O blog Valfenda Brasil tem é apenas para postar histórias e contos que escrevo. Com isso espero divertir as pessoas levando elas aonde nem um homem jamais esteve!
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terça-feira, 17 de abril de 2012
Caminhos do Destino - Capitulo XVI
Mimir Greal
Capitulo XVI
A vila de Theas ficava ao sul de Haven, fazendo fronteira com o reino de Gaulesh. Era uma vila pequena, com não mais de trinta casas pobres espelhadas em uma única rua.
Mimir parou olhando o que estava no meio da estrada.
Ela se considerava uma mulher forte, mas a visão que tinha diante dela era nauseante.
Alguém havia matado todos os habitantes do povoado e jogado os corpos em uma pilha bem no meio da estrada como se fosse um aviso.
Mimir olhou para o céu azul pedindo a Deusa que olhasse pela alma daquelas pessoas. Com maior cuidado ainda ela se afastou da vila. Quem havia feito aquilo ainda podia estar por perto.
Ela puxou o tecido sobre o rosto deixando apenas os olhos negros de fora. Sabia que a sua cor ia gerar uma curiosidade que ela não queria.
Seu reino era nas regiões tropicais, o reino Amazônico. Uma imensa região coberta de matas luxuriantes onde as amazonas reinavam absolutas. Sua sociedade baseada na mulher, também não contribuía para os outros reinos tê-las em bom termo.
Na maioria do tempo a Amazônia era um reino isolado, constituído de pessoas de pele negra. Eram guerreiros e suas cidades em meios as matas inexpugnáveis para todos os aventureiros que haviam tentado chegar até elas.
Belo e muito rico, era um reino que os habitantes do norte cobiçavam com ardor, mas a organização de um povo antigo e guerreiro mostrava que aquele não era um reino para se conquistar. Nem mesmo os elfos se metiam com as amazonas sabendo o quanto elas eram poderosas.
Mimir era uma historiadora, uma profissão muito usada entre os homens de seu povo, mas ela enfrentara o preconceito e se formara em muitas das universidades que seu povo havia construído em quase todo território.
Os amazonenses exigiam que todo o seu povo soubesse ler e escrever e que se formasse em algo. Mesmo o mais pobre, por lei, tinha que ir para uma academia nem que fosse militar. Na sua sociedade os cargos militares e políticos eram apenas destinados as mulheres, cabendo ao homem os trabalhos de administração interna.
Mimir pensou no desgosto da sua família quando decidiu deixar a academia militar de estratégia para se dedicar a história dos povos e dos reinos. Mas ela era uma mulher decidida e enfrentara tudo para conseguir o seu sonho.
Hoje era reconhecida até mesmo pela Princesa Guerreira das Doze Tribos, a líder suprema do seu povo, e fonte de orgulho para sua família, já que ela havia voltada a academia e terminado a sua formação militar.
Viajara por muitos pequenos reinos do sul, coletando dados para o livro que lançara agora ela decidira ir rumo ao norte sabendo que eles não eram muito fãs de seu povo.
Ela simplesmente dera de ombros. Sua Princesa gostara muito da sua ideia de ter informações de outros povos e culturas e ela estava decidida a dar isso a sua amada líder.
Ela continuou rumo ao norte não vendo sinais das pessoas que por ventura tivessem feito aquilo. Ela queria chegar à capital do pequeno principado onde poderia ter acesso a uma biblioteca pública, se houvesse uma, claro. Ela havia descoberto, com imenso desgosto, que os povos do norte não tinham bibliotecas públicas e nem mesmo escolas para os pobres.
Depois de alguns reinos ela estava feliz por vir de um povo culto como o dela. O norte era terrivelmente atrasado para ela.
Durante quase todo o dia ela não viu ninguém, mas quando chegou perto da estrada principal o transito aumentou e também os olhares estranhos para uma mulher montada em um cavalo branco com o rosto escondido por seu vestuário.
Ela não ligou e continuou até a vila movimentada. Ficou satisfeita ao ver as ruas calçadas e as lojas limpas exibindo os seus produtos nas vitrines.
Outra coisa que ela desgostava do povo do norte era sua falta de higiene, da relutância que eles tinham em se banhar todos os dias. Em algumas cidades o cheiro dos corpos suados e sujos podia ser sentido de longe. Todavia ali, as pessoas pareciam serem diferentes. Seus corpos, cabelos e roupas, que mesmo velhas, eram muito limpas, assim como a rua. No fim da vila ela podia ver o bonito castelo do principado com suas torres contra o céu. A bandeira de um leão e uma árvore no alto de uma grande torre mostrava o símbolo dos McGives, uma família muito antiga e poderosa.
Ela havia lido sobre eles em um livro antigo que comprara num reino mais ao sul.
Parecia que era uma família do alem mar, de um reino perto do Império de Roma chamado de Reino Belga-franco, quase tão grande e poderoso quanto Roma. Pelo que lera o primo do antigo rei de Gaulesh, Máder McGives, era rei naquele reino.
Os reinos do alem mar eram um mistério para ela. Existiam poucas informações e as que tinham estavam nas mãos dos padres e ela não tinha relações com eles. Seu povo não era católico, sua religião se baseava no culto à Deusa Mãe da Vida, mas ela não tinha preconceitos com as outras religiões, seu povo dizia que Deus ou a Deusa eram um só, mas cada um via-os de forma diferente e essa individualidade deveria ser respeitada.
Parou diante da casa da guarda pensativa, mas desceu do cavalo amarrando ele em um lugar apropriado onde havia água e ração em cochos o que a alegrou pelo cuidado com os animais.
Entrou na casa da guarda aonde soldados iam e vinham e um deles estava sentado em uma mesa lendo alguns papéis. Olhou para ela engasgando ao ver a mulher negra diante de si.
— Você é o responsável? – ela perguntou baixando o pano do rosto e olhando ele de modo sério.
— Hum...
— Rapaz quem é o responsável? – homens eram todos iguais, babando por qualquer mulher diante deles.
— Te... tenente Capela! – ele gritou com a voz estridente deixando Mimir chateada.
Alguém saiu de uma sala e ela viu que era um homem de pele dourada, mais baixo que ela, mas muito bonito.
— Bom dia senhora – ele respondeu de forma educada – Posso ajudá-la?
— Meu nome é Mimir Greal tenente. Sou do reino da Amazônia e estou em viagem recolhendo dados para um livro de história sobre os povos do norte. Venho até o posto para relatar um fato que vi em uma vila ao sul a algumas horas de cavalo daqui.
Todos haviam parado para ouvir a sua voz educada e decidida. Ela tinha um leve sotaque que deixava seu jeito de falar muito charmoso.
Capela não queria fazer papel de bobo, mas ele nunca vira mulher mais linda. Sua pele brilhava na cor do chocolate, seus olhos eram tão negros quanto uma noite sem estrelas e tão misteriosos quanto. Seu rosto era fino, com lábios cheios e bem formados. Os cabelos muito negros e lisos caiam por sobre a sua capa e estava com pequenas tranças enfeitadas com penas de pássaros. Era uma mulher de uma beleza exótica que o encantou.
— Se já me olhou será que podemos conversar tenente Capela? – perguntou ela contrariada com a lentidão do homem.
— Claro senhora Greal. Por favor, me acompanhe.
Eles entraram em uma sala que deveria ser um escritório com uma mesa coberta de papéis e alguns armários. Capela sentou em uma cadeira atrás da mesa convidando a moça para fazer o mesmo.
Ela sentou e relatou tudo que vira. Percebeu a perturbação do tenente com seu relato.
— Obrigado por ter nos avisado, senhora. Vou comunicar ao príncipe imediatamente. A senhora vai ficar na vila caso o príncipe queira falar com a senhora?
— Sim. Estou atrás de uma pousada e de uma biblioteca pública.
— Há uma pousada no fim da rua, mas devo admitir que não seu o que é uma biblioteca pública.
— Eu imaginava – resmungou ela com desgosto – Diga a seu príncipe que gostaria muito de conversar com ele, apesar de imaginar que ela terá muito o quefazer com o que trago a vocês.
— Passarei o seu pedido a ele, pode estar certa – ele sorriu, mas a amazona apenas inclinou de leve a cabeça e saiu da sala como uma rainha.
Capela saltou da cadeira e correu para o castelo. Phillip não ia gostar da notícia.
Maleah acordou com sussurros perto dele.
— Isso é um elfo? – era uma voz infantil de uma criança de não mais que cinco anos.
— Gabe disse que ele é – outra voz infantil.
— Mas os elfos não tem cabelo azul? Ele tem cabelo preto!
— Quem sabe ele é diferente.
— Pra mim ele é igual todo muno – havia decepção na voz.
O elfo abriu lentamente os olhos vendo diante de si dois garotos pequenos que o olhavam com grande curiosidade.
— Ola – disse um deles – Eu sou Jason e esse é Jared. Você é um elfo?
— Oi. Meu nome é Maleah e sou um elfo sim.
Jason fez uma cara de desgosto e Jared parecia apenas curioso.
— Você não tem graça.
— Jason! – Paul estava entrando na sala para ver o elfo e viu seus meninos menores atormentando ele – Deixem o senhor Maleah em paz que ele precisa de descanso e não de dois perguntões atazanando ele!
— Está tudo bem Paul. Eles são umas gracinhas.
— Então você deve ter batido a cabeça também – resmungou uma moça entrando.
Ela era loira, deveria ter seus treze anos e de olhos azuis opacos. Ela deveria ser cega.
— Sara!
— É verdade mãe! Para chamar essas duas pestes de gracinhas só estando ruim da cabeça!
— Sara você é uma chata! – disse Jason olhando ela de cenho franzido, muito parecido com Paul quando algo o desgostava.
— Meninos – a voz autoritária de Paul se fez ouvir – Chega!
Jason com seu temperamento explosivo fez um bico e puxou a mão de Jared para fora da casa.
— Sara onde está Shon?
— Chorando por ai. Eles não quis se despedir de Mat.
— Por favor, peça para Gabe encontrá-lo. Está ficando tarde e armando um temporal.
A moça balançou a cabeça e se virou, mas antes de sair disse para o elfo.
— Você cheira a algo verde, como um jardim todo. Mas também cheira algo mais que não sei o que é.
Ela saiu deixando Paul sorrir amarelo para o elfo que estava de olhos arregalados.
— Eu cheiro?
— Você o que? – Yeda estava a ponto de matar Mark que sorria para ela.
— Eu paguei para uma prostituta assediar o Mathew. Não é uma boa ideia? O tal duo pode ficar enciumado...
Yeda pegou o leque e bateu na cabeça do outro.
— Idiota!
Eles estavam em uma vila perto da fronteira de Gorlan com Haven, indo rumo à capital. Haviam parado em uma pousada para passar a noite e Mark havia se esgueirado para conversar com a moça no quarto dela.
— Uma prostituta! Acha mesmo que um príncipe vai dar bola para uma prostituta?
— Para de me bater! Parecia uma boa ideia oras!
— Mark eu vou ti jogar no primeiro abismo que eu achar, mas do jeito que está a minha sorte é capaz de você quicar lá de dentro!
Ela continuava a bater no outro com o leque que se protegia como podia.
— Seu idiota de merda! Sorte sua que eu sei que ele não vai ter muito tempo com o seu duo.
— Como assim? – Mark estava arrumando os cabelos bagunçados.
— Há algo acontecendo entre Gaulesh e Haven meu caro. Algo planejado para dar um jeito naquele príncipe tacanho e naquele principado.
— É coisa daquela mulher, não é? Yeda cuidado com ela. Ela está planejando algo que só podemos imaginar. O melhor que temos a fazer é deixar ela e os filhos se matar e quando acabar a gente cata os restos.
— Alberta é uma tonta. “Ele” pode estar fazendo as vontades dela, mas mais cedo ou mais tarde ele vai mostrar que o que ele quer é o reino de Gaulesh.
— Você ta falando do mago ou do elfo? Estou um pouco confuso.
— Você é sempre confuso Mark! Já ti expliquei cerca de dez vezes as coisas e você continua a me perguntar.
— Você espera que eu fique guardando na cabeça esses planos malucas dessa gente rica? Pra mim o que importa é um tanto de dinheiro. Esse negócio de poder só termina em merda.
— Eu não esperava mais nada de você. Mas respondendo a sua pergunta pela centésima vez, a rainha Alberta...
— Ex-rainha.
— Cala a boca Mark! A senhora Alberta está financiando a perfuração de minas em Gorlan para descobrir esferas do poder para Wladrich, mas na verdade ela esta ajudando o príncipe Kamm dos elfos da floresta velha e encontrar as esferas que ele precisa.
— E daí?
— Daí sua besta ela esta dando armas para Waldrich se matar! As esferas que Kamm esta mandando para ele pode lhe dar um poder momentâneo, mas elas vão exauri-lo até os ossos. Ela está apenas mandando as esferas negras. Elas tendem a absorver poder quando o que tem dentro delas se esgota e o portador nem nota isso.
— Aonde isso vai chegar Yeda.
— Em Lakina, seu saco de merda! Ela quer o reino para dar de presente ao seu amado filho Dylan. Lakina tem as maiores minas de ferro que conhecemos. É um bom investimento.
— É uma estratégia idiota! Ela não percebe que ele pode atacar o reino de Gaulesh e causar estragos lá?
— Ele não vai atacar Gaulesh agora. Ela disse que estava dando as esferas a ele em troca dele destruir o reino de Haven. Ele já deve estar pronto para destruir aquele principado insignificante.
— E quanto às tropas de Gaulesh? Todos sabem que Dylan protege Phillip.
— Eu não sei como, mas grande rei vai estar com raiva do irmão o suficiente para deixá-lo se estrepar sozinho.
— Essa mulher é doida Yeda. O que pode ser tão grave a ponto de deixar Dylan com raiva de Phillip?
A rainha Mirian andava pelos corredores do Castelo da Aliança com seu longo vestido branco todo bordado em pedrarias e pérolas arrastando pelo chão para o desgosto de sua dama de companhia que tinha que correr para acompanhá-la.
A moça entrou na sala de guerra do castelo onde seu marido estava conversando com seu generais sem bater.
A sala tinha uma incrível coleção de arte nas paredes com estátuas de mármore brancos nos nichos. O chão era coberto por tapetes e o ambiente era todo dominado por uma imensa mesa redonda de vinte e três lugares, para os vinte generais de guerra, o chefe da guarda, o conselheiro real e o rei. A mesa fora encomendada por Dylan que queria mostrar que todos eram iguais ao sentar nela. Não era preciso dizer que sua mãe quase colocara fogo na mesa.
— Dylan! – ela correu até o marido que estava sentado atrás da mesa onde haviam mapas do reino de Haven espalhados por todo lado e se jogou nos braços dele – Você está bem? Me disseram que houve um atentado! Eu quase tive um ataque!
— Esta tudo bem meu amor – ele lhe deu um sorriso triste – Mas agora eu tenho um conselho de guerra com meus generais a presidir.
A moça estreitou os olhos olhando para os homens em volta da mesa percebendo que todos estavam ali o que só acontecia em caso de guerra iminente.
— Você não está mesmo acreditando na bobagem que eu ouvi, não é? Será que passa pela sua cabeça que um dos seus irmãos tentou ti matar?
— Mirian, por favor, me de licença! – a voz fria do marido a fezela enrijecer o corpo.
— Eu estou saindo. Não vou ficar aqui vendo um conselho de idiotas!
Antes que Dylan pudesse falar com ela, a rainha saiu batendo a porta. Ela não podia deixar isso acontecer. Seu marido era um bom homem, mas algo estava acontecendo já há algum tempo e ela sabia que tinha o dedo daquela megera da sua sogra. Durante muito tempo ela vinha avisando Dylan que Alberta estava com um comportamento estranho e o que dizer do antigo rei Máder? Desde que ela o conhecera sempre achara que tinha algo de estranho nele, mas e seu jeito perdido e apático tinha piorado muito cerca de três meses para cá.
Andou novamente pelos corredores do castelo pensando no que podia fazer e finalmente tomou uma decisão. Ela não podia deixar seu marido fazer a besteira que estava a ponto de fazer.
Mat saiu da taverna cansado e com dor de cabeça por ter ficado tanto tempo em um lugar escuro e cheio de fumaça de cigarro. A cerveja era boa, mas ele não era de beber, a coisa que mais queria era um tempo para pensar.
Estava com saudades de Paul e das crianças. Queria jogar tudo para o ar e ir para a fazenda, mas se fizesse isso ia colocar o rapaz em problemas. Dentro do bar escutara as fofocas que corriam sobre ele e Paul e depois de distribuir alguns socos às pessoas silenciaram.
Decidira que ia pedir Paul em casamento. Ia fazer tudo direitinho e logo ele podia ir para a casa da floresta sem que isso levantasse fofocas.
Foi andando de forma distraído quando um barulho atrás dele chamou a sua atenção. A se virar viu que uma mulher alta e negra estava segurando uma das prostitutas que circulavam pelas ruas. A mulher se debatia nas mãos da outras, mas a moça era forte.
— Mulher você não tem orgulho? – Mimir estava indignada – Vende o corpo e ainda quer roubar?
— A vida é minha! Vai se danar!
A amazona soltou a outra que fugiu aos tropeços. Os olhos negros de Mimir encontraram os violetas de Mat.
— Cuidado com a sua bolsa de moedas ou fica sem ela.
— Você é uma amazona?
— Mimir Greal – ela estendeu a mão para o belo rapaz.
— Mathew. Obrigado Mimir, mas o que está fazendo tão longe de casa?
— Pesquisando história. Meu povo carece da história dos reinos do norte.
— Eu já tinha ouvido falar do seu povo, mas nunca tinha visto uma amazona. Vocês são bem reclusos.
— Seu povo é que não gosta do meu. Acho que ter uma mulher no comando da medo em vocês.
Mat riu ao lembrar que a forma de governo na Amazônia era uma fortemente matriarcal deixando a sociedade do norte e do alem mar escandalizada.
— Eu não tenho nada contra a sua sociedade Mimir. O que sei do seu povo me maravilha.
— Alguém culto por aqui? – apontou para a taverna – Que tal uma bebida? Podemos trocar impressões de cada povo.
— Por que não? Você deve ser uma companhia interessante – ele sempre tivera curiosidade sobre a Amazônia e na verdade não estava com vontade de voltar para o castelo e ficar pensando em Paul.
Acompanhou a moça para uma rodada de cerveja e conversa em um bar em choque ao vê-lo com uma linda mulher de pele negra e andar altivo.
O céu estava escurecendo por causa do sol que se punha, mas também da tempestade que se formava ao longe onde se podiam já ouvir os estrondos dos trovões.
Paul estava torcendo as mãos preocupado. Gabe tinha saído atrás de Shon mais ainda não voltara e isso o preocupava muito com a chuva chegando.
Saindo de perto tomou uma decisão. Não ia ficar ali parado. Foi até a sala onde Maleah conversava com Sara.
— Maleah eu preciso ver por que Gabe e Shon estão demorando tanto – disse ele – Será que pode cuidar dos meninos para mim um pouco?
— Quer que eu vá com você? – ele tentou se levantar, mas caiu de volta ao sofá com força – Ui!
— Fique quietinho ai que eu já volto.
— Tome cuidado mãe – Sara estava preocupada – A chuva logo vai estar ai.
— Vou até a borda da floresta ver se acho eles, já volto.
Ele saiu da casa correndo para a mata em uma parte onde ele sabia que os filhos brincavam. Foi andando por entre as arvores sempre chamando os nomes dos dois.
O cheiro de chuva atingiu o seu nariz e foi ficando cada vez mais escuro em meio as arvores.
— Gabe! Shon! – ele gritava cada vez mais desesperado.
De repente sem aviso o aguaceiro caiu encharcando ele em minutos. O vento uivava por entre as folhas e o chão ficou escorregadio. Sua voz se perdia em meio ao barulho da tempestade e ele percebeu que tinha que voltar para casa talvez seus filhos tivessem voltado. Com essa esperança ele deu maia volta quando percebeu que não conseguia achar o caminho de volta. Estava escuro e chovendo torrencialmente e ele, mesmo conhecendo as matas, não conseguia achar o caminho para fora da mata.
Exausto andou por entre algumas moitas de mato alto e isso o impediu de ver onde estava indo. Para alem do matagal havia uma ribanceira que descia para um regato. Perdeu o pé e começou a escorregar e rolar ladeira abaixo caindo em maio à lama no córrego que já enchia por causa da chuva.
Paul retirou o barro do rosto e apartou o lado da testa onde sangue corria. Ele havia batido a cabeça enquanto caia. Seu pulso direito doía horrivelmente e ele se segurou para não gemer. Arrastou-se para a margem saindo da água e tremendo de frio. Olhou para a ladeira percebendo que por ali não ia conseguir voltar para casa.
Cambaleando ele se levantou e continuou a andar na esperança de achar uma estrada. Começou a rezar pedindo que seus filhos estivessem em casa e bem. Sentia náuseas em pensar que Gabe e Shon podiam ter caído ali.
O vento aumento e os raios cortaram o céu. O fio e a exaustão entorpeciam Paul, mas ele continuava a andar pela mata tentando reconhecer o lugar mesmo que tudo estivesse na escuridão quase total.
De repente ouve um gemido de uma dar árvores e um galho foi arrancado pela força do vento e jogado em cima de Paul que não pode evitar. Ele caiu debaixo de um emaranhado de folhas e galhos desmaiado e quase invisível para quem passasse na estrada a menos de dez metros dele.
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menina o que vc fez? tadinho do paul, sera que alguem vai encontrar ele? não me deixe nesse estresse sou só uma senhora preocupada com eles, ai, estou triste, mas acho que vc não faria algo com o paul né? to ansiosa com o proximo cap.bjs lulu
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