o príncipe sabia disso? Como ele podia deixar o pai passar por isso?
— Chega! – gritou o imperador empurrando o outro de encontro ao chão – De quatro logo sua puta!
Os lábios de Albrahn eram um linha fina quando ele ficou de quatro com a bunda para o imperador que retirou algo de uma gaveta e fiquei abismado ao ver um grande pênis de um metal brilhante na mão dele. Deveria ter cerca de quarenta e cinco centímetros e eu já previa a dor que ele ia passar.
O imperador nem mesmo o preparou. Enfiou o objeto com força para dentro de Abrahn que mordeu os lábios a ponto de cortá-los para não gritar a dor que sentia. Seu rosto ficou banhado em lagrimas e minha vontade era correr e ajudá-lo, mas eu não fiz isso. Meu medo de que aquele imperador fizesse o mesmo comigo me paralisou atrás das cortinas.
— Quando eu me casei com você sabia que ia ter alguém para brincar bastante, mas estou ficando entediado Abrahn – ele tirou e voltou a enfiar o pênis – Você já não está mais me satisfazendo e eu tenho que sair por ai para me divertir como outros – ele começou a estocá-lo sem piedade – Pegar alguns garotos que vivem por ai e torturá-los até ouvir seus gritos de agonia e depois sangrá-los aos poucos e transar com eles quando estão morrendo e tudo isso é culpa sua! – ele voltou a empurrar o objeto e Abrahn ficou pálido, achei que ia desmaiar.
O imperador jogou o pênis sujo de sangue longe e começou a forçar a sua mão dentro de marido.
— Geme sua maldita puta! – gritou o outro com uma expressão ensandecida socando a lateral do outros que engasgou sem ar com o soco – Você merece cada dor que eu ti causo, cada criança inocente que mato para poder ter um pouco de prazer por que meu marido é uma puta frigida!
Ele enfiou a mão inteira dentro de Abrahn e dessa vez ele pareceu não suportar mais.
— Chega! Por favor chega!
— Patético! – o imperador retirou a mão ensangüentada de dentro do outro que caiu se encontro ao chão em meio a tremores – Preciso de algo melhor para aplacar o meu fogo.
Ele se levantou e chutou o outro e saiu da sala deixando o marido para trás sangrando.
Tremendo sai do meu esconderijo e fui até Abrahn que estava desacordado. Olhei para o seu ânus descobrindo o estrago que o outro havia feito nele.
Não sabia o que fazer. Meu Deus eu não podia deixar o outro ali sangrando e fui procurar o único que conhecia.
Encontrei Tiol no quarto dele transando com uma mulher que gemia e se contorcia debaixo do corpo dele.
— Quer participar? – perguntou ele com sarcasmo.
Não sei porque mais vi vermelho naquele momento. Peguei o vestido jogado no chão e empurrei para ela.
— Saia daqui sua vagabunda antes que eu de um jeito nesse seu rosto de vaca!
A moça me olhou enfurecida, mas Tiol saiu de dentro dela com o olhar maroto. A mulher pegou a roupa, mas não vestiu saindo nua do quarto.
— Agora o que você vai fazer enquanto a isso, meu belo? – ele apontava para o seu enorme falo rígido.
— Você é u idiota, imbecil e tudo mais! Você ta ai fodendo uma mulher quando Abrahn está machucado!
O efeito das minhas palavras foram imediatas. Ele pulou da cama e segurou o meu braço.
— O que diabos você está falando?
— Venha comigo logo merda!
Tiol vestiu uma calça e me acompanhou até a sala onde Abrahn estava desacordado e sangrando.
— Papa! – Tiol caiu de joelhos perto dele – Meu Deus pai. Quem fez isso com você?
— O imperador – resmunguei me sentindo tonto de fome e cansaço.
O olhar incrédulo de Tiol me mostrou que ele não sabia desse lado do seu pai.
Nenhum comentário:
Postar um comentário