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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Caminhos do Destino - Capitulo XVII

Capitulo XVII



Maleah acordou sobressaltado de um cochilo ao perceber que não era um sonho o que tinha visto. Seu novo amigo Paul estava com sérios problemas.

Sentou no sofá apertando a lateral do corpo ao perceber que Sara conversava raivosa com alguém na cozinha. Lentamente ele foi até lá para ver ela gritar com dois meninos muito molhados fazendo uma poça em meio ao chão de pedra da cozinha.

— Seus dois irresponsáveis! A mãe saiu desesperado atrás de vocês e agora me aparecem aqui sem ele!

— Eu não achava o Shon – respondeu Gabe olhando raivoso para um menino pequeno que tremia – Ele foi se esconder perto do lago do outro lado da mata.

— Cala crianças – disse Maleah sorrindo calmo para eles – Paul deve ter sido pego pela tempestade e procurado abrigo.

— Você não conhece ele – resmungou a menina – Deve ainda estar procurando essas duas pestes mesmo debaixo de chuva e no escuro.

— Olha que tal se vocês dois forem tomar um banho? Eu vou sair e procurar o Paul – ele aprumou o corpo vendo estrelas com aquele movimento – Eu sou um elfo e posso achar ele fácil.

— Eu vou com você! – Gabe estava se sentindo muito angustiado e culpado por seu pai ter saído na chuva.

— Gabe fique e tome conta dos seus irmãos para mim. Acho que Paul não ia querer que eles ficassem sozinhos. Eu prometo voltar logo.

Shon batia o queixo de frio e estava a ponto de chorar. Ele havia feito toda aquela confusão ao fugir quando Mat fora se despedir.

— Desculpe – murmurou ele tremulo.

Gabe queria chamar a atenção do irmão, mas cortava o seu coração ver o seu estado.

— Tá tudo bem baixinho, o Maleah vai achar o pai.

— É isso mesmo – elfo sorriu a abriu a porta sendo colido por uma lufada de vento e chuva – Se cuidem eu já volto.

Ele saiu para uma escuridão cinzenta percebendo que sozinho ele não podia fazer nada, mesmo que ele não conhecia a floresta.

Foi andando pela mata e deixando sua mente vagar para o mundo ao seu redor em busca de algo, de uma ajuda e foi surpreendido por encontrar a mente de certa pessoa.



Capela estava em seu quarto nos alojamentos dos oficiais olhando para a chuva e pensando em dois seres que conhecera naquele dia. Um elfo mal humorado e uma amazona altiva. Cada um diferente do outro como o dia e a noite, mas os quais ele não conseguia tirar da cabeça.

— Tinha que ser você?!

Ao ouvir isso o tenente se virou abruptamente dando de cara com uma imagem esmaecida e Maleah. Era uma estranha projeção onde o elfo aparecia em um lugar escuro e encharcado. Seu cabelo pingava e água escorria do seu rosto.

— De onde diabos você veio? – Capela deu um pulo assustado ao ver aquilo.

— Do alem – respondeu o elfo com azedume – o que você esta vendo é apenas uma projeção seu tenente tonto!

— E você esta se projetando no meu quarto para me atormentar?

— Você acha que é muito importante, não é? A verdade é que preciso de sua ajuda, na verdade o Paul está precisando da ajuda de nós dois.

— Paul? – Capela deu um pulo da cama – O que está acontecendo elfo?

— Tô tentando dizer, não estou? Ele saiu debaixo desse temporal atrás dos filhos que haviam sumido e desapareceu há algumas horas. Os meninos voltaram, mas ele sofreu um acidente eu vi.

— Não me importa como você viu – ele já estava juntando suas coisas – Você sabe onde ele está?

— Eu não conheço nada daqui. Só sei que é perto de uma estrada, perto de um córrego.

— Isso não ajuda muito, mas me espere na estrada que dá para a mata. Eu estou indo ai o mais rápido possível.

O elfo assentiu a sua imagem sumiu.

Capela pegou sua espada e capa e saiu correndo com o coração aos pulos preocupado com o que podia acontecer com o rapaz.



Mat estava entrando no castelo depois de sua conversa com a amazona e prometer a ela que ia conversar com Phillip sobre uma audiência com ele.

Molhado ele tentou tirar um pouco da água dos cabelos antes de inundar a sala do seu irmão, quando pensou ter ouvido algo. Olhou em volta retirando a água que escorria do rosto, mas estava só no hall de entrada. Por um segundo ele pensou ter ouvido a voz de Paul o chamandoele de forma angustiada.

Balançou a cabeça, contrariado. Paul deveria estar em casa com as crianças jantando, ele até podia ouvir as brigas de Sara com Gabe. Deu um leve sorriso e entrou na sala onde Phil e Gwen estavam com o pequeno Killian que ria do pai fazendo caretas para ele.

— Mathew! – a moça arregalou os olhos ao vê-lo – Até parece que você caiu dentro de um rio!

— Eu estava em uma taverna quando a chuva me pegou.

— Vá lá para cima! Eu vou pedir para esquentarem água para o seu banho antes que você pegue um resfriado.

— Vou adorar isso – ele riu – Depois gostaria de falar com você Phil. Achei uma amazona na cidade que gostaria de ter acesso à biblioteca do castelo.

— Uma amazona aqui em Haven?! Eu nunca as vi fora dos territórios do sul!

— Vou me lavar e conversamos.

Mat subiu para o seu quarto e pegou uma toalha para enxugar a água que escorria em seu rosto e novamente a sensação de escutar a voz de Paul o acertou, mas dessa vez com uma intensidade que lhe deu náuseas.

Caiu sentado na poltrona com um estranho frio percorrendo seus membros e o grito de dor e medo parecia ecoar em seus ouvidos. Algo estava acontecendo e ele não podia ignorar, seu coração lhe dizia que Paul estava em perigo.

Desceu correndo as escadas não parando nem para responder as perguntas de Phil e Gwen. Correu para as estrebarias onde encilhou seu cavalo sob o olhar espantado do cavalariço.

Saiu trotando para a noite escura e chuvosa.




Capela chegou em tempo recorde até o elfo que tremia à beira da estrada. Mesmo na escuridão podia ver a palidez do elfo.

— Você consegue montar?

— Eu não sou de porcelana soldado – resmungou ele aceitando a mãos do tenente que balançava a cabeça em desaprovação.

Ele colocou o elfo sentado a sua frente e o embrulhou na capa.

— O que você pensa que está fazendo? – Maleah estremeceu ao sentir o calor do corpo do outro.

— Ti salvando de uma pneumonia elfo! Agora deixe de frescura e vamos tentar achar o Paul.

Maleah ficou quieto sabendo que a situação era preocupante, mas sentir novamente o corpo de Capela contra ela trazia sensações que ele não estava disposto a sentir.

Mesmo contra a sua vontade ele contou para o outro sobre o seu poder e como ele funcionava.

— Você disse que é um vidente – disse Capela tentando ser ouvido sob o barulho do vento – Mas o que você viu foi o futuro ou o presente?

— Isso é o que mais está me deixando preocupado. O que vi estava acontecendo naquele exato segundo, eu não vi o futuro. Isso nunca aconteceu comigo, só posso dizer que Paul é um ser muito especial para ter mexido assim com o meu poder.

— Sim, Paul é muito especial.

Maleah sentiu uma pontadinha de ciúmes ao ouvir isso do soldado, mas logo depois se estapeou mentalmente se chamando de idiota.

— Vai ser impossível achá-lo nesta escuridão – resmungou Capela.

Haviam entrado na mata tentando achar o ponto onde Paul tinha caído, mas a noite havia caído completamente deixando-os em uma escuridão apenas iluminada pelos raios.

— Eu posso ajudar nisso, mas vai ser por apenas pouco tempo. Não é uma magia que estou acostumado.

— Magia?!

— Eu vou mostrar as auras da floresta para você. Isso vai iluminar o caminho.

Capela não entendeu nada, mas de repente Maleah começou a cantar em uma língua desconhecida para ele e tudo pareceu desaparecer de sua mente. Era um som doce que o aquecia e lhe dava esperanças. Era como se o mundo fosse um lugar maravilhoso que ele podia correr e se divertir. Tudo ia dar certo, a música parecia dizer.

Uma luz envolveu Maleah e ele brilhava em seus braços com um lindo brilho branco e logo ele percebeu que tudo ao seu redor brilhava! As arvores, os arbustos, as flores, a própria chuva resplandecia a cada gota que caiam das folhas das arvores. A maioria brilhava em uma aura esbranquiçada, mas havia luzes verdes e vermelhas por todo o lado. Até mesmo seu cavalo de batalha tinha um forte brilho roxo.

— Isso é inacreditável!

— Tudo tem sua aura – murmurou o elfo que parecia cansado – É a luz das almas das coisas.

— Por que eu não brilho? Não tenho alma?

— Vocês humanos – ele deu uma risadinha – Suas almas se escondem, poucos seres humanos a deixam visíveis. Eu posso ver a de Paul e de alguns poucos.

Eles se embrenharam cada vez mais na mata, mas tudo parecia igual para eles. Nem um dos dois conhecia a floresta e mesmo ela brilhando daquela forma nada ajudava.

Depois de meia hora a magia de Maleah acabou a tudo voltou à escuridão. O elfo parecia ter usado as suas ultimas reservas de energia, ele tremia nos braços de Capela com se estivesse acometido de uma febre forte.

De repente houve um estalo e um raio caiu perto deles, assustando o cavalo que os jogou no chão. O barulho do trovão pareceu estremecer até a terra e a arvore onde ele havia caído começou a pegar fogo.

— Maleah! – Capela se levantou e correu até o elfo desacordado e jogado em meio à lama.

Ele afastou os cabelos do rosto do rapaz e percebeu que ele estava apenas desacordado. Atordoado olhou em volta e vendo à luz do fogo uma caverna ali perto. Pegou o elfo nos braços e entrou lá colocando ele na areia fina que cobria o chão.

Tentou ver se ele tinha quebrado mais alguma coisa, mas não percebeu nada. O elfo começou a gemer e tremer. Ele retirou a capa das costas jogando em cima dele, mesmo sabendo que ela estava tão molhada quanto eles.

Uma pequena luz parou diante de seu rosto e Capela caiu sentado no chão reconhecendo uma das fadinhas amigas de Paul.

— Capela amigo de Paul – disse ela com a voz fininha – O que faz aqui? Este lugar é a nossa casa, não gostamos de estranhos aqui.

— Me desculpe, mas meu cavalo se assustou com o raio e nos derrubou. Meu amigo elfo esta doente.

— Elfo? – a fadinha voou até Maleah e o olhou curiosa – Sua energia esta baixa. Se ele descansar vai melhorar – voltou para Capela – Capela amigo de Paul e o elfo amigo de Capela podem ficar.

Ela voou para um canto na parede e sentou observando eles.



Ele deveria estar louco! Mat queria parar com aquela corrida ensandecida por lugares que ele nunca havia visto, mas a sensação de que Paul estava com problemas não desaparecia, ao contrario, aumentava a cada segundo.

A estrada fez uma curva e ele parou olhando em volta e vendo absolutamente nada naquela escuridão, mas nesse momento a chuva parou e uma nesga de luz da lua apareceu iluminando o galho caído de uma arvore e debaixo dele um pedaço de tecido escuro.

Foi apenas por um segundo, logo depois as nuvens voltaram e se cerrar e a chuva cair.

Mathew pulou do cavalo correndo para o galho percebendo ao chegar perto que estava olhando para um corpo pequeno. Ergueu o galho com força tirada do desespero e virou o corpo com delicadeza vendo diante de si o rosto ensanguentado e sujo de Paul.

— Meu deus Paul! – sua mão tremia de forma descontrolada ao colocá-la na base do pescoço do rapaz sentindo a leve pulsação do sangue. Graças a Deus ele estava vivo.

Ele abraçou o corpo gelado chorando de alivio, agradecendo a estranha força que havia guiado até ali.

Pegou o rapaz nos braços e correu para o cavalo percebendo que estava mais perto da cidade que da casa da floresta. Iniciou uma corrida frenética até a vila preocupado com seu amado em seus braços e com as crianças sozinhas em casa.

Seu cavalo bufava quando ele chegou até o castelo e desceu com um só pulo deixando o cavalo aos cuidados do cavalariço novamente pasmo e correu para a sala onde Phil conversava com o chefe da guarda que relatava não ter achado Mat na vila e não achar o tenente Capela.

— Mathew assim você vai me matar do coração! – gritou Phil só então vendo Paul nos braços ele – Meu Deus o que aconteceu?

— Phillip me consiga um curandeiro! Eu vou levar ele para o meu quarto.

O príncipe pediu imediatamente para o chefe chamar o curandeiro real e correu atrás do irmão, não sem antes chamar a esposa.

— Paul! – Gwen correu até a cama onde Mat tinha colocado o rapaz percebendo o seu estado – Phil peça para o soldado do corredor chamar as minhas criadas imediatamente. Precisamos limpá-lo dessa lama para ver o que pode ter acontecido – ela arregaçou as mangas do vestido – Por favor, os dois para fora!

Mat não queria sair de perto de Paul, mas a princesa não lhe deixou o opção alem de haver outra coisa que ele tinha que fazer, não podia deixar os filhos de Paul sozinhos, ele nunca ia perdoá-lo por isso.

— Phil eu preciso ver as crianças.

— Dessa vez faça a coisa direito Mathew! Vá com alguns batedores e leve a carruagem fechada e traga elas para o castelo. Tenho certeza que ao descobrir o que aconteceu com Paul elas vão ficar preocupadas.

Olhando para a porta fechada do seu quarto ele assentiu e correu pelo corredor com seu coração apertado. Esperava que nada muito grava tivesse acontecido a Paul ou ele não ia se perdoar nunca. Deveria ter ficado lá, ter ido contra tudo e todos e não obedecido feito um idiota!

Mas ele estava mais decidido que nunca agora. Ele ia se casar com Paul mesmo que isso levantasse a sociedade toda contra ele. Estava pronto para mostrar que o amor podia vencer qualquer barreira.

3 comentários:

  1. gostaria de saber seu nome, para poder lhe dizer que no meu mundo de tristeza, eu consigo ver um pouco de luz atraves desta estoria,sei que ela é so uma estoria, mas me fez ver que ainda tenho muita coisa pra ver e não so escuridão, desculpe mas hoje esta dificil ver a claridade o meu redorassim mesmo obrigada. bjs lulu

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    1. Ola Lulu. Meu nome é Mônica e sou estudante de psicologia. Moro no interior do estado de São Paulo e tambem já enfrentei meus momentos de escuridão. Quando tudo parecia perdido para mim eu encontrei alguem, uma psicologa que mudou a minha vida. Ela me salvou e acabei estudando psicologia. Não sei o que acontece com você, mas, se me permeite, gostaria de te indicar ajuda. Existem ótimos psicólogos que podem te mostrar a luz e fazer com que seu mundo seja mais colorido.
      Sabe, existe uma frase de Amyr Klink que eu nunca esqueço, ele disse em um de seus livros que você pode estar sozinho fisicamente, mas se tem um amigo nunca vai estar só. Me considere sua amiga. Se quiser conversar meu e-mail é: monamonteiro40@hotmail.com
      Vou gostar de conversar com você. Juntas podemos ir aonde nem um homem jamais esteve (kkkkkkkkkkkkk). Adoro Jornada nas Estrelas!
      Sério mesmo Lulu. Estou aqui para o que quiser. Quando se sentir sozinha ou mesmo precisar de conversar eu estarei aqui. Pode me mandar e-mails que vou responder e juntas vamos construir um novo mundo para você!
      Avante! Avante contra o impossível! Era assim que eu falava quando o mundo inteiro parecia um lugar que queria me levar a loucura e a tristeza.
      Lute minha amiga! Estarei junto com você nessa estrada.
      Beijos da Monica.

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  2. monica obrigada por me responder estou lhe mandando um email explicando porque disso tudo .bjs lulu

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