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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Caminhos do Destino - Capitulo IX



Capitulo IX

Phillip não sabia se fugia ou ia cumprimentar os pais. Ele ainda não acreditava que estavam ali com seu séquito de soldados pessoais e ainda trazendo aquela mulher junto. Yeda de Armaud era filha de um poderoso duque do reino de Arlen ao sul de Gaulesh e era amiga grande de sua mãe.

— Isso é jeito de cumprimentar sua mãe Phillip? – seu pai chamou a sua atenção e ele odiava isso.

— Me desculpe meu pai, mas estou surpreso que esteja em Haven. Não fui avisado de sua visita.

— Para que tanto alarido menino? – sua mãe olhou em volta torcendo os lábios – Estamos aqui e pronto. Onde esta sua esposa que não tem a decência de vir cumprimentar a sogra? Essa é a recepção que dão a suas visitas? Não me admira que Dylan tenha que proteger seu reino, imagino que não tenha aliados que tal falta de decoro.

Phillip rangeu os dentes. Sua mãe não mudava nunca e pelo visto havia feito do seu projeto de vida atormentá-lo e a seus irmãos.

— Como vai lady Armaud? – ele preferiu não responder diretamente a sua mãe ou tinha certeza que ia falar bobagens.

— Como vai Phil? – ele deu um sorriso luminoso e estendeu a mão para que ele a beijasse – Eu achei o seu principado lindinho.

— Obrigado.

— Phillip eu não vi patrulhas nessas estradas – seu pai o olhava de cima – O que você pensa que está fazendo deixando os viajantes desprotegidos assim?

— Meu pai as estradas principais de Haven são policiadas – ele estava perdendo a paciência – Como eu dirijo o meu reino diz respeito apenas a mim!

— Parece que aquela mulher esta afetando você – sua mãe levantou uma sobrancelha – Nunca o vi responder a seu pai.

— Pai, mãe, lady Armaud – rigidamente apontou para a porta aberta que deva para a sala – Por favor, sintam-se em casa.

— Decididamente isso nunca vai acontecer meu filho – sua mãe entrou erguendo o vestido e olhando para o chão como se estivesse pisando em algo asqueroso.

— Obrigada Phil – Yeda saltitou atrás de sua mãe.

— Imagino que a nossa presença não seja bem vinda? – havia um sorriso zombeteiro no rosto do seu pai.

Phillip decidiu ser sincero com a sua mãe.

— Não meu pai e o senhor sabe muito bem por que!

Seu pai pareceu ficar rígido, mas depois pareceu dar de ombros e entrou com um sorriso zombeteiro em seus lábios. Phil pediu paciência a Deus e a Deusa para que ele não cometesse nem um crime por ter que suportar aqueles três.



Paul estava cansado de tudo que acontecera a noite, mas ele não podia deixar seus afazeres de lado. A colheita tinha que ser feita na época certa e se armando de coragem partiu para o campo de batatas deixando as crianças dormindo. Elas haviam passado por muita coisa e ele queria que elas descansassem.

Ao atrelar Hugo à carroça ele não pode deixar de se surpreender ao saber que ele tinha simplesmente trotado até em casa e esperado pacientemente perto da estrebaria para que a carroça fosse retirada dele.

— Sei que esta cansado velho amigo – Paul afagou seu focinho e deu-lhe uma maçã – Mas há muito serviço esperando por nós e vamos ter tempo de sobra no inverno para ficarmos à toa.

O burro mastigou a maçã e com sua calma e paciência acompanhou Paul até o campo de batatas onde ele começou a arrancá-las até que alguém o chamou a distancia. Olhou para perto de sua casa para ver Mara chegando e indo até ele.

— Ei Paul! – a moça se vestia com uma calça de couro e camisa – Eu estava preocupada!

— Oi Mara, como vai você?

— Preocupada oras! – ela colocou as mãos na cintura – Não vi você todos esses dias e soube que a princesa quase foi seqüestrada por bandidos eu fiquei preocupada com você e as crianças.

— Você já sabe sobre o seqüestro?

— Fofocas de palácio se espalham igual praga – ela apontou para a terra que ele estava revolvendo – Agora você vai me contar direitinho o que anda acontecendo enquanto eu ti ajudo com as batatas.

Paul sabia que ela não ia dar sossego a ele enquanto não estivesse a par de tudo. Enquanto arrancavam as batatas e enchiam os cestos dentro da carroça de Hugo, ele contou para a amiga tudo que tinha acontecido com ele.

— Você ta de caso com um príncipe? – Mara deixou cair metade das batatas que carregava.

— Eu não estou “de caso” Mara! Eu só... – ele ficou ali apertando as batatas sem saber como definir a relação deles.

— Namoro? Paquera? Nem uma das alternativas?

— O que qui você quer que eu diga? Sei lá?

— Nunca ouvi falar em sei lá!

— Mara não me atormenta! – contrariado Paul levantou um dos cestos para a carroça enquanto Mara ria ao seu lado e continuava a importunar.

— Vai lá, Paul! Eu vi o príncipe por ai e ele é de deixar as mulheres babando e gemendo.

— Você tem uma mente suja, heim?

— Vai me dizer que você pensou em outra coisa quando viu aquele corpo musculoso e bem feito?

Paul largou o cesto na carroça e olhou a amiga serio.

— Você sabe o quanto eu me afasto de relacionamentos, de como tenho medo deles.

— Paul já fazem oito anos quase que tudo aconteceu. Não é possível que você ainda lembra daquele homem!

— Ele é o pai do meu filho Mara! E mesmo não sabendo quem ele era, foi com ele que tive a minha primeira vez.

— Você o ama?

— Eu amo o que? Um fantasma? Um homem que me teve por uma noite e depois desapareceu como se nunca tivesse existido? Alem do que não posso dizer que aquela foi uma noite do jeito que eu imaginava.

— Olha você esta com medo.

— Estou – Paul virou a cabeça para cima olhando o céu nublado – Às vezes eu penso que assim que Mathew conseguir o que quer comigo também vai embora e me deixar, mas agora eu não estou sozinho, eu tenho que pensar na reação dos meus filhos. Eles adoram ele.

— Paul se o que você disse dele é verdade ele não parece o tipo de homem que transa e logo depois some, mas se te dá mais segurança peça ele pra ti cortejar, namorem, vão devagar.

— Mara o que diabos ele viu em mim?

— Não deixa seus filhos ti ouvirem xingando e quanto ao que ele viu em você eu posso dar uma longa lista, mas a maior verdade é que você é uma pessoa que é capaz de dar amor incondicionalmente – bateu nas costas do amigo com sua mão pesada – Agora deixa de esquentar tanto a cabeça com isso. Seus miolos vão ferver logo. Vamos terminar com isso e ir fofocar na sua varanda.

— Mara maneira na mão ou você me quebra algo ainda!

— Deixa de frescura!



Ao saber que tinha adotado um filho sua mãe começou a gritar.

— O que diabos você tem dentro da cabeça Philip! Essa criança vai ser seu herdeiro e você nem sabe de onde veio e sangue de quem tem! Você vai ser a piada do ano nos reinos! Se a sua mulher é incapaz de ti dar um filho livre-se dela e consiga uma outra, mas não faça essa loucura!

— O que eu faço da minha vida particular minha mãe, é problema meu!

Phillip estava ficando louco com as criticas da sua mãe e fazia apenas meia hora que ela tinha chegado. Felizmente ele havia proibido de acorda Gwen, sua esposa estava cansada do que acontecera a noite.

— Olhe como fala comigo menino, eu sou sua mãe!

— Por que você lembrou isso de repente? Dylan expulsou vocês do castelo ou algo assim? Desde o inicio vocês foram contra o meu casamento e o meu modo de governar Haven. Nunca vieram aqui e de repente aparecem na minha porta!

— Nossa Phil! – Yeda deu um sorrisinho de detrás do leque – Quem ti ouve pensa que você não nos quer aqui.

— Vamos ser francos agora que estamos a sós – olhou para o pai – O que esta acontecendo?

Máder McGives olhou de modo frio para o filho e levantou uma sobrancelha com desdém.

— Decididamente Phillip, seu reino não é um lugar onde quero passar férias, mas estamos para o reino de Gorlan e seu irmão exigiu que passássemos aqui.

— É claro que eu precisava saber o que você estava fazendo para que o nome da nossa família não fosse jogado na lama como esta sendo – sua mãe passou um dedo em cima de uma mesa observando uma poeira inexistente – Como se não bastasse Dylan ter tido aquele tipo de casamento com aquela selvagem agora a maldita mulher não serve nem para dar um filho. Sua irmã teve o desfrute de me enfrentar e casar um com um simples fazendeiro e ainda não teve filhos, apesar que nisso eu agradeço a Deusa da vida. Imagine se seu irmão não tiver filhos e os herdeiros poderem vir de linhagem tão baixa quanto os de um fazendeiro? Deus não me daria esse desgosto. Mathew esta aqui não? Por favor, não deixe engravidar alguma vagabunda por ai que um dia vai querer reivindicar o trono, mas como as coisas estão é bem possível dele ser o único a ter um filho de verdade e de sangue McGives, mesmo sendo o erro que é. Agora você me sai com essa novidade de adotar um filho? Deus eu não sei onde errei?

Phillip havia se esquecido de como a sua mãe podia ser a pessoa mais insuportável do mundo, de como ela conseguia criticar tudo e todos com sua voz mordaz e seu olhar de nojo.

— Mamãe nada do que a senhora falar vai mudar esse fato. Do momento que aceitei o bebê ele se tornou meu filho de alma e meu herdeiro legítimo. A cerimônia será em três dias de acordo com as regras e então vou apresentar o meu filho ao povo sem nem um constrangimento.

— Meu Deus! O que eu fiz para merecer filhos tão cruéis? – ela caiu sentada do lado de Yeda que a consolou com tapinhas no braço.

— Quando vocês quiserem seguir viagem eu posso arranjar mais escolta se assim o preferirem – olhou para o pai e perguntou – Quando vão partir?

— Você ia adorar nos ver pelas costas, não é? – sua mãe levantou o queixo – Eu não irei embora sem ver essa cerimônia que finalmente vai mostrar que eu sempre tinha razão sobre o que pensava de vocês!

— Faça o que quiser! – Phil estava a ponto de gritar – Mas enquanto estiver em Haven não se atreva a maltratar a minha mulher ou ao meu filho ou eu vou esquecer que você é minha mãe!

Saiu intempestivamente da sala privativa e subiu as escadas para o segundo andar onde ficavam os seus aposentos, mas no meio do corredor foi detido por Mathew que o olhava com a cara branca.

— Phillip é verdade o que ouvi dos empregados? A mãe e o pai estão ai?

— É verdade e eu já consegui perder a paciência com ela! Eu não sei como somos todos filhos daqueles dois!

— Eu não posso com isso – Mat deu um passo para trás – Eu não quero olhar para ela depois do que ela fez na minha cerimônia de sagração. Eu vou embora!

— Ou, ou, ou! – ele segurou o braço do irmão – Calma, ela não pode fazer nada aqui, é a nossa casa!

— Ela pode! Tanto que já fez com você! Olha seu estado! Eu lamento te deixar aqui com ela, mas se eu a ver vou despejar tudo que ficou engasgado na minha garganta.

— E para onde você vai?

— Para a casa do Paul.

— Mat a gente já falou sobre isso...

— Então não há nada a discutir Phillip!

Ele se livrou do irmão com um safanão e correu para o quarto jogando algumas roupas dentro de uma bolsa de viagem e pegou a capa e a espada indo em direção aos fundos do castelo e pediu para que um pajem atrelasse o seu cavalo.

Deus como ele era patético! Estava fugindo de sua mãe e não tinha vergonha disso, nesse momento o que ele mais queria era ver o rosto de Paul, de sentir a sua pele, seus lábio e esquecer que a mulher que transformara sua infância e juventude em um inferno estava tão perto dele.

Assim que recebeu o cavalo saiu a galope do castelo só respirando fundo quando chegou a estrada e foi mais lento.

No castelo Phil estava contrariado com a atitude do irmão, mas ele entendia, ele mesmo se pudesse fugiria dali.

Foi até o seu quarto onde encontrou a esposa acordada e dando de mamar ao pequeno Killian que a olhava com os grandes olhos azuis muito abertos como se não quisesse perder nada desse novo mundo.

— Boa tarde amor – Phil de um beijo com carinho em Gwen e depois no bebê que deixou a mamadeira e riu esticando os braços para ele.

— Olha quem quer ir com o papai? – Gwen riu entregando o filho a Phillip que o segurou junto ao peito reconfortando com o seu doce calor.

— Eu já soube que a sua mãe esta ai.

— Gwen eu não sei o que há de errado da minha família! Você deveria ter visto ela. A única coisa que fez foi criticar e quase teve um surto quando falei de Killian. Quando o Mat descobriu foi embora para a casa do Paul.

— Isso é ótimo para ele – ela colocou a mamadeira em cima de uma mesa – Paul vai saber como cuidar de sua dor.

— Eu tenho medo pelos dois Gwen.

— Não tenha – ela o abraçou por trás olhando para o filho – A sua mãe não tem poder sobre mim e suas ofensas, forem quais forem, não me atingem. Só espero que ela saiba que se tocar no nome do meu filho ela vai descobrir uma Gwendelyn que ela não gostaria de conhecer.

— Não tenha dúvidas que ela vai fazer o possível para transformar a nossa vida em um inferno!

— Mesmo? – a moça não parecia nem um pouco preocupada – Você sabe que se eu quiser posso transformar a estada dela aqui um inferno maior ainda. Sua mãe não me conhece, mas logo vou mostrar para ela quem sou – havia um brilho nos olhos da esposa que de repente fez Phil ter medo por sua mãe.



Assim que as batatas foram colhidas e colocadas no porão da casa, Paul fez bolinhos de chuva e leite com mel. Assim que o cheiro se espalhou pela casa a tropa acordou com fome e abraçando Mara. Gabe desceu parecendo um pouco abatido e antes que desse conta foi abraçado por uma empolgada Mara.

— Gabe você é um herói! Que fofo!

— Mara cê ta me sufocando – ele gemeu.

— O que ele fez? – Sara levantou o queixo – Correu igual um cabrito pela estrada até achar o Mat, ele é o herói!

— Isso é dor de cotovelo? – Gabe se livrou de Mara para sorrir superior para a irmã.

— De você?! Eu tenho bom senso Gabe, e ao contrario de você eu não fico me pavoneando por ai!

— E você que ficou chorando igual... – rápida como só ela conseguia ser, Sara deu-lhe um tapa na cabeça antes que ele terminasse.

— Cala a boca! Eu não chorei coisíssima nem uma!

— Gabriel e Sara Jane! – os dois se calaram na mesma hora ao ouvir seu pai/mãe falar seus nomes inteiros, isso só podia dizer problemas e dos graves – Peçam desculpas um ao outro e chega de brigas! Eu não quero mais ofensas nem verbais nem físicas. Fui claro!

— Sim senhor – ambos baixaram a cabeça e se olharam relutantes – Desculpa – cada um disse e foram para cantos opostos da mesa comer os bolinhos.

— Esses dois são cão e gato – disse Mara rindo e lambuzando o bolinho com geléia – Pra mim são umas gracinhas.

— O Shon ainda ta dormindo meu Deus – Paul revirou os olhos – Esse menino é difícil de levantar como eu nunca vi!

— Quando ele era um bebezinho podia passar o dia todo com a gente na feira sem nem mesmo chorar, lembra disso? – Mara perguntou sorrindo para o amigo.

— E eu lembro das noites que ele teve cólica também.

— Dessas eu prefiro esquecer – ela riu – Ele chorava tão alto que até os vizinhos reclamavam. Todavia foi uma época que eu adorava e sinto muitas saudades de quando você morava la em casa, Paul. De tardes como essas que a gente apenas podia ficar jogando conversa fora.

— Eu também minha amiga – Paul segurou a mão dela sorrindo – Nunca vou esquecer de que você e seu pai me acolheram e me ajudaram no pior momento da minha vida.

Nesse momento Shon apareceu na porta coçando os olhos e procurando Paul com cara de choro.

— Mamãe – ele gemeu correndo para o colo dele.

— O que foi meu amor? – preocupado Paul colocou a mão em sua testa percebendo que ele estava febril – O que você ta sentindo Shon?

— Frio e minha garganta ta doendo, muito – ele gemeu escondendo o rosto no ombro da mãe.

— Parece que ele pegou um resfriado – disse Mara passando a mão pelos cabelos do menino.

Shon raramente ficava doente, mas quando isso acontecia deixava Paul de cabelo em pé. O menino costumava ter febres altíssimas e ficar de cama. Seus resfriados descambavam logo para gripes fortes e uma vez para uma pneumonia.

— É melhor eu fazer um chá para essa febre – disse Paul tentando retirar o filho do colo, mas ele se segurou a ele choramingando – Filho eu só vou fazer um chá para você melhorar.

— Pode deixar que eu faço – disse Gabe olhando para o irmão sabendo o quanto aquelas gripes podiam afetá-lo – Você tem que melhorar logo, baixinho. Eu convidei o Mat para vir pescar com a gente.

— Eu queria ele aqui – ele olhava Gabe com os olhos pidões como se o garoto pudesse trazer o príncipe naquele momento.

— Acho que você não vai ter que esperar muito – resmungou Sara ainda contrariada por ter sua atenção chamada por Paul – Ele ta chegando.

Paul e Mara se olharam, mas Gabe correu para a porta da frente a tempo de ver Mat aparecendo na curva com seu cavalo preto. Jason e Jared também haviam corrido e olhavam ansiosos para cavalo e cavaleiro. Ambos gostavam do grande homem e gostavam ainda mais de pregar peças nele.

Mat sorriu ao ver os garotos na porta da frente esperando-o. Ao ver a casa a distancia ele tinha a impressão de que estava finalmente voltando para o seu lar e seu coração se aqueceu ao ver a expressão ansiosa dos três. Estranhou a falto de Sara, Shon e Paul.

Parou o cavalo e pulou no chão para quase ser derrubado por um abraço triplo.

— Oi Mat! – os dois menores gritaram juntos sorrindo com os rostinhos sujos de geléia.

— Mat você veio para gente pescar? – Gabe o olhava de forma ansiosa.

— Assim vocês vão espantar ele! – disse uma mulher alta e de cabelos curtos sorrindo.

Ela era bem bonita mesmo vestida de homem.

— Ola meu nome é Mara e o Paul pediu para você entrar.

— Eu cuido do seu cavalo – disse Gabe segurando as rédeas.

— Nós também! – Jason e Jared pulavam em torno do garanhão.

— Cuidado os três – ele retirou a bolsa de viagem da sela e deixou Gabe levar seu cavalo para a estrebaria.

Ele entrou atrás de Mara que o levou até a cozinha onde Paul estava sentado com Shon no colo e uma amuada Sara brincava com um bolinho de chuva.

— Tudo bem? – ele perguntou preocupado para Paul.

— O Shon pegou um resfriado e ele fica dengoso quando isso acontece.

— Que cara é essa Sara? – ele foi até a menina dando um beijo em seu rosto – Franzir o rosto não foca bem em você.

— Ela e Gabe estavam brigando novamente – Paul olhou para a filha – Sara você sabe que não gosto que vocês dois façam isso.

— Tudo por causa daquele projeto de homem – ela resmungou, mas foi até Paul beijando seu rosto – Ti amo mãe.

— Eu também meu amor.

Mat olhou para Shon que estava dormindo calmamente no colo de Paul.

— será que você pode segurar ele enquanto faço um chá? Ele esta com febre e preciso baixá-la.

Sorrindo Mathew pegou o menino e sentou em uma das cadeiras embalando ele. Shon suspirou, mas continuou dormindo.

— Bem Paul esta ficando tarde e eu preciso ir – disse Mara para o amigo.

— Obrigado por ter vindo Mara e domingo vou estar lá para a feira.

— Certo, eu vou ti esperar e depois da feira podemos dar uma andada pela cidade. Tchau Sara!

— Até logo Mara.

— Tchau príncipe Mathew – ela deu um aceno e saiu pela porta da cozinha mesmo gritando para os meninos ao longe.

Paul havia despejado um pó muito fino em uma caneca com água que já estava quente de uma chaleira que ficava sobre o fogão.

— Paul eu gostaria de fazer um pedido – Mat parecia estranhamente sem jeito.

— O que? – perguntou Paul intrigado enquanto tentava dar uma esfriada na infusão e acrescentar mel e algumas gotas de limão.

— Minha mãe esta de visita no castelo e eu não posso ficar lá, será que posso ficar aqui alguns dias? Estou pronto para ajudar no que for possível.

— Sua mãe está ai? – o rapaz ficou admirado sabendo o quanto ela desprezava os filhos.

— Sei que foi covardia minha, mas eu não quero ficar lá e dizer ou fazer algo que vá me arrepender o resto da minha vida.

— Claro que você pode ficar Mat, mas aqui não é o castelo com empregados e tudo o mais.

— Eu não ligo para isso Paul, estou disposta a ajudar em tudo, menos em cozinhar. Sou horrível nisso.

— Eu não seria tão mal – ele deu um leve sorriso e tocou no rosto dele pensando no quanto ele queria estar a cada segundo olhando e tocando aquele homem – Vamos acordar esse dorminhoco para tomar o remédio.

Mathew riu e balançou levemente o ombro do menino.

— Ei companheiro vamos acordando!

— Só mais um pouco – ele resmungou revirando no colo de Mat.

— Vamos Shon, acorde para tomar remédio.

Ele fez uma cara de desgosto e abriu os olhos violetas para olhar para Mat e deu um grande sorriso.

— Oi Mat! Pensei que tava sonhando. Posso dormir com você hoje? Você é quentinho.

— Se você tomar o remédio eu durmo com você, certo?

O menino fez um grande bico, mas aceitou a caneca com o chá quente e foi bebendo lentamente no colo do príncipe.

Paul colocou diante dele um prato com bolinhos de chuva que ele atacou, não havia almoçado e estava morrendo de fome.

Gabe e os dois menores entraram na cozinha correndo e sentaram em volta de Mat tagarelando e quando souberam que o príncipe ia passar uns dias com eles deram pulos de contentamento e falaram ainda mais em tudo que podiam fazer.

Mathew nunca se sentiu tão bem por estar no meio daquela família, seu coração estava leve, seu corpo cheio de um estranho bem estar ao olhar para os meninos e para Paul que o observava com um sorriso tão doce que ele teve vontade de devorar ali mesmo. Ele pensava que não podia amá-lo mais ainda, todavia naquele momento ele sentia que seu amor aumentava mais e mais e que de algum jeito podia tocar as estrelas.




No castelo de Haven a mãe dos príncipes ouvia a informação que queria de Yeda.

— Então aquele covarde fugiu! Yeda esse menino é um peso insuportável!

— Sinto muito por tudo isso, senhora. Sei o quanto se dedica a família.

— Por que Deus e a Deusa não me concederam uma nora como você – a ex-rainha fazia uma cara de desgosto profundo.

— Os caminhos de Deus são misteriosos, minha senhora. Quem sabe eu ainda possa ser de sua família a ajudá-la com seus filhos problemáticos.

— Yeda minha querida, eu jamais pediria que você se sacrificasse e se casasse com esse meu maldito filho caçula.

— Mas eu faria isso pela senhora, que tenho o orgulho de chamar de amiga e se me casar com seu filho poderei chamá-la de mãe.

— Bem minha querida – a mulher mais velha segurou a sua mão – Se esta disposta a tal sacrifício, só o que devemos é dar um jeito nesse duo que meu filho se enrabichou.

— Não se preocupe minha senhora – Yeda deu o seu sorriso mais doce – Posso acabar com esse tipo em pouco tempo.

Um comentário:

  1. oi menina ja to ficando sem elogios, li agora o cap,IX, acho que o calvario de paul vai começar, aja sofrimento, não faz ele sofrer muito ta?
    njs lulu

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