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terça-feira, 3 de julho de 2012

O Escravo - Capi 12 - A Vingança é um Prato que se Come Amarrado


Capitulo 12 – Vingança é um Prato que se Come Amarrado




Eu tive um sonho estranho.

Não, não foi com Tiol, mas foi com o seu pai. Estranho? Mais estranho ainda era o sonho.

Eu estava em uma sala branca e brilhante com um homem estranho debruçado sobre mim. Ele se vestia todo de branco e usava mascara. Eu não sabia o que ele estava fazendo e não conseguia me mexer, era como se eu não sentisse nada.

O imperador Adamas apareceu no meu campo de visão com um sorriso no rosto.

— Então? – ele perguntou para o outro que se levantou com as mãos enluvadas e sujas de sangue.

— Já está pronto meu senhor. Precisamos esperar uma semana para a liberação de hormônios e então a segunda fase pode começar. O outro também está pronto.

— Ótimo. Assim que tiver os resultados eu quero ser informado imediatamente.

— Sim meu senhor.

— E doutor, eu não vou aceitar fracassos!

Acordei suado a meio enjoado. Levantei a minha roupa, mas não achei nada de diferente no meu abdômen e me xinguei mentalmente.

Fui para o banheiro tomar um banho. Meu corpo já havia se recuperado graças a medicina aurifense que sempre foi muito avançada.

Depois do banho fui para a cozinha comer e, apesar dos bolos e pães quentinhos, eu me arrependi. As cozinheiras começaram a apertar as minhas bochechas me perguntando se eu estava melhor, se precisava de algo.

Fuji de lá rapidinho.

— Você está com cara de que fez coisa errada – Erim passou por mim carregando seus aparatos de jardinagem.

— Aquelas mulheres quase arrancam as minhas bochechas!

— Ainda não aprendeu nada do seu mundo, não é?

— Não é o meu mundo!

— O gesto delas é um gesto de preocupação antigo, algo que as mães fazem nos filhos depois deles terem uma doença prolongada. É um gesto de pura afeição e preocupação.

— A droga. Acho que vou ter que me desculpar com elas.

— Talvez em outra oportunidade – Erim me olhou franzindo as sobrancelhas – Vá até o quarto de Iam e o traga. Precisamos ir até a cidade comprar repelente para as rosas.

— Agora eu sou garoto de recados?

— Vá Andrew antes que eu ache outra cira e jogue em você – certo, aquilo fez efeito e eu corri para buscar Iam que estava sentado lendo em seu quarto.

Arrastei ele para os jardins onde Erim nos esperava com cara de poucos amigos.

— Quantos séculos você precisa para isso Andrew?

— Larga do meu pé!

Ele resmungou algo e eu preferi não perguntar o que era. Saímos dos jardins para a garagem de carros onde Erim pegou uma caminhoneta vermelha.

A verdade é que estava feliz por sair um pouco daquele lugar e respirar ar puro. Fiquei conversando com Iam ao longo do caminho e percebi que estávamos demorando para chegar até a vila.

— O que você está fazendo Erim? – perguntei para ele – Pegando o caminho mais longo?

— Larga de ser apressado moleque.

Revirei os olhos e acho que dormi, ou desmaiei. As coisas na minha vida andavam tão estranhas que eu nem me surpreendia mais, todavia quando acordei dentro da caminhoneta, mas em um lugar grande e iluminado por luzes artificiais, me perguntei em que tinha me metido agora.

Estávamos dentro de um galpão imenso, com passarelas nas paredes e teto de rocha. No galpão haviam caças de curto alcance, do tipo usado para voar apenas perto da velocidade da luz e tanques de guerra imensos, apesar de não serem muitos.

Iam do meu lado estremeceu e chegou perto de mim de olhos arregalados. Onde diabos a gente estava?

— Vocês dormem, heim? – Erim Gnare apareceu na janela do motorista – Fiquem calmos, estão entre amigos.

— Onde é aqui? – perguntei olhando para a movimentação nas passarelas.

— Bem garotos, bem vindos a revolução!

— Ah! – não foi a coisa mais inteligente de se dizer, mas eu realmente não estava inspirado naquele dia.

— Saiam meninos.

Iam saiu tremulo com medo demais para falar qualquer coisa, mas eu percebi que Erim tinha aceito a proposta dos príncipes.

— Então você aceitou? – perguntei para ele.

— O que você sabe? – ele me olhou com seus olhos vermelhos sagazes.

— Valdi me contou tudo – respondi dando de ombros.

— Você está certo Andrew. Aceitei por que conheço Yaci há tempo demais para saber que ele tem a cabeça no lugar diferente do seu pai maluco. Ele Dara um bom imperador desde que seja legitimado pelo povo. Sem o apoio da família real demoraríamos uma eternidade para conseguir algum resultado, mas agora temos poder de fogo e de influencia.

— O... o que está havendo?

Enquanto andávamos pelo galpão rumo a elevadores contei para Iam o que os príncipes haviam descoberto sobre e revolução e sobre Erim Gnare.

— O mais incrível é que o jardineiro sádico deles é o chefe. Que deus nos ajude!

Erim me olhou feio, mas Ian começou a rir e logo estávamos os três rindo como se expurgando um veneno do nosso corpo.

O elevador desceu trinta andares e saímos para uma sala espaçosa com plantas e sofás confortáveis. A sala era circular e haviam cerca de oito portas em volta.

— Essa área residencial estava desocupada e por isso vocês e os príncipes vão ficar aqui.

— Eles já vieram?

— Assim que Yaci conversou comigo fora do castelo, mas pelas informações que tive o imperador já descobriu. A minha sorte é que fizemos tudo bem cedo e ele não acorda antes do meio dia e seus comandados tem medo de o acorda e levar um tiro no meio da testa.

— Abrahan também veio?

— É... a... é sim – gaguejou Erim entre vermelho e roxo – Não dava para deixá-lo com o maluco do marido dele.

— E Tiol?

— Esse foi mais problemático – Erim torceu os lábios em desagrado – Yaci trouxe ele amarrado e carregado.

Tiol amarrado e carregado? Deus eu precisava ter visto isso.

— Sem ele Abrahan não viria. Não sei como ele pode amar tanto aquele cabeça de vento.

— A Terra a gente costuma dizer que o amor é cego – disse Ian.

— Cego, surdo e burro – completei olhando Erim – A agora Erim? O que vai ser da gente?

— Não há escravos na revolução Andrew. Aqui vocês dois são livres. Cada um vai receber tarefas que devem ser cumpridas. Infelizmente não podemos deixá-los sair da base, seria muito perigoso.

— Eu não me importo – pulei no sofá – Eu não sou mais escravo sexual!

— A porta do meio é o quarto de vocês – disse Erim apontando e a da esquerda é de Abrahan. Há mapas nos quartos, mas eu pediria que não saíssem daqui ou vão se perder. O apartamento tem cozinha aparelhada e cada quarto o seu próprio banheiro. Agora eu preciso ir – ele acenou e voltou para o elevador.

— Isso não é maravilhoso Ian? – virei para ele e creio que estava quase brilhando tal o meu contentamento – Não somos mais escravos!

Mas Ian não parecia muito feliz.

— Eu gosto do mestre Yaci. Ele é gentil e... lindo. Não quero mais a liberdade Andrew. O que eu vou fazer com ela? Pelo menos sendo escravo eu tenho um propósito, agora... – ele sentou de frente para mim – O que somos Andrew? Ex escravos. Nada mais, só isso. Sem um caminho, sem um rumo, sem sonhos.

— Eu queria a minha liberdade Ian e estou feliz por tela, mas parte do que você disse tem fundamento. Estamos meio perdidos agora.

— Então que tal eu dar um propósito para vocês? – Yaci tinha saído do elevador com um sorriso nos lábios.

Podia ser apenas impressão minha, mas parecia que ele estava mais clamo como se uma tonelada tivesse sido tirada dos seus ombros.

— Mestre Yaci – Ian ficou da cor de um pimentão e se ajoelhou.

— Já pedi para não fazer isso pequeno – Yaci segurou a mão de Ian e o levantou afastando os cabelos louros de seu rosto – Que bom que Gnare conseguiu retirar vocês a tempo.

— Seu pai deve estar surtando – disse para ele sorrindo.

— Ele está louco de raiva – Yaci parecia muito satisfeito – Até mesmo a TV estatal ele tirou do ar com medo de que comece a incitar as pessoas para uma guerra contra ele.

— E você não vai?

— Ainda não.

Queria perguntar quais os seus planos, mas achei que isso era algo secreto entre ele e Erim.

— Gostaria de pedir um favor a vocês – desse ele me olhando – Se puderem cuidar do meu pai até ele melhorar vou agradecer muito. Abrahan ficou bem desgastado com tudo isso e estou preocupado com sua saúde.

— Acha que ele está doente? – perguntei preocupado.

— Mesmo ele não querendo mandei alguns médicos daqui o examinar e parece que ele está com o corpo debilitado por algo que aquele maldito fez a ele. Infelizmente não sabemos o que é.

— Pode deixar mestre Yaci – Ian disse em sua voz baixa – Cuidarei do seu pai.

— Obrigado Ian – ele sorriu para o rapaz – Mas não precisa me chamar de mestre.

— Pra mim o senhor vai ser sempre o mestre.

Um estava olhando para o outro de modo apaixonado e eu percebi que estava sobrando.

Sai de fininho para o quarto de Abrahan que estava deitado pálido na cama.

O quarto também era circular, com duas camas, um guarda-roupa embutido, quadros de paisagens nas paredes, piso de imitação de madeira, uma mesa perto de duas poltronas e uma porta a direita.

Consegui colocar uma poltrona perto dele sem o acordar e sentei ali olhando para seu rosto que parecia ter envelhecido naqueles dias, mas mesmo assim ele continuava bonito.

Mais tarde sai do quarto e quase morri de vergonha ao ver Yaci e Ian deitados nus na poltrona cheirando a sexo. Entrei apressadamente em um quarto e dei de cara com Tiol, um Tiol marrado e amordaçado com os olhos brilhando de raiva.

Juro que tentei me conter, mas não foi mais forte que e eu e desatei a rir deixando o príncipe ainda mais vermelho e com mais raiva.

— Quem está indefeso agora Tiol? – ronronando fui até a poltrona onde ele estava – Como é que você se sente?

Bem, seu olhar foi bem eloqüente. Acredito que ele queria me matar ali mesmo da forma mais dolorosa possível.

Sentei em seu colo e coloquei os meus braços eu seu pescoço.

— Agora o que acha de provar de seu próprio veneno?

    


2 comentários:

  1. Rááááá!!!! Adoreei! Ri litros da situação do Tiol e da vingança do Andrew...
    Yaci e Ian também estão fofos, juntos!
    Agora a preocupação é com o Abrahan, parece que ele tá mal mesmo! =\
    Aguardo os próximos capítulos!

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  2. Amei!Adorei!Felicidade de Andrew vale apena ,espere que Tiol não leve muito para aprender,aguardo muito os próximos capítulos.

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