Capitulo XXVI
Dylan olhou para a esposa e deu um
suspiro raivoso.
— Eu não sou o pai dele Miriam! Ele é
filho do Mat.
— Isso é impossível – disse Phil – Mat
não conhecia Paul!
— Ele não lembra é diferente.
— Será que você podia explicar tudo
direitinho caro marido?
— Então podem ouvir antes de me
julgar? Mat conheceu Paul na noite das fogueiras em uma vila em Gaulesh.
— Ah! – Miriam sentou mais calma já
percebendo o que tinha acontecido.
— E o que isso tem a ver? – Gwen pouco
conhecia os costumes pagãos.
— Deixa eu explicar – Dylan sentou
cruzando as pernas – Gwen a noite das fogueiras é um costume muito antigo, que
já foi esquecido em muitos reinos, mas no nosso não. Dizem que o costume veio
de muitas eras e celebra o fim da colheita e o começo do inverno. Durante essa
noite muitas fogueiras são acesas nas matas e pessoas bebem e dançam para os
espíritos elementais, mas o ponto alto é quando se da inicio a uma caçada. Um
servo é solto e quem o pegar é considerado o rei servo e pode reivindicar o seu
premio, uma pessoa disposta a se dar por inteiro, normalmente ela está drogada
assim como o caçador. Eles devem beber sangue de servo com afrodisíaco antes de
se encontrarem e depois disso os sentidos do que é real ou fantasia desaparece
e a pessoa pensa estar em um sonho. Geralmente no dia seguinte não se lembra de
muita coisa. Quando eu e Mat fomos naquela vila no interior de Gaulesh só
queríamos nos divertir e por isso aceitamos participar da caçada e Mat ganhou.
Eu vi de longe o premio dele, um rapaz, quase uma criança, um duo, Paul. Quando
fui procurar Mat no dia seguinte ele estava caído na mata perto de uma fogueira
e com uma ressaca daquelas. Ele não se lembrava de nada e eu apenas contei que
ele foi o rei servo, nunca falei do seu premio, estava com meu orgulho ferido
por ter sido passado para trás por meu irmão caçula.
— Foi por isso que nem Mat ou Paul
sabem de nada – Phil disse pensativo.
— Agora estou esperando! – disse Dylan
com ar superior.
— Esperando o que?! – perguntou Miriam
franzindo o cenho.
— O meu pedido de desculpas.
— Continuo não falando com você! –
respondeu a esposa virando o rosto e fazendo um bico.
Gwen começou a rir e Phillip revirou
os olhos.
— Gente por enquanto vamos tentar
esclarecer as coisas – disse o príncipe de voltando para o irmão – O que
aconteceu para você ter vindo para cá no meio da noite?
Aquilo estava corroendo Phil por
dentro. Claro que ele estava feliz por saber que tinha um sobrinho, mas algo no
olhar do seu irmão dizia nada bom vinha pela frente.
— Não é nada bom irmão e eu estou aqui
em caráter não oficial. Alguém tentou me matar há alguns dias e colocar a culpa
em você.
— Que? – Phil não sabia se ria ou
ficava com raiva.
— Eu sei muito bem quem é você Phil e
sei que se quisesse me matar podia colocar veneno no que como que ninguém
notaria, a verdade é que você podia me matar sem fazer tanto alarde.
— E é só por isso que você acha que
não tentei ti matar?
— É!
— É?! Só isso?
— E o que mais?
— Amor fraternal?
— Acho que nosso amor fraternal não
viveu quando você roubou a minha namorada.
— Namorada? – Miriam logo ficou
eriçada.
— É – Dylan olhou as unhas – Quando eu
tinha uns oito anos.
A cunhada olhou para Phil que não pode
mais resistir começou a rir e isso levou Killian a também gargalhar nos braços
da mãe. Logo todos estavam gargalhando, mas isso não impedia a rainha de lançar
um olhar mortiço para o marido.
— A ideia de você me matar é tão
ilógica que nem mesmo eu levei em consideração e soube logo que alguém quer nos
colocar uns contra os outros.
— Quem você acha? Waldrich?
— É mais complicado que isso. Tenho
informações de que nossa mãe está no meio disso.
Phillip ficou vermelho de raiva.
— Depois do que ela fez aqui eu não
duvido de nada – o príncipe contou ao irmão o que Alberta fizera com seu
pequeno filho.
— Monstro – rosnou o rei – Deus do
céu, ela é nossa mãe, mas qualquer amor que pudesse ter por ela está morrendo e
isso inclui o pai que parece aceitar numa boa todo esse negócio.
— Isso está muito confuso – disse
Miriam aparentemente esquecida que não falava com o marido – O que Alberta quer
com tudo isso?
— É isso que viemos descobrir – olhou
Phil – Onde está Capela?
— Tenente Capela? – o irmão franziu o
cenho sem entender – Está com Mat em outro problema.
Phil e Gwen contaram sobre o que
estava acontecendo naquelas semanas desde que Mathew chegara.
— Mundo pequeno e cheio de
coincidências – Dylan estava muito sério – Mat achou aquilo que ele procurava e
não sabia. Lembram como ele se tornou inquieto esses anos? A ligação entre ele
e Paul sempre existiu e foi muito forte. Quando a nossa mãe aprontou com ele em
sua festa de cavaleiro eu ofereci a ele o posto de conde ao norte, perto dos
elfos que ele gostava, mas no dia seguinte ele veio com a ideia de que tinha
que vir para cá de todo o modo.
— Espero que eles estejam bem – disse
Miriam – Um amor assim não pode se perder.
— Eu também – respondeu o príncipe,
mas se virou para o rei – Porque queria saber de Capela?
— Bem Phil...
— Dylan toda vez que você começa com
bem Phil é porque aprontou alguma coisa que eu não vou gostar.
— É, acho que você não vai gostar.
Capela era meu espião.
Phillip olhou para o irmão contrariado
o suficiente para bater no irmão, mas Miriam foi quem pegou suas dores.
— Você colocou um espião dentro do
castelo de seu irmão Dylan?
— As coisas não são bem assim Miriam!
— Então são como? Dá para me explicar?
— Eu não tenho nada para explicar para
você!
— Será que voamos ter que deixar vocês
sozinhos? – Phil estava ficando cansado das discussões deles – Para que você
colocou um espião aqui Dylan?
— Ele estava investigando o reino de
Gorlan para mim. Fiquei muito intrigado com o fato da mãe ficar recebendo
cartas de Waldrich que vinham de Gorlan e eu queria muito saber o que estava
acontecendo. Fiz um acordo para que Capela viesse para cá, mas ficasse de olho
para mim na movimentação do reino vizinho. Fiz segredo porque se a mãe sequer
desconfiasse eu não ia conseguir mais nada. Me desculpe Phil.
— Esqueci isso. Não vou brigar com meu
irmão por tão pouco. Dylan a você eu confio a minha vida e a de minha família,
não vai ser por isso que vou brigar.
— Você é demais irmão – Dylan abriu um
grande sorriso com a declaração dele.
— Mas conseguiu algo com Capela? –
perguntou Gwen.
— Parece que Gorlan tem minas com
esferas do poder e estão retirando para Waldrich.
— Esferas do poder não são muito boas
para magos – observou Gwen – Estudei essas esferas algum tempo com meu pai e
pelo que sei seu poder é bem instável e que os elfos tiram melhor proveito delas.
— Waldrich não é tolo – disse Mirian –
É o melhor mago que existe. Se as esferas não são muito úteis por que ele as
quer?
— Ai está. Elas são para o mago ou
para outra pessoa?
— Temos que descobrir isso – respondeu
Phil para o irmão – Qual o próximo passo?
— Preciso de Capela, ele tem os
contatos certos. O povo de Gorlan não são tão fáceis de lidar.
— Teremos que esperar?
— Por enquanto acho que vou rastrear a
nossa mãe Phil. Não vai levantar suspeitas dado que ela me deixou de mandar
mensagens.
— Isso já alguma coisa – resmungou o
príncipe preocupado.
O que ele gostaria de saber era como
estava Mat e Capela.
Capela não podia acreditar no que
ouvira do mago. Podia ser verdade que os príncipes de Gaulesh são filhos dele?
Não seria loucura demais pensar que Alberta havia feito aquilo?
— Alberta é louca e Máder conivente
com ela – disse Waldrich em sua voz calma – Ela fará de tudo para destruir meus
outros filhos. Ela está juntando forças com Kamm, filho de Raguel.
— Um momento, agora eu perdi as
coisas. Pensei que Alberta estivesse mancomunada com você!
— Ela me fez uma proposta há alguns
meses. Eu podia ter quantas esferas do poder quisesse desde que destruísse
Haven e Kamm quer que os povos humanos entrem em guerra para enfrentar o seu pai
e tomar o poder. Se Gaulesh estiver envolvida com uma guerra não vai poder vir
ao socorro dos elfos de Floresta Velha e Kamm tem uma exercito nas montanhas de
Gorlan, bem treinado e alem disso seu poder está no auge, ele tem as melhores
esferas do poder com ele.
— As esferas não eram para você?
— Eles me mandaram esferas inúteis que
só iam drenar os meus poderes para que eu avançasse sobre Haven e depois fosse
consumido por elas e assim seria um obstáculo a menos para Alberta. Ela quer as
terras de Haven para o rei Dylan e no futuro com certeza avançar sobre Lakina.
— Alberta tem um amor doentio por
Dylan – comentou Capela – Mas quero que me entenda que não há como provar o que
você me diz Waldrich, apesar de ter lógica.
— Eu sei. Mas você acha mesmo que eles
podem ser filhos de alguém como Alberta? São boas crianças, não tem nada
daquela mulher.
— O que você quer é se vingar dela?
— Com todas as minas forças.
— Você esteve nos seguindo?
— Os espíritos dos ventos me contaram
que tinham levado três pessoas para o norte e uma delas era Paul, o amor de meu
filho caçula. Sabia que ele iria atrás deles e que um perigo o espreitava.
— Os bárbaros?
— Não. Há algo mais escuro no futuro
de Mat. Como meus filhos algum deles podia ter recebido a minha herança mesmo
que eu tenho feito o possível para impedir isso.
— Sua herança?
— A magia. Ela é muito forte na minha
família e passa de geração para geração. Quando engravidei fiz o possível para
afastar a minha magia interior das crianças mesmo não podendo usar magia em
minha prisão, mas quando Mathew nasceu eu estava fraco e temia ter feito algo
errado. Pelo que sei Mat é tão mago quanto eu, até mesmo mais forte.
— Nunca notamos magia nele!
— Ela aguarda. Um mago não treinado
tende a explodir, se descontrolar e se levar pelo poder, pela parte negra da
magia – olhou Capela nos olhos – Imagine de Paul morrer! Se o poder escapa de
Mat. Ele pode destruir exércitos inteiros sem nem mesmo piscar. O chamado da
escuridão é sempre muito sedutor.
— O que pode fazer então?
— Não posso selar a magia dela em sua
idade. A única coisa que posso é fazê-la sair e treiná-lo.
— Não acho que Mat vai aceitar isso.
— Ele não vai ter como recusar. Quando
acordar vou contar toda a verdade e depois vou forçar a magia a sair dele. Não
vai ser bonito e tudo a nossa volta vai parecer um campo de guerra. Precisamos
chegar ao deserto, o que aliais, é o caminho de Paul, Maleah e Gabe.
— Você fala do deserto de Altair?
Estamos a cinco dias de viagem dele!
— Sim – o mago sorriu com os olhos
negros brilhando – Mas se voarmos chegamos lá essa noite.
— Voar?! – Capela estava ficando com
medo desde de logo.
— Voar Tihar Capela.
— Eu odeio esse nome! – resmungou o
tenente com desgosto.
— Magos se chamam pelo primeiro nome,
afinal a magia corre em você.
— Eu tinha me esquecido disso.
— Ela não vai lhe fazer mal. A magia
das fadas são boas e muito ligadas a natureza. Enquanto treinar Mat, mostro
como você pode usar a sua magia, mas por hora vou chamar alguns amigos para nos
levar para Altair.
O mago se levantou e começou a entoar
uma cântico:
— Falcon amicus, adiuvat in iter!
Disse a frase três vezes e Capela de
repente ouviu um grito alto e olhou para cima com os olhos arregalados.
monica nao to entendendo esta fase da estoria como waldrich encontrou mat e capela? acho que vc pulou esa parte da estoria, da pra descrever como ficou assim?
ResponderExcluirpor favor me esclareça, gosto tanto desta estoria que tva ficando com saudades dela, me ajude
bjs lu
oi lulu, foi o vento que disse que o paul foi para o norte na terra dos dragões e ele juntou 1 + 1 e viu que o mat iria pra essa direção, pois ele e capela ja estava seguindo a sara que ia pra la tambem, ai ele ia encontrar eles no caminho. oi gente sou a sam e to adorando a historia, beijos
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