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terça-feira, 10 de abril de 2012

Caminhos do Destino - Capitulo XII

Capitulo XII



O homem vestido com roupas velhas fazia um contraste estranho com o belo vestido azul de Yeda. Eles estavam perto de um dos muros do castelo atrás de vários arbustos floridos.

— Obrigada meu querido – disse ela com a voz doce colocando na palma da mão do homem um saco de couro onde moedas tilintavam.

O homem a olhou com adoração e se afastou fazendo mesuras exageradas e tropeçando. Quando ele se afastou o suficiente a moça limpou as mãos no vestido com nojo e disse em uma voz fria e determinada.

— Mate ele, não quero que saia por ai falando demais.

Um homem saiu das sombras dos arbustos. Era alto e loiro vestindo o uniforme da guarda real de Gaulesh. Seus olhos azuis brilhavam frios e seu rosto bonito era uma máscara de escárnio.

— Agora eu sirvo?

— Você não vai me irritar, não é Mark? Eu já disse que não pedi para você fazer isso por que chamaria muita a atenção e eu não quero que o meu plano corra riscos. Afinal uma pessoa da região fazendo perguntas é diferente de um desconhecido. Eu precisava de informações para me livrar do duo.

— E você conseguiu o que? Que ele é um recluso que vive com um monte de filhos e faz ervas?

— Sua mente estreita me admira Mark – respondeu Yeda bufando – Eu descobri que os filhos são muito importantes para ele, tanto que para protegê-los faria qualquer coisa.

— Eu não vou matar crianças! Nem adianta!

— Será que eu disse que você deveria fazer isso? Para esse tipo de pessoa apenas a ameaça basta, seu idiota. Ouvi os empregados falando que Phillip vai convidá-los para a festa onde ira apresentar o seu novo filho. Preciso apenas de alguns minutos para acabar com esse relacionamento.

— Ainda gostaria de saber o que você acha que vai ganhar com um casamento com o filho rejeitado dos McGives.

— Estou interessada no título, Mark. Eu tenho fortuna, mas ter o nome McGives vai me abrir várias portas e se tenho que casar com um bobo da corte por isso eu o farei. Felizmente Mathew pelo menos é bonito. Agora vai fazer o que eu mandei!

Resmungando o soldado saiu resmungando. Yeda sorriu olhando em volta e se abanando com o leque. Ela tinha muitos planos para Mathew McGives.




Gwen não havia visto a sogra ou o sogro o dia todo e agradecia por isso. Lady Armaud havia descido para o café da manhã e sido muito educada e agradável, depois havia se divertido andando pelos jardins e conversando com todos a volta. Ela não podia entender o que uma moça tão educada e agradável estava fazendo com aquela bruxa.

Ela devia confessar que encontrara Alberta Maria German McGives apenas no dia do seu casamento em meio a um monte de políticos e ela apesar de fria não fora tão desagradável. Ao ouvir as histórias do marido não dera muito crédito, mas depois de saber o que ela tinha feito com Mat e agora de conhecê-la um pouco mais percebera que as histórias não haviam sido nem um pouco exageradas.

— Pedi para Capela levar o convite para Mat e Paul à tarde – disse Phil entrando no quarto onde a princesa lia com o pequeno Killian deitado em uma cunha pero dela – Só não posso dizer que ele vai aceitar tendo a nossa mãe aqui.

— Tenho certeza que ele pode suportar ela um pouquinho para comparecer a apresentação do nosso filho a sociedade.

— Ontem mesmo mandei um mensageiro a Gaulesh para falar com Dylan, mas entendo que é um tempo muito curto para ele conseguir vir.

— Ele já tinha prometido vir na festa da colheita, acredito que vai deixar para essa ocasião.

Phil foi até a cunha onde o bebê dormia calmamente e tocou com delicadeza no seu rostinho sentindo o quanto ela era cálida. Ele pensara poucas vezes em ser pai, estivera feliz demais em seu casamento para se preocupar com isso, mas agora ele não podia de sorrir todo bobo para o menino que dormia ali, pensando em como ele seria ao crescer, em como seria cavalgar com ele e ensinar a arte da esgrima para o seu filho.

— Eu não tinha pensado seriamente em ser pai, Gwen.

— Você se arrepende da decisão que tomou? – perguntou ela de repente insegura.

— Desde o momento que ele sorriu para mim eu percebi que esse pedacinho de gente tinha roubado o meu coração de forma definitiva e que eu estava adorando isso.

Como se percebesse que estavam falando dele, Killian acordo piscando os grandes olhos azuis e erguendo as mãos para o pai ao vê-lo.

— Você adora um colo, não é? – riu Phillip ao levantar o pequeno que, ao ver-se no colo do pai, começou a rir aquele seu riso tão doce e inocente que o príncipe passara a adorar.

Nesse momento houve uma batida na porta e Gwen pediu que entrasse. Era a babá trazendo a mamadeira de Killian. A velha senhora entregou o recipiente para a princesa e saiu com uma mesura sabendo o quanto a princesa gostava de amamentar o filho ela mesma.

Phil entregou o bebê para Gwen que deitou o menino delicadamente e começou a dar-lhe a mamadeira.

— Sabe que é a coisa mais linda do mundo observar vocês dois? – o príncipe todo bobo sentou na cama olhando mãe e filho.

Gwen riu dele beijando a testa do filho que de repente parou de mamar e virou o rosto.

— O que há? – ela perguntou – Você é o mocinho mais guloso que conheço? Não está frio nem nada – ela tentou novamente dar a mamadeira a ela, mas Killian deu um grito e virou o rosto.

Gwendelyn olhou assustada para o marido.

— Ele não deve estar com fome Gwen – ele tentou apaziguar o medo dela, mas ele mesmo se sentia preocupado já que aquela não era uma atitude típica de Killian.

A moça balançou a cabeça em concordância e colocou ele no ombro para rotar.

— Preciso falar com o prefeito sobre a festa de amanhã – disse Phillip levantando e beijando os lábios de Gwen e a testa de Killian que se mexia inquieto nos braços da mãe – qualquer coisa vou estar no meu escritório.

Ela balançou a cabeça, mas sua atenção estava voltada para o filho.




Quando o dia estava acabando Mathew se arrastou para dentro da casa para um banho e cair direto na cama. Quando ele tinha dito que ia ajudar Paul com a fazenda não tinha ideia que havia tanto trabalho a ser feito do nascer ao por do sol e que Paul fazia isso sozinho com as crianças, que não reclamavam dos seus afazeres.

Gabe ia de um lado para o outro trazendo gravetos, cuidando do galinheiro, limpando a estrebaria, colhendo ervas comestíveis na mata perto e trazendo frutas frescas para a casa.

Sara ficava com a casa e preparar as refeições e Shon mesmo sendo pequeno cuidava de Jared e Jason o que não era uma tarefa fácil.

Mais difícil ainda era convencer eles a tomarem banho. Paul tinha uma verdadeira neurose com a higiene e exigia que todos tomassem banho uma vez por dia e estivessem apresentáveis para o jantar.

Depois de conseguir empurrar os meninos para o banho ele podia ouvir os gritos de contentamento dos quatro dentro da banheira e depois a dificuldade de tirar eles de lá com a água já fria e o banheiro inundado.

Mat tomou banho no banheiro do quarto e Paul. Foi um prazer indescritível mergulhar na água morna que relaxava os seus músculos doloridos. Na verdade o que ele queria era que Paul estivesse ali com ele.

Durante todo o dia ele não tivera tempo em pensar na noite que haviam tido juntos, mas agora ele não se cansava de pensar em como Paul havia se entregado a ele de corpo e alma. Só de pensar que a noite podia se repetir seu membro ganhou vida e começou a ficar ereto.

Gemendo, ele segurou o pênis e começou a se masturbar pensando na boca quente e na língua molhada de Paul em seu membro, em como ela havia feito sexo oral com ele o olhando nos olhos com evidente prazer e como ele havia bebido toda a sua semente.

Mais alguns apertões e ele simplesmente pode gozar, como um adolescente que esta sempre com tesão.

Saiu da banheira e se enxugou vestindo roupa limpa e indo para a sala onde ouviu uma voz de homem, voz que ele achava que conhecia. Ao descer a escada percebeu que o tenente Capela estava confortavelmente sentado falando com Paul na sala.

— Mathew – chamou Paul sorrindo (para Mat ele estava sorrindo demais!) – O tenente Capela trouxe um convite do príncipe Phillip para a apresentação do Killian para a sociedade.

— Boa noite tenente – respondeu ele em tom frio – Não é um pouco tarde para trazer um recado?

— Mat! – Paul olhou contrariado para outro.

— Infelizmente não pude vir mais cedo – respondeu o tenente sorrindo com os seus dentes brancos iluminando a rosto de pele morena.

— Não tem importância, mas agora que esta aqui fica para jantar, não é?

— Claro Paul, eu vou adorar.

Mathew teve ganas de pegar o tenente pelo colarinho e jogá-lo fora, mas aquela era a casa de Paul e tinha certeza que se fizesse isso o outro ia lhe dar uma surra.

— O jantar esta pronto – Sara disse entrando na sala sorrindo para todos – Que bom que decidiu se juntar com a gente, tenente. Fiz empadão e legumes gratinados, espero que goste.

— Tenho certeza que vou adorar Sara.

— Sara chame os seus irmãos, por favor – pediu Paul olhando de soslaio para Mat que só faltava rosnar para Capela.

Foram para a mesa de jantar e logo as crianças desceram e começaram a conversar com o tenente, menos Gabe que olhava para o visitante com receio.

Mat pouco falou, mas respirou aliviado quando o tenente se despediu beijando a mão de Paul e quase causando um ataque no príncipe.

— Será que dá pra me explicar essa cara? – perguntou Paul colocando as mãos nos quadris.

— Eu podia ouvir ele ranger os dentes – disse Sara rindo e sentando perto da lareira.

— Você não acha que dá muita confiança para esse tenente? – Mat finalmente explodiu.

— Mathew... – Paul ia responder com toda a paciência quando Sara disse.

— Ele esta voltando junto com outro cavalo!

— O que será que ele esqueceu agora? – Mat estava contrariado ao abrir a porta e topar com Capela e mais uma pessoa chegando.

Ele se assustou ao perceber que era Gwen que pulou do cavalo segurando um embrulho. Ela estava chorando e correu para a varanda.

— Gwen o que há? – perguntou Mar assustado.

— Onde está Paul? – ela gritou e ele deixou-a entrar correndo.

Capela que estava segurando os cavalos olhou para Mat também perplexo.

— Achei ela na estrada vindo pra cá! Nem mesmo parou ou me respondeu.

Lá dentro Paul tinha se levantado e corrido para perto da princesa que parecia a ponto de desmaiar.

— Paul pelo amor de Deus ajude Killian – ela gritou.

Paul não perdeu tempo com perguntas e pegou o bebê no colo retirando as mantas olhando assustado para o rosto do menino que estava ficando azul. Ele tremia e parecia estar sufocando.

— Eu não consegui achar Phillip, eu não sabia o que fazer! – ela gemia enquanto Mat a obrigou a sentar.

— Desde quando ele esta assim princesa? – perguntou Paul colocando o menino em cima da cama e abrindo as roupas dele.

— A tarde eu tentei dar leite a ele e ele rejeitou e depois vomitou o pouco que tinha tomado. Duas horas depois, eu acho, ele começou a chorar e a ter febre. De repente ele pareceu sufocar e eu fiquei em pânico. Não achei Phillip em lugar nem um!

— Seu coração esta muito fraquinho – sussurrou Sara para Paul – Ele já quase não respira.

Paul havia percebido isso e ao ver as manchas negras por todo o corpo dele percebeu o que tinha acontecido. Ele correu para a cozinha abrindo a porta do porão e correndo para dentro onde um armário estava trancado a chave. Ali ele guardava suas ervas mais poderosas e que se usadas erradas viravam veneno. Pegou um vidro com um pó azul e voltou para a cozinha pegando água e uma colher.

Voltou para a sala onde Gwen estava ao lado de Killian chorando desconsolada com Sara do lado dela apertando seu braço. A moça nem tinha coragem de tocar o bebê que parecia quase morto.

Paul despejou uma pitada do pó dentro do copo e com uma colher tentou fazer com que Killian engolisse o liquido, mas boa parte escorria de sua boca deixando uma trilha azul na pele branca do seu rosto.

Paul tentou mais uma vez e agora ele pareceu engolir apenas um pouco. Ele repetiu isso até achar que ele tinha engolido o suficiente e pegou o bebê no colo colocando-o no ombro.

Gwen não tinha condições de segurá-lo, ela chorava no ombro de Mat que a abraçava com força rezando para que Paul soubesse o que estava fazendo.

Gabe havia levado as crianças para o seu quarto, já que eles haviam ficado assustados com toda a movimentação.

Jared sentou perto de Gabe na cama olhando-o com os olhos castanhos arregalados.

— Gabe você acha que o bebê vai morrer?

— Acho que o pai fazer de tudo para isso não acontecer, Jared – disse ele passando a mão nos cabelos curtos do menino.

— Tadinha da moça – ele murmurou deitando a cabeça nos joelhos do irmão – Ela tava chorando tanto.

Jason sentou perto do irmão que se parecia tanto com ele e o abraçou querendo consolá-lo. Shon estava sentado em sua cama abraçando os joelhos de modo triste.

Na sala Paul observava a princesa ainda nos braços de Mat. Seu choro era de cortar o coração, mas ele não podia fazer nada agora a não ser esperar.

— Me diga Paul – ele disse com a voz embargada e saindo dos braços do cunhado – O que aconteceu com o meu filho?

— Princesa...

— Por favor!

— Killian foi envenenado com um veneno chamado sangue negro. Ele tem ação imediata, mas Killian deve ter bebido muito pouco e vomitado o que ingeriu ou eu não teria como salvá-lo.

— Meu filho foi envenenando? – seus olhos brilharam com uma raiva cega – Quando eu encontrar quem fez isso eu mesma vou matá-lo!!

— Gwen eu vou pedir para Capela ir atrás de Phillip – disse Mat segurando os braços da moça.

— Que ele se preocupe! – gritou ela – Quando nós mais precisamos dele, o que ele faz? Desaparece!

— Gwen você esta cheia de raiva agora, mas quando se acalmar vai perceber que Phillip não teve culpa.

— Me acalmar!? Mat não é um filho seu que está ali morrendo! Então não me fale de me acalmar!

— Não é meu filho, mas é o meu sobrinho Gwendelyn! Como você acha que estou me sentindo? Como você acha que Phil vai se sentir ao saber que quando seu filho passou mal ele não estava por perto? Você não é a única a sofrer aqui!

— Me desculpe – ela voltou a cair em prantos – Eu só o tive por dois dias e a simples possibilidade de perdê-lo me faz ter vontade de morrer também.

— Princesa posso ouvir o coração dele bater mais forte – disse Sara sorrindo – Sua respiração esta melhorando. Acho que o remédio da minha mãe deu certo.

Ela olhou com olhos arregalados para Paul que olhava para Killian e sorria. Seu rosto não era mais azul e ele já não tremia. Agora ele podia sentir sua respiração fraca, mas constante.

— Seu menino é um lutador, princesa – disse Paul entregando Killian para ela com lágrimas nos olhos. Por alguns minutos ele mesmo havia ficado com medo dele morrer.

Gwen recebeu o filho nos braços como se ele fosse de um frágil cristal.

— Paul me fale desse veneno – disse Mat olhando para o curandeiro.

— O sangue negro é feito de duas ervas achadas apenas no deserto. Ele é muito caro e usado para matar animais de grande porte, já que ele não deixa vestígios na carne. Já tratei de dois caçadores que tinham se cortado com as pontas das flechas sem querer e se envenenado. Apenas um deles sobreviveu. O antídoto é uma planta que é também um veneno, mas se usado na dosagem certa pode cortar o efeito do sangue negro.

— Precisamos saber quem fez isso. Ninguém no castelo vai estar em segurança enquanto não pegarmos esse criminoso.

— Você me desculpa Mat – a voz de Gwen estava dura – Mas eu sei quem fez isso.

— Você sabe?!

— Foi a sua mãe!

3 comentários:

  1. essa estoria ta ficando interessante, acho que foi a mãe de matt,temo pelos filhos de paul.
    adorei o suspense, to doida pelo cap. seguinte.
    bjs lulu

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  2. uau!!!!! sera que a mulher seria má a esse ponto mais não podemos esquecer a Yeda ela tbm poderia ter armado. bjs quero ler o proximo capitulo já to ansiosa

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  3. tem razão tati a yeda e muito ambiciosa e ela quer ser princesa, dalla amor, espero que ela e a mãe do matt recebam o que elas mereçem, onde ja se viu tentar matar o killian, bjs lulu

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